sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

We Remember




 "Quem não conhece a verdade é um tolo, mas quem conhecendo-a, 
a chama de mentira é um criminoso."

- Bertolt Brecht -





Mikhail Turovsky's paintings



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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Longevidade política | Cartas de Lisboa





Vayechi



The book of Genesis written & Illustrated on an ostrich 
egg featured at the Israel Museum



A nossa parashá e com ela o Sefer Bereishit (Livro do Gênesis) conclui com a passagem do falecimento de José, José o tzadik e o governante no Egito.




D. Isaac Abravanel – 1437-1508


Dom Abarbanel no seu comentário a esta passagem centra-se na longevidade da nomeação de José. O versículo diz-nos que José se apresentou perante o Faraó como um jovem de trinta anos. Tendo vivido até a idade de cento e dez, ele ocupou a sua posição como governante durante oitenta anos.


Nos anais da história, seja em Roma ou em qualquer outro lugar, era inédito que um líder mantivesse numa posição de liderança incontestada por tanto tempo. Este facto, diz Dom Abarbanel, é um testemunho da grandeza de José.


Qual foi o segredo do sucesso de José? Por que é que ele não foi vítima de ciúmes e inveja, como tantas vezes acontece com um líder bem-sucedido? (O próprio Dom Abarbanel foi vítima dessas circunstâncias, muitas vezes na sua vida).


Dom Abarbanel não aborda este ponto nesta parashá, apenas e simplesmente revela o seu espanto com a mesma. No entanto, num comentário anterior onde discute a nomeação inicial de José pelo Faraó, ele aborda esta questão.




José e o Faraó encontram-se pela primeira vez, na sequência dos sonhos do Faraó. Depois de ouvir a interpretação, visão e sugestões de José, o Faraó ficou convencido de que a sabedoria de José era divinamente inspirada.


Ele também estava profundamente ciente de que promover um desconhecido estrangeiro inexperiente para a posição mais elevada no país despertaria tremendos ciúmes. O Faraó pergunta portanto aos seus conselheiros:

"Encontraríamos alguém como este, um homem que tem nele o espírito de D'us ?" 
(Bereshit 41:38)




Ele não promoveu José como sendo o mais sábio ou inteligente, mas sim como tendo as sugestões e perspectivas verdadeiras e corretas.




E foi assim, diz Dom Abarbanel, que os conselheiros de Faraó, aceitaram este compromisso. Eles reconheceram que José não foi escolhido por sua astúcia ou intelecto, mas sim pelo seu compromisso com D'us e a sua fé.


Talvez esta seja também uma lição para todos nós. Quando estamos orgulhosos e próximos da nossa fé e com confiança em D'us, todos os desafios podem ser superados.



Shabat Shalom!

Cortesia do Rabino
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Mais Luz...





Shabat Shalom!















 Beny Gassebauer’s paintings



Cartas de Lisboa | Vayigash






A nossa parashá começa com os momentos finais de tensão antes de José finalmente revelar aos seus irmãos a sua verdadeira identidade.


Tendo suportado tanta dor e sofrimento é notável verificar que José vê todo o episódio de forma positiva. Ele está focado em certificar-se de que os seus irmãos, que o tinham vendido, se concentravam num futuro positivo em vez de num passado culpado.





E quanto a Benjamin, o irmão mais novo de José? Quais foram os seus pensamentos sobre todo o episódio?






O texto em si não nos diz, no entanto, muitos detalhes das histórias da Torá são registados para nós em textos chamados Midrash. Essas tradições foram transmitidas através das gerações a História Judaica.


Um desses repositórios de textos midrashícos, são os escritos de Rabino Abraão Sabá. Usando a extensa biblioteca que possuía enquanto vivia em Guimarães, partilha connosco muitas belas anedotas e ideias que só são conhecidas hoje através de suas obras.


O Rabino Sabá fala-nos de uma conversa particular que teve lugar entre José e Benjamim. Silenciosamente, José tinha perguntado a Benjamin o que acontecera durante todos estes anos:



"O que é que disseram os nossos irmãos ao nosso pai Jacó 
sobre o meu desaparecimento?"


Benjamin então conta-lhe o episódio do casaco ensanguentado e como os irmãos o tinham mostrado a Jacó, afirmando que "foi encontrado isto".




"Exactamente o que aconteceu" diz José. "Uns estranhos raptaram-me, depois um deles vestiu o meu belo casaco quando de repente um leão o atacou, matando o homem e ensanguentando o casaco. Os outros sequestradores depois venderam-me como escravo".


Conclui o Rabino Sabá, que é por isso que José é conhecido como "Tzadik", o Justo. Nem mesmo perante o seu irmão mais próximo, Benjamin, ele envergonharia os seus irmãos. O seu foco estava no futuro, na criação de unidade e coesão.



Shabat Shalom!
Cortesia doRabino


Eli Rosenfeld
chabadportugal.com