sexta-feira, 30 de agosto de 2013

“WHO BY FIRE”



UMA CANÇÃO DE LEONARD COHEN


(…)
Who by fire/who by water,
Who in the sunshine/who in the night time
Who by avalanche/who by powder,
Who for is greed/who for his hunger



     Agora que se aproximam as Grandes Festas – Rosh Hashanah e Yom Kippur -, nada mais apropriado do que ouvir “Who by Fire”de Leonard Cohen. É entre Rosh Hashanah e Yom Kippur que decorrem os chamados Dez Dias de Arrependimento, após os quais é determinado o julgamento de cada um de nós em vista do novo ano.

     O poema litúrgico “Unetaneh Tokef” (cuja tradução aproximada é “Expressemos a poderosa santidade deste dia”) é um dos mais solenes, recitado nas Grandes Festas, descrevendo uma longa lista das várias maneiras de que se pode morrer no ano vindouro. As suas palavras inspiram temor e esperança, como podemos observar na passagem seguinte: 


Em Rosh Hashanah é inscrito/e em Yom Kippur é selado:
Quantos irão falecer e quantos nascerão;
Quem deve viver e quem morrerá;
Quem em seu tempo e quem antes do tempo;
Quem pelo fogo e quem pela água;
Quem pela espada e quem pela fera;
(…)
Mas o arrependimento, prece e caridade revogam este grave decreto


O clássico “Who by Fire”, do álbum New Skin for the Old Ceremony, publicado em 1974, de Leonard Cohen, apresenta-se como uma versão moderna de “Unetaneh Tokef”. Na versão de Cohen, o artista dá-nos uma lista das várias maneiras de morrer, adaptadas à vida moderna; por exemplo, a causa de morte pode ser um amante vingativo ou uma depressão, substituindo a morte pela espada, ou pela fera.

     No refrão de “Who by Fire”, no entanto, o judeu Leonard Cohen debate-se com a nossa mortalidade e com o conceito de D’us, a quem dirige, num misto de devoção e de fúria, estas palavras: «And who, shall I say is calling?». A sua luta com a Fé, num diálogo com D’us, que tanto é rebelde como devoto, é assim à maneira dos judeus, desde Abraão.

     Leonard Cohen reconheceu, numa entrevista dada há cerca de cinco anos ao The New York Times, que as suas canções são uma espécie de orações.

     Para terminar recomendamos uma outra versão de “Who by Fire”, com o grande saxofonista Sonny Rollins. 


Rezemos por um doce ano novo
Shaná Tová 5774

Nota:
     Segundo a tradição, o piyyut “Unetaneh Tokef” foi recitado pelo rabino Amnon, que viveu em Mainz, no século XI, após este se ter recusado a cometer apostasia. Depois de três dias para considerar a sua conversão ao cristianismo, o rabino, recusando a abandonar a sua Fé, terá sido barbaramente torturado. Às portas da morte, é liberto. Estava-se em Rosh Hashanah e Amnon pede aos seus discípulos que o levem para a sinagoga, onde interrompe o serviço, recitando esta oração que santifica o nome de D’us, morrendo imediatamente a seguir.
     Ainda segundo a lenda, Amnon apareceu em sonhos ao rabino Kalonynus, pedindo-lhe que esta oração fosse recitada em cada ano, nas Grandes Festas.
    
No vídeo em baixo podemos ouvir uma versão de “Unetaneh Tokef”.

Unetaneh Tokef - Varda and Udi Spielman - ורדה ואודי שפילמן



Este artigo é mais um presente da nossa amiga

Sónia Craveiro


 Muito obrigada


Beijinhos


Fontes:







Cartas de Lisboa | Vayeilech


Nitzavim - Vayeilech


No último dia da vida de Moisés, o Povo Judaico, encontra-se unido, ao mais uma vez aceitar os acordos estabelecidos com D-us.

Depois de reiterar as promessas feitas aos nossos antepassados e os perigos da idolatria Moisés continua avisando todos e cada um sobre os perigos de pensamentos dúbios e de desafiar o espírito destes acordos.

O verso descreve os pensamentos de uma pessoa que quebra estes acordos mas ao mesmo tempo se convence que tudo continuará bem do seguinte modo.

"Ele abençoar-se-a no seu íntimo dizendo ‘A paz estará comigo ainda que eu caminhe no trilho que o meu coração deseja.” Como resultado o verso seguinte acrescenta: “D-us não estará disposto a perdoar-lhe” (Devarim 29:18,19)


O Rabi Isaque Aboab, no seu comentário sobre Nachmanides, deixa-nos uma questão verdadeiramente elementar. O verso parece descrever os pensamentos privados de um individuo singular. 

Se assim é, porque é que a punição afecta a todos? E mais ainda com tal severidade?

O Rabi Aboab explica que existem em paralelo duas situações que são aqui descritas e que a reacção Divina cobre ambas.

A primeira é a de um individuo que na sua privacidade não está interessado em cumprir com estes acordos e acha que tudo continuará sem problemas. Tal pessoa, diz o Rabi Aboab, não será punido até literalmente violar os acordos estabelecidos.

Existe, contudo, uma segunda possibilidade a que o verso se refere. É o caso de alguém que deliberadamente se separa de todos e que não se considera parte integrante da comunidade no sue todo. Isso em si mesmo, mesmo esses pensamentos, são algo que D-us não estaria disposto a perdoar.

Unidade e responsabilidade colectiva têm um lugar fulcral na nossa vivência judaica. À medida que nos aproximamos do Rosh Hashana, o Ano Novo Judaico, usemos a oportunidade para reafirmar os nossos esforços no sentido de estender a mão aos que nos rodeiam ao mesmo tempo que rezamos por um doce ano novo, juntos em união.


Enviado por:
Rabino Eli Rosenfeld
Chabad Portugal


Shabat Shalom, Shana Tova!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Avraham Shabsi haKohen Friedman


Avraham Fried

Avraham Shabsi haKohen Friedman (nascido a 22 de Março de 1959) mais conhecido pelo seu nome artístico, Avraham Fried, é um artista de musica popular judaica na comunidade ortodoxa.




A carreira musical de Fried foi incentivada pelo rabino Menachem Mendel Schneerson, o Rebe de Lubavitch, e Mordechai Ben David. 


Fried iniciou sua carreira com o lançamento de seu primeiro álbum “Nenhum judeu será deixado para trás” em 1981, e com a canção "Kel Hahodaos", escrito por Kol Salonica. 


No verão de 2009, Fried fez uma turnê em Israel, onde ele apresentou o cantor e compositor israelita Chanan Yovel e cantou as suas canções "Rak T'filla" e "U'Nesane Tokef". Seu primeiro DVD foi lançado em Dezembro de 2009. 





A sua música é classificada como música pop judaica, semelhante à de Mordechai ben David e tende a integrar vários estilos de música popular, incluindo pop, rock e jazz, com letras e temas judaicos.




Só mais uma! J


Fontes:



O Shofar!



Shofar (do hebraico שופר shofar) é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Somente a flauta do pastor – chamada Ugav, na Bíblia – tem registro da mesma época, mas não tem função em serviços religiosos nos dias de hoje.

Pintura de Philippe Vanackere


O shofar não produz sons delicados como o clarim moderno, a trombeta ou outro instrumento de sopro, mas para os judeus, o shofar não é apenas um instrumento "musical". É um instrumento tradicionalmente sagrado.

Na tradição judaica, lembra o carneiro sacrificado por Avraham (Abrão) no lugar de Yitschac (Isaac) através da história da Akedá (amarração de Yitschac), lida no segundo dia de Rosh Hashaná.


Pintura de Caravaggio


Nos tempos antigos, o shofar era usado em ocasiões solenes. A palavra shofar é mencionada pela primeira vez em conexão à Revelação Divina no Monte Sinai, quando "a voz do shofar era por demais forte e todo o povo do acampamento tremeu". Assim, o shofar em Rosh Hashaná (ano novo judaico) tem o dever de lembrar aos judeus suas obrigações para com seus serviços religiosos.


Pintura de Anne Cameron Cutri


O shofar também era tocado durante as batalhas contra inimigos perigosos. Portanto, o shofar de Rosh Hashaná também servia como um grito de guerra contra o inimigo interior, impulsos maus e paixões.


O Shofar no Midrash


O shofar é feito de um chifre de animal casher (considerado limpo). Qualquer chifre pode ser usado para o shofar, exceto vaca ou touro, pois estes chifres são chamados em hebraico de "keren" e não shofar, e também porque seu chifre poderia remeter ao Bezerro de Ouro que os filhos de Israel fizeram no deserto, ao deixarem o Egipto. Geralmente, e de preferência, o shofar é feito de um chifre de carneiro, em memória do carneiro que foi oferecido em lugar de Yitzhak (Isaac), que permitiu-se ser atado e colocado sobre o altar como um sacrifício a Deus.

Um shofar no estilo Iemenita

O shofar é tocado em Rosh Hashaná após a leitura da Torá, antes e durante a prece de Mussaf. Embora uma mitsvá não deva ser adiada, havia uma boa razão para adiar o toque do shofar para depois da leitura da Torá. Isso aconteceu numa comunidade judaica cercada por inimigos, em que o shofar foi tocado de manhã bem cedo. Os inimigos pensaram que os judeus estivessem convocando para uma rebelião contra eles, então os cercaram e os mataram. A partir daí decidiu-se por tocar o shofar após a leitura da Torá, pois quando os inimigos viam que os judeus já haviam feito parte de suas preces pacificamente, percebiam que era uma reunião pacífica para a oração, e não uma rebelião contra eles.


Rashi explica que houve um tempo quando os judeus foram proibidos de tocar o shofar. Guardas eram colocados para os vigiar até que o serviço da prece de Shacharit estivesse concluído. Os judeus por isso tocavam o shofar mais tarde, durante o serviço Mussaf, e assim permaneceu esta regra, de tocar o shofar após o serviço de Shacharit. Existe ainda outra razão: pois naquela época os judeus já eram coroados com mitsvot, os preceitos entre os quais tsitsit, Shemá, e a leitura da Torá: então vem o shofar e lhes traz o tempo do perdão. 


Qual é o significado do toque do shofar?


O shofar nos chama para acordarmos de nossa letargia mental pelas coisas terrenas e clama para que possamos despertar e nos envolver com as necessidades de nossa alma. É como um alerta: nos inspira temor lembrando que este é o Dia de nosso julgamento. A mensagem do shofar, segundo Maimônides, é:


"Acordai de vosso sono e ponderai sobre os vossos feitos; lembrai-vos do Criador e voltai a Ele em penitência. Não sejais daqueles que perdem a realidade de vista ao perseguirem sombras ou esbanjam anos buscando coisas vãs que não lhes trazem proveito. Olhai bem vossas almas e considerai vossos actos; abandonai os caminhos errados e os maus pensamentos e voltai a D'us, para que Ele tenha misericórdia para convosco!"


Uma lição de humildade


Rosh Hashaná chama-se também Yom Teruá (Dia do Toque). Neste dia, é obrigação de cada judeu ouvir o shofar. Por ser finalidade do shofar inspirar-nos humildade e sentimentos de arrependimento, podemos compreender o porquê do shofar não ser ricamente decorado.

Os ornamentos não o tornam inadequado, desde que fiquem apenas do lado externo sem que suas paredes sejam perfuradas. Isto nos serve como lição da importância da simplicidade e humildade. Como o shofar que se torna inadequado se qualquer ornamento de ouro ou prata atravessar o osso do qual é feito, assim também nos tornamos seres humanos insignificantes se permitirmos que o ouro e prata sejam tão importantes na vida a ponto de "perfurar o osso" e se apossar da mente e da alma.


Pintura de Carole Spandau

Esta é a função mais importante dos sons do shofar: inspirar a alma e provocar vibrações extraordinárias no coração, activando o sentimento do arrependimento e humildade.




Ler sobre:

As bênçãos que antecedem o toque

Os toques

O despertar de nosso sono

Na fonte deste artigo:


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sabia que...



Nico Castel é um cantor lírico de origem portuguesa, descendente de uma família sefardita. Nasceu em Lisboa, em 1931, cresceu na Venezuela e estabeleceu-se nos EUA. Em 1969 estreou-se no Metropolitan Opera House de Nova Iorque, onde cantou durante 35 anos, 25 dos quais também como professor de dicção.  






Não obstante a carreira brilhante, um maestro inglês exigiu-lhe uma audição para o desempenho de um papel. O vídeo que se segue é isso mesmo. Nico Castel aceitou o desafio e fê-lo com muito humor. Ora vejam: 




Nico Castel - Ariadne auf Naxos Haushofmeister Audition 


Um Cantor com um excelente Humor!



Enviado pela nossa amiga
Sónia Craveiro
Obrigada J
Beijinhos

Fontes:

A Chama está nos Espinhos!



Um menino pede ao pai que lhe explique as diferenças entre irritação, agravação e frustração.


Pintura de Galina Mazin Datloof





O pai pega o telefone e disca um número ao acaso. Quando alguém atende, ele pergunta: 





“Por favor, posso falar com Alf?”

“Não há nenhum Alf aqui.” E a pessoa desliga.
“Isso é irritação,” diz o pai.

Ele pega novamente o telefone, disca o mesmo número e pergunta por Alf pela segunda vez.

“Não – não há ninguém chamado Alf. Pare. Se você ligar de novo vou telefonar para a polícia.” Fim da conversa.
“Isso é agravação.”

“Então quando é frustração?” Pergunta o filho.

O pai pega o telefone e disca pela terceira vez.
“Alô, aqui é Alf. Houve algum telefonema para mim?”


A Visão


A sarça-ardente pintada por Marc Chagal


A visão inaugural na qual Moshê foi designado para se tornar o moldador da Nação Judaica e seu eterno professor, deveríamos presumir, contém a essência do Judaísmo.



Moshê, pastoreando as ovelhas de seu sogro no deserto do Sinai, de repente avista uma sarça-ardente. “O anjo de D'us apareceu a Moshê numa tocha de fogo em meio a uma sarça-ardente,” lemos na porção Shemot. Ele viu e pasmem! O arbusto estava ardendo em fogo mas não era consumido. 

Moshê disse consigo mesmo: ‘Devo ir para lá e contemplar essa grande visão – por que o arbusto não está queimando com as chamas’”. Quando Moshê se aproximou da cena, D'us Se revela a ele, encarregando Moshê com a missão de liderar o povo judeu à redenção.

Qual era o simbolismo espiritual e psicológico por trás da visão de uma sarça-ardente?




Árvores Humanas e Arbustos



“O homem é uma árvore do campo,” declara a Torá. Todos os seres humanos são comparados a árvores e arbustos. Assim como as árvores e os arbustos, nós contemos raízes ocultas, motivos e impulsos enterrados por baixo do nosso ser consciente. Assim como as árvores e os arbustos, também possuímos uma personalidade que é exibida visivelmente, cada qual em forma e tipo diferente.

Alguns seres humanos podem ser comparados a árvores altas e esplendorosas, com troncos fortes envoltos por galhos, flores e frutos. Outros podem ser comparados a arbustos, plantas humildes, sem a estatura e majestade das árvores. Alguns indivíduos podem até se ver como moitas de espinhos, abrigando tensão e conflito mal resolvido. Como um espinho, seus conflitos e dificuldades são uma fonte de constante irritação e frustração, pois eles nunca se sentem contentes e completos consigo mesmos.

Todas as pessoas – todas árvores e arbustos – estão em chama. Cada pessoa possui um fogo ardente dentro de si, ansiando por um significado, compleição e amor. Assim como a chama de uma vela está para sempre lambendo o ar, subindo na direção do céu, também cada alma anseia por beijar o véu e tocar a textura de eternidade. Apesar disso, para muitas árvores humanas a chama anelante da alma é satisfeita e saciada pelo senso de realização espiritual e sucesso. Essas pessoas ficam contentes com suas conquistas espirituais; complacentes em seu relacionamento com D'us, satisfeitas com o significado e amor que encontram na vida.

As moitas de espinho humanas, por outro lado, vivenciam um destino diferente. Os espinhos dentro delas jamais lhes permitem ficar contentes com aquilo que são, e sonham com uma vida de verdade que sempre parece fugir- lhes. Assim, suas chamas de anseio jamais são saciadas. Elas ardem e ardem e seu fogo nunca cessa. Como a suprema paz que elas procuram permanece além delas, e a realidade e a profundeza de D'us sempre lhes foge, seu vazio interior jamais é preenchido, deixando-as humilhadas e sedentas, ardendo como uma chama sem trégua.

Com a visão que Moshê contemplou no deserto, foi mostrada a ele uma das verdades fundamentais do Judaísmo: mais do que em qualquer outro local, D'us está presente na chama da sarça-ardente. O pré-requisito para Moshê assumir o papel de eterno mestre do povo de Israel foi sua descoberta de que a verdade mais profunda de D'us é vivenciada na própria busca e anseio por Ele. No momento em que alguém sente que “Eu tenho D'us”, ele poderia ter tudo excepto D'us.


A Chave Mestra



Certa vez, o Baal Shem Tov disse ao Rabino Ze’ev Kitzes, um de seus discípulos mais antigos: “Você tocará o shofar para nós neste Rosh Hashaná. Quero que estude todas as meditações cabalísticas pertinentes ao shofar, para que medite sobre elas quando estiver tocando.”

Rabino Ze’ev aplicou-se à tarefa com entusiasmo, devido à magnitude da responsabilidade. Estudou os escritos cabalísticos que discutem o significado do shofar e seus segredos místicos. Preparou também uma folha de papel na qual anotou os pontos principais de cada meditação que precisaria refletir enquanto tocasse o shofar. Finalmente, chegou o grande momento. Era a manhã de Rosh Hashaná e Rabino Ze’ev subiu à plataforma no centro da sinagoga do Baal Shem Tov, cercado por um mar de pessoas. A um canto estava o Baal Shem Tov, a face em chamas. Um silêncio reverente encheu a sala em antecipação do clímax do dia – os toques e soluços pungentes do shofar.


 
Rabino Ze’ev colocou a mão no bolso e seu coração gelou: o papel tinha desaparecido. Lembrava-se clarament de tê-lo colocado ali pela manhã, mas agora se fora. Buscou na memória aquilo que tinha estudado, mas seu desgosto com as anotações perdidas lhe congelava a mente. Lágrimas de frustração lhe encheram os olhos quando viu que teria de tocar o shofar como um simplório, sem significado espiritual e êxtase.

Rabino Ze’ev tocou a litaia de sons exigidos pela Lei Judaica e voltou ao seu lugar, com um vazio profundamente calcado em seu coração.




Na conclusão das preces, o Baal Shem Tov aproximou-se de Rabino Ze’ev, que estava ali sentado, soluçando sob seu talit. “Gut Yom Tov, Reb Ze’ev!” ele exclamou. “Foi extraordinário o toque de shofar que escutamos hoje!”
“Mas Rebe… Por quê?…”

“No palácio do rei,” disse o Baal Shem Tov, “há muitos portões e portas levando a muitos salões e câmaras. Os seguranças do palácio têm muitas argolas grandes com muitas chaves, cada qual abrindo uma porta diferente. As meditações são chaves, cada qual abrindo uma porta em nossas almas, cada uma acessando outra câmara nos mundos superiores.







“Porém há uma chave que se encaixa em todas as fechaduras, uma chave mestra que abre todas as portas, que descerra para nós as câmaras mais recônditas do palácio Divino. Esta chave mestra é um coração partido.”



 Por Yosef Y. Jacobson







Fonte: