quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Cartas de Lisboa | Pekudei



Pekudei



Com a parsha da Torá desta semana concluímos a leitura 
do livro de Êxodo/Shemot.


Depois de lermos instruções detalhadas de como construir o "Mishcan" – o Tabernáculo, o verso refere a conclusão dos trabalhos.

"A glória do Senhor encheu o Mishcan."
(Shemot 40:34)

O Midrash diz-nos que no contexto da narrativa da construção do Mishcan se podem encontrar muitos paralelos com a história de "Bereishit," a criação do mundo. As luzes da Menorá e a separação feita pelas cortinas espelham as luzes e a separação das águas ocorrida durante a criação.


Tal como a criação foi um processo que durou seis dias culminando no Shabat, também a inauguração do Mishcan durou uma semana inteira.




Dom Abarbanel, ao discutir esta ideia retira outra ilação destas semelhanças. Tal como a história da criação não deixa duvidas sobre o envolvimento Divino, desde as orbitas celestiais aos movimentos de toda a criação, o mesmo acontece com o Mishcan.



Ainda que o Mishcan tenha sido construído por pessoas de extraordinários talentos, o Mishcan e os seus construtores sentiram-se sempre ligados a D-us, reconhecendo a Sua presença entre eles.


O verso diz,

“Quando a nuvem se levantava … os Filhos de Israel partiam nas suas viagens, mas se a nuvem não levantava, eles não partiam …”
(Shemot 40:36-37).

O Povo Judaico apenas viajava quando D-us dizia que a hora tinha chegado. 


O que na realidade tornou o Mishcan completo foi a dedicação e o reconhecimento do seu propósito, ou seja, fazer D-us parte integrante da nossa vida e das nossas constantes viagens.



Ainda que não tenhamos hoje em dia um Mishkan ou um Beit Hamicdah (Templo) na sua dimensão física, ainda assim sempre devemos esforçarmos para garantir que cada uma das nossas viagens corresponde ao que D-us quer que nós levemos a cabo.

Ao tal fazer, garantimos que Ele estará connosco em cada passo do nosso caminho.



Cortesia do Rabino
Eli Rosenfeld

chabadportugal.com
Shabat Shalom!


Imagens:

1ª imagem -  Pintura de Bracha Lavee -“Tabernacle”
2ª imagem - Retirada da Chabad
3ª imagem - Pintura de D’Anastasio Michel – “Séparation des eaux sur terre”
4ª imagem - Pintura de  Julie Wohl
5ª imagem - Não consegui apurar o autor
6ª imagem - 6ª imagem - Barkai Yeshivah drawing – Enviado pelo meu amigo Dan Okon

2 comentários:

  1. Maravilha!sempre devemos nos preocupar exatamente com isso com o que o Rabino comentou.
    O que D-us quer, senão a nossa obediência,e com certeza essa é a maior prova do amor e fidelidade que sentimos por Ele.
    Davi disse:- Deus cria em mim um coração puro e restaura em mim um espírito inabalável,que declaração linda ao nosso Senhor de nossa vidas e almas!

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