segunda-feira, 28 de abril de 2014

O campo de concentração de Buchenwald



Buchenwald é libertado 
(1945)


Vista do campo de Concentração de Buchenwald após ter sido libertado pelas Forças Aliadas. Buchenwald, Alemanha, depois de 11 de abril de 1945.



O campo de concentração de Buchenwald foi fundado em 1937 perto da cidade de Weimar, Alemanha. Cerca de 250.000 prisioneiros foram encarcerados neste campo até sua libertação em 1945.







Weimar é uma cidade alemã famosa pelos cidadãos de elevada cultura. Foi o lar de muitos dos membros mais intelectualizados da sociedade europeia. Entre outros, Goethe, Schiller, Franz Liszt e Bach viveram em Weimar.

Embora tecnicamente não fosse um campo de extermínio, cerca de 56.000 prisioneiros foram assassinados em Buchenwald (não incluindo muitos outros que morreram após ser transferidos para outros campos de extermínio). Morreram vítimas de cruéis experiências médicas, execuções sumárias, tortura, espancamentos, inanição e condições de trabalho sub-humanas. 










O campo também ficou conhecido pela sua brutalidade. Os guardas alemães forçavam os internos a comerem a sua magra porção de sopa sobre a lama no chão; deixavam-nos de pé ao frio do relento para congelarem até a morte; e chegaram a usar pele dos órgãos internos das vítimas para fazer cúpulas de abajur.








A 30 de Nissan de 1945 a Sexta Divisão Armada do Terceiro Exército dos Estados Unidos libertou o campo.

Dentre os presos mais famosos que estiveram em Buchenwald estão o Rabi Israel Meir Lau, ex-Rabino Chefe de Israel, e vencedor do Prémio Nobel, Elie Wiesel.



Um dos memoriais às vítimas deste campo.





Fontes:


domingo, 27 de abril de 2014

Polónia - 27 Nissan 5703



Levantamento do Gueto de Varsóvia 
(1943)


Edifício memorial às vítimas do gueto


No Verão de 1942, cerca de 300.000 judeus foram deportados de Varsóvia para Treblinka. Quando os relatórios do assassinato em massa no campo da morte chegaram ao Gueto de Varsóvia, começou a formar-se uma resistência armada, que conseguiu contrabandear uma pequena quantidade de armas para dentro do gueto. 




A 14 de Nissan de 1943, os 35.000 judeus remanescentes do gueto de Varsóvia (dos originais 450.000) organizaram um levante armado, e rechaçaram os nazis com uma chuva de balas quando estes foram para a remoção final de todos os judeus.





A resistência judaica durou 27 dias. Uma barricada heroica foi feita num bunker subterrâneo sob o nº 18 da Rua Mila, onde centenas de combatentes, incluindo o líder Mordechai Anielevicz, de 24 anos, encontraram a morte.



Um dos locais que serviu de esconderijo a alguns judeus


Embora o gueto tivesse sido incendiado inteiramente em 3 de Iyar, uns poucos sobreviventes se esconderam nos escombros e atiraram nos nazis por mais dois meses.



Em tributo ao levante, o governo israelita designou o dia 27 de Nissan como “Dia Oficial do Holocausto e Bravura”, e em muitas comunidades judaicas o dia é observado como um dia anual de recordação do holocausto.



Judeus trabalhando na construção de um muro ao redor da área do gueto de Varsóvia.



Um memorial num dos muros erguidos


Porém, devido à proibição haláchica de conduzir panegíricos e outros eventos de luto no mês festivo de Nissan, o Rabinato Chefe de Israel e muitas comunidades judaicas observam o dia 10 de Tevet como dia de luto e lembrança dos seis milhões, que inclui muitas pessoas cujo yahrtzeit (data de falecimento) permanece desconhecido.



Memorial aos resistentes do gueto de Varsóvia, Polónia.





Fontes:


sábado, 26 de abril de 2014

O Relato de Miriam Brysk - Palavras e Arte!





Yom Hashoah | 28 Nissan



Memória de pedra



Pedras que choram | Kaddish



A Morte de um Povo


 Ver todas as obras em simultâneo com o relato no link que se segue:



Yom HaShoah através de fotografias e músicas

Besamim!



Shavua Tov!



Pintura de Michoel Muchnik

Falecimento de Yehoshua ben Nun (1245 AEC)





No dia de hoje na história judaica | 26 Nissan 5774



Pintura de John Martin


Yehoshua (1355-1245 AEC), que assumiu a liderança do povo de Israel após o falecimento de Moisés e levou-os até a Terra Santa, faleceu em 26 de Nissan, aos 110 anos de idade, no 28º ano da sua liderança. 



Josué e o povo de Israel.

Pintura de Karolingischer Buchmaler, c.840


Foi sepultado na sua propriedade em Timnat-Serach, no Monte Ephraim.



Fontes:


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Candles/Chalá



Shabat Shalom!


Pintura de José Gurvich


Cartas de Lisboa | Kedoshim



Kedoshim|Pirquei Avot

Capítulo 1


















Este Shabat, o Povo Judaico em todo o mundo começa de novo a estudar o Pirquei Avot, uma secção especial da Mishná que foca em questões de valores e ética Judaica.


A narrativa do capítulo introdutório segue a transmissão da Torá através das gerações entrelaçada com os ensinamentos de alguns dos nossos maiores mestres e lideres. Ao cuidadosamente considerar um uso de palavras muito específico Dom Abarbanel levanta uma questão curiosa.


As primeiras cinco “transferências” de liderança da Torá são descritas como “entregues”. “Moisés recebeu a Torá no Sinai e entregou-a a Yehoshua..."




Contudo, depois de ter chegado aos “Homens da Grande Assembleia”, há uma súbita mudança de estilo. Ao passo que até aqui a enfase era no mestre, o enfase agora é colocado no discípulo, “Antigonos de Socho recebeu a tradição.”



Qual é a razão para esta súbita mudança? Por uma questão de consistência não seria de a Mishná usar apenas uma ou outra norma?


A explicação de Dom Abarbanel é simples e ao mesmo tempo de grande beleza. Um dos ensinamentos chave dos “Homens da Grande Assembleia” como fica descrito neste mesmo capítulo era “estabelecer muitos discípulos.”

Esta é a razão pela qual, diz Dom Abarbanel, imediatamente depois deste ensinamento e no resto da Mishná, apenas mencionamos o “recipiente” da Torá.

Para a continuidade do estudo da Torá, a enfase tinha de ser não no mestre como aquele que transmite a Torá mas sim no discípulo que a recebe.



Cortesia do Rabino
Eli Rosenfeld
Shabat Shalom!
chabadportugal.com



Imagens:
Pintura de Barbara Mendes e Wikipédia

Geviha Ben Pesisa - O 1º Advogado Judeu.




Os Egipcios “Exigem” Ouro e Prata
(Séc. 4 A.E.C)





Os representantes egípcios apareceram na corte de Alexandre o Grande, exigindo que os judeus pagassem restituição por todo o ouro e prata dos egípcios que levaram com eles durante o Êxodo.



Geviha, filho de Pesisa, (o primeiro advogado Judeu) um judeu simples mas sábio, pediu permissão aos sábios para apresentar a defesa em prol dos judeus.

Geviha pediu provas aos egípcios de que os judeus tinham fugido com sua fortuna. “O crime está claramente registado em sua Torá,” responderam alegremente os egípcios.



“Neste caso,” disse Geviha, “a Torá também diz que 600.000 judeus foram injustamente escravizados pelos egípcios durante muitos, muitos anos. Então vamos primeiro calcular quanto vocês nos devem…”

A corte concedeu três dias para os egípcios prepararem uma resposta. Quando foram incapazes de fazê-lo, fugiram no dia seguinte, 25 de Nissan, e jamais retornaram. Nos tempos talmúdicos, o dia em que a delegação egípcia fugiu era celebrado como um mini-feriado.



No dia de hoje da história judaica – 25 Nissan 5774

Através da :

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A Árvore de Anne Frank



Anne Frank Boom


A árvore de Anne Frank (castanheiro visto do sótão)


«Vou todas as manhãs ao sótão (…) onde respiro ar fresco. Do meu lugar favorito no chão vejo um pedaço de céu azul e o castanheiro sem folhas, em cujos ramos cintilam gotinhas, e vejo as gaivotas que, no seu voo planado, parecem de prata. (…) Enquanto me é dado ver e viver tamanha beleza, não devo estar triste». (Diário, 23 de Fevereiro de 1944)



     A árvore de Anne Frank (em holandês Anne Frank boom) é um Castanheiro-da-Índia de que Anne fala no seu famoso Diário, escrito entre de 12 de Junho de 1942 (data em que completa treze anos) e 1 de Agosto de 1944. 



Anne Frank com os pais e a irmã em 1941


     As raízes da família de Anne Frank remontam à Judengasse (Judiaria) de Frankfurt. Em 1933, a família, fugindo às perseguições nazis, refugia-se na Holanda, mais precisamente em Amesterdão. Invadida a Holanda pelos alemães, as perseguições aos judeus manifestam-se com uma tal violência que os Frank decidem passar à clandestinidade. Durante dois anos, de 1942 a 1944, os Frank vivem no Anexo, separados do mundo. Sob a ameaça constante de serem descobertos pela polícia, não podem sair à rua.



«Vim para o anexo quando tinha treze anos e, por isso, fui obrigada a reflectir mais cedo sobre o Mundo e a fazer a descoberta de mim mesma como de um ser humano que deseja ser independente.»


     Para Anne, de temperamento alegre e comunicativo, o isolamento e o medo sentido diariamente, fizeram com que amadurecesse prematuramente. Apesar das dificuldades vividas, esta criança de uma inteligência e de um espírito de observação invulgares, aprecia a vida e consegue experimentar momentos de felicidade. 



«…Quando lá fora se ouve o chilrear dos pássaros, quando se vêem as árvores a pintarem-se de verde, quando o Sol nos chama e o ar é todo ele azul, oh!, então os meus desejos são infinitos». (Diário, 14 de Abril de 1944)




Da esquerda para a direita, os amigos dos clandestinos do Anexo: Miep Gies, Johannes Kleiman (Otto Frank), Victor Kugler e Bep Voskuijl



     Os ocupantes do Anexo estão totalmente dependentes dos amigos que, com risco da própria vida, os socorrem. Estes trabalham todos no escritório da antiga empresa de Otto Frank, sendo os seus colaboradores mais próximos. Almoçam muitas vezes com os moradores do Anexo e é nessas ocasiões que discutem os problemas materiais dos clandestinos. Mas também abordam a situação política e os negócios de Otto Frank.


«Muitos amigos e conhecidos partiram para um destino terrível. Noite após noite, os carros verdes ou cinzentos do exército passam, batem às portas e perguntam se há judeus em casa. Se houver, toda a família é obrigada a segui-los imediatamente, se não houver, prosseguem caminho. (…) Ninguém escapa a este destino excepto se se esconder. (…) Ninguém é poupado: velhos, crianças bebés, grávidas, doentes, todos são conduzidos nesta viagem para a morte.» (Diário, 19 de Novembro de 1942)




Memorial do Campo de Bergen-Belsen



     No dia 4 de Agosto de 1944 a “Grüne Polizei” assaltou o Anexo e prendeu todos os seus habitantes. Posteriormente foram deportados para o campo de concentração de Westerbrok, na Holanda, e depois transferidos para Auschwitz, na Alta Silésia, nos princípios de Novembro de 1944. Edith Frank, a mãe, viria a morrer em Auschwitz, em Janeiro de 1945. Anne e a irmã seriam mais tarde deslocadas para o campo de Bergen-Belsen, no norte da Alemanha, onde viriam a morrer, em Março de 1945. Otto Frank, o pai, foi o único sobrevivente da família.






    Vítima de uma época de injustiças e violência, em que a amplitude da chacina de seres humanos por seres humanos não tem equivalente, Anne Frank tornou-se um símbolo. O seu Diário, traduzido em 67 línguas e que já vendeu 31 milhões de exemplares, ergue-se como uma voz contra os seus assassinos. A velha árvore com mais de 150 anos, que ela admirava a partir do sótão do Anexo, seria derrubada por uma tempestade que assolou Amsterdão em 2010. Todavia, do que restou dela nasceram vários rebentos, que por sua vez deram origem a várias árvores, entretanto plantadas pelo mundo fora. 




Marco de Canaveses, Janeiro de 2011



    Em 28 de Janeiro de 2011, na inauguração da exposição sobre Anne Frank em Marco de Canaveses, teve lugar a plantação de um rebento do castanheiro de que Anne fala no seu Diário. A árvore é um memorial para homenagear todas as crianças que, como Anne Frank, morrem vítimas de perseguição.




Hanna Pick no Yad Vashem, Março de 2012



     Na imagem acima podemos ver Hanna Pick (uma sobrevivente do Holocausto e amiga de Anne Frank), regando uma pequena árvore, igualmente um rebento do castanheiro de que Anne fala no seu Diário. A cerimónia teve lugar em 26 de Março de 2012, no Memorial das Crianças do Yad Vashem, em Jerusalém.






    Nos Estados Unidos, The Anne Frank Center USA é responsável pela distribuição e plantação de rebentos da “Árvore de Anne Frank” a várias instituições. No dia 30 de Abril do corrente ano, terá lugar em Washington, num dos relvados do Capitol, mais uma cerimónia de plantação de uma “Árvore de Anne Frank”. 




Em 4 de Abril de 1944, Anne escreveu: «Quero continuar a viver depois da minha morte». Cumpriu-se o seu desejo. Anne Frank vive e continuará a viver por muito tempo.



     Ao longo da história os judeus têm enfrentado muito sofrimento, sem, no entanto, se definirem por ele. Ao transmitirmos as nossas memórias às gerações mais novas, procuramos aprender com o passado, mas projectando sempre uma enorme esperança no futuro. Para os judeus a vida é uma dádiva e por isso deve ser celebrada. Assim, parece-nos apropriado terminar este artigo com música. Propomos a audição do Concerto em Dó maior para piano e orquestra de Haydn. O solista é Yoav Levanon (então com 8 anos de idade), acompanhado pela Orquestra de Câmara Franz Liszt, dirigida por Janos Rolla, num concerto que teve lugar em Agosto de 2012, na Sinagoga Dohány, em Budapeste, durante o Festival Judaico de Verão.





Yoav Levanon (8) Plays Haydn Concerto in Dohány Synagogue, Budapest



Este foi mais um magnifico presente da,

Sónia Craveiro

Muito obrigada


Beijinhos


Fontes:

“Diário de Anne Frank” (tradução de Ilse Losa), Edição «Livros do Brasil» Lisboa;
“Anne Frank – uma vida”, Fundação Anne Frank/Campo das Letras