Barcelos
Cidade portuguesa da região do
Minho com cerca de 20.600 habitantes.
Cidade
portuguesa no Distrito de Braga, região do Norte e sub-região do Cávado. O
município é limitado a norte pelos municípios de Viana do Castelo e Ponte de
Lima, a leste por Vila Verde e por Braga, a sueste por Vila Nova de Famalicão,
a sudoeste pela Póvoa de Varzim e a oeste por Esposende.
Ponte do Rio Cávado
Em 1177 Barcelos recebeu pelas
mãos de D. Afonso Henriques a carta foral e em 1227 a cidade começava a chamar
mais população.
A
existência de um bairro exclusivo para Judeus em Barcelos aparece documentada
em 1369 e estaria situado nas proximidades do Hospital, no eixo que ligava o
Lugar da Cruz à Praça da Vila.
Possuía
uma sinagoga e portões em cada extremidade. O edifício da Sinagoga situava-se
no lado poente, num local actualmente ocupado pelo edifício da Câmara Municipal.
Num dos arrabaldes da povoação estava o cemitério judaico, cujo local já não se
consegue identificar.
Câmara Municipal de Barcelos
A Judiaria de Barcelos ficava na
Rua Nova, que passou a chamar-se Rua dos Lanterneiros e atualmente é a Rua do
Infante D. Henrique.
Localização da judiaria
barcelense
Aquando
da Conversão a comunidade era pequena. Dois de seus membros eram vistos como
Rabinos: Mestre Thomáz da Victória e Isaac Cohen, ambos casados e com grande
descendência. Os outros eram Francisco Netto e a esposa Velida Ruiva, Micol e
Junca Montezinho, Velida e Isaac Rua, Rica e Mosén Montezinho, os castelhanos
Benvinda e Junca Bencatel; Salomão Pés e sua esposa Mazaltov (filha do Rabino
Cohen) e o casal Orovida e Santo Fidalgo – personagens deste ensaio
genealógico. A estes judeus se integravam um grupo de cristãos-novos, como a
família dos “Piolhos do Rabo”, vinda de Guimarães; dos “Salta em pé”, os
“Cains” e as irmãs tripeiras de Vitória Braga.
A
impressão é que os descendentes destes troncos judaicos se tinham integrado no
projeto da nacionalidade e religião única. Mesmo percebendo a hostilidade
local, basta destacar alguns apelidos dados ao membro da comunidade para sentir
este desprezo. Junte-se aos apelidos já citados, mais o “Capado” (Henrique
Gonçalves, filho de Salomão Pés e neto do Rabino Cohen), os “Pintadiabos”
(família de João Pires Nunes), dentre outros.
Porém
sessenta anos depois desta Conversão forçada e observado o prazo da tolerância para
a inserção, a Inquisição prendeu 23 cristãos-novos de Barcelos. Pelos
depoimentos é possível constatar que ainda restavam traços do Judaísmo nestas
pessoas.
Quase
todos ainda, “guordava ho sábado milhor q. pudia”, “assendia as suas candeias” e
vestiam, “camisas lavadas”.
Lembravam-se do Yom Kippur (Dia do Perdão),
“não comendo senão hua vez a noute”. Jejuavam várias vezes, o jejum da Rainha
Esther e, “o da destruição do tempollo de Jerusalém” (o 9 de Av). Observavam
o Pessach (Páscoa). Guiomar Fernandes casherizava (fazia a comida de acordo com
as leis alimentares judaicas), “desnervava a carne”.
Todos
acreditavam que “não era vyndo o mexias”. Maria
Zores acrescentava que “avia de vir ate ho anno de sessenta”.
SHEMTOV ben ABRAHAM, de BARCELOS,
avô de Joaquim
(Nabuco), de Sérgio, de Francisco (Buarque de Hollanda)....
Este
Título (termo usado em genealogia para designar o estudo de um ramo familiar) e
é dedicado aos descendentes brasileiros de um modesto judeu da cidade
portuguesa de Barcelos, que se converteu ao catolicismo em 1497, continuou em
Portugal e deixou grande descendência que se estendeu ao Brasil. É uma linhagem
católica, mas onde podem ser identificados os seus primos que continuaram judeus
noutras terras mais tolerantes.
Fontes:
GoogleMaps
Ziva,passei por estes lugares,lindos! amei conhecer mais sobre a história que permeou a vida judaica.
ResponderEliminarHola, soy de España. He descubierto que soy descendiente directo de Mestre Thomáz da Vitória porque sus descendientes fueron a Pontevedra (Galicia) y haciendo el árbol genealógico llegué hasta él. Soy descendiente de Guiomar Nunes, hija de Mestre Thomáz da Vitória. Me parece muy, muy interesante.
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