BORBA
Cidade portuguesa no Alentejo,
com 4.500 habitantes.
No contexto da Reconquista cristã da
península, Borba foi tomada por D. Afonso II aos Mouros em 1217. Para o seu
povoamento e defesa, o soberano doou estes domínios à Ordem de São Bento de
Avis, determinando a construção do castelo.
Compreendida no território lindeiro
disputado com Castela, sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), Borba passou de
vez para a posse de Portugal em virtude da assinatura do Tratado de Alcanises
(1297). Devido à sua importância estratégica, este soberano concedeu-lhe foral
(1302), época em que lhe ordenou o reforço das defesas (foral confirmado no
séc. XVI por D. Manuel I).
O crescimento da vila nos séculos XIV e
XV, proporcionado pela feira franca e pelo comércio de capitais e produtos,
atraiu uma comunidade de Judeus. Esta comunidade era constituída por indivíduos
que se instalou no centro urbano, vivendo do câmbio, do empréstimo a juros e
dos ofícios, tal como sapateiros, ferreiros, correeiros, oleiros, etc.,
distinguindo-se assim da maioria da população cristã que se dedicava à
agricultura. Sobre a comunidade judaica de Borba pouco ou nada se sabe para
além da sua existência documentada.
A localização da judiaria surge, à luz
dos dados actualmente conhecidos, bastante problemática. Partindo do
pressuposto que a comunidade judaica se instalou após o século XIV atraída pelo
comércio proporcionado pela feira franca então é aceitável que a Judiaria de
Borba estaria fora do perímetro urbano da época. Esta hipótese é atestada por
um documento datado de Agosto de 1448 em que se apreenderam:
"as casas de morada do
dicto Judas Pemço e de Samuel Pemço seu padre e fiador aas dictas sysas quessom
no arravalde da dicta villa de Borba na judiaria que foram avalhadas em dous
mill rreaaesbramcos".
Isto permitira localizar a judiaria no
arrabalde da vila e fora do perímetro urbano da época. Porém um outro
documento, datado de Setembro de 1442, localiza a Judiaria de Borba junto de
uma porta da muralha:
"huumas casas na Judiariade
Borba, jumto com a Porta, de Samuell Peemço, em dous mill rreaees".
Assim sendo, seguindo o modelo da
Judiaria de Portel, a Judiaria de Borba situar-se-ia no lado oposto à malha
urbana que se desenvolveu em direcção a Estremoz, ou seja, junto do alçado
Sudeste da muralha.
Nesse lado existia um único arruamento,
a Estrada de Vila Viçosa, próxima da actual Rua de São Sebastião, denominada
desta forma devido à Ermida com a mesma evocação construída no século XVII
(chamada "das Flores" antes da construção da referida ermida). Este
seria o local da judiaria.
A Judiaria de Borba foi
abandonada no século XVI e arrasada no XVIII com o plano urbanístico da vila
que reformou o seu lado oriental.
A existência da Sinagoga de Borba é
referida no século XV, nas confiscações que D. Afonso V fez aos Judeus para
pagar as suas dívidas e na doação, datada de Fevereiro de 1482, feita a Gomes
de Figueiredo dos direitos reais da Judiaria de Borba.
Fontes:
http://questomjudaica.blogspot.com.es/2013/11/borba.html
http://www.visitalentejo.pt/en/alentejo/experience/serra-d-ossa-and-the-zone-of-marble/
http://retratosdeportugal.blogspot.pt/2011/09/borba-porta-de-estremoz-e-muralhas-do.html
http://www.igogo.pt/igreja-de-sao-sebastiao-3/
http://www.portugalio.com/borba/rua-sao-francisco/
http://www.cmborba.pt/pt/conteudos/o%20concelho/historia/muralhas%20do%20castelo/muralhas%20castelo.htm
http://www.visitalentejo.pt/pt/catalogo/o-que-fazer/museus-e-locais-a-visitar/castelo-de-borba/
http://castelosdeportugal.com.sapo.pt/castelos/borba.htm
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