domingo, 31 de março de 2013

Um dia muito importante para Portugal!



Extinção da Inquisição


DIÁRIO DAS CORTES GERAES E EXTRAORDINARIAS DA NAÇÃO PORTUGUEZA.
NUM. 47
SESSÃO DO DIA 31 DE MARÇO DE 1821

(O documento é reproduzido com a grafia da época)



Decreto


As Cortes Geraes, Extraordinarias, e Constituintes da Nação Portugueza, Considerando que a existencia do Tribunal da Inquisição he incompativel com os principios adoptados nas Bases da Constituição, Decretão o seguinte:


1.°  O Concelho Geral ao Santo Officio, as Inquisições, os Juisos do Fisco, e todas as suas dependencias, ficão abolidos no Reyno de Portugal. O conhecimento dos Processos pendentes, e que de futuro se formarem sobre causas espirituaes, e meramente ecclesiasticas, he restituido á Juriadicção Episcopal. O de outras quaesquer causas de que conhecião o referido Tribunal, e Inquisições, fica pertencendo aos Ministros Seculares, como o de outros crimes ordinarios, para serem decididos na conformidade das Leys existentes.


2.°  Todos os Regimentos, Leys, e Ordens relativas á existencia do referido Tribunal, e Inquisições, ficão revogadas, e de nenhum effeito.


3.°  Os bens, e rendimentos, que pertencião aos dictos estabelecimentos, de qualquer natureza que sejão, e por qualquer titulo que fossem adquiridos, sejão provisoriamente administrados pelo Thesouro Nacional, assim como os outras rendimentos publicos.


4.º  Todos os Livros, e tudo Manuscriptos, Processos findos e tudo o mais que existir nos Cartorios do mencionado Tribunal, e Inquisções, serão remettidos á Bibliotheca Publica de Lisboa, para serem conservados em cautela na Repartição dos Manuscriptos, e inventariados.


5.°  Por outro Decreto, é depois de tomadas as necessarias informações, serão designados os ordenados que ficarão percebendo os Empregados que servirão no dicto Tribunal, e Inquisições.


A Regencia do Reyno assim o lenha entendido, e faça executar. Paço das Cortes 31 de Março de 1821. –Hermano José Braancamp do Sobral, Presidente – Agostinho José Freire, Deputado Secretario – João Baptista Felgueiras, Deputado Secretario.




 Fonte:
Por Terras de Sefarad

domingo, 24 de março de 2013

O dia de hoje na história judaica - 13 Nissan 5773




Berit de Avraham 
(1714 a.e.c.)

Berit de Yitschac aos oito dias de vida


Em 13 de Nissan de 2408 (1703 a.e.c.), D’us apareceu a Avram e mudou o seu nome para Avraham, (pai de uma multidão de nações) e ordenou-lhe que circuncidasse a si mesmo e a todos os membros de sua família e todos os futuros descendentes, com a idade de oito dias dizendo:


“Para que o meu pacto (berit) esteja em sua carne, como uma eterna aliança.”


Avraham tinha 99 anos na ocasião, e o seu filho Ishmael, treze. Yitschac, que nasceu um ano depois, foi o primeiro judeu a ser circuncisado aos oito dias de vida.


Avraham e Sarah
Pintura de Marc Chagall




Fonte:
http://www.pt.chabad.org/calendar/view/day.htm

sábado, 23 de março de 2013

Happy Passover to all of you!


Chag Sameach Pessach!




E que para o ano, em Israel!

Pinturas de Yoram Raanan




ZD

O dia de hoje na História Judaica - 12 Nissan 5773



D'us dá-nos sempre uma segunda oportunidade de sermos melhores, cabe a nós a decisão de a aceitarmos ou não! ZD

Adoece o Rei Hezekia (548 a.e.c.)
Rei Hezekia, (Ezequias), é rei de Judá

Neste dia, o Rei Hezekia, o mais notável de todos os reis da Judeia, ficou gravemente enfermo, e foi informado pelo Profeta Yeshayahu que morreria, pois Dús estava descontente com o facto dele nunca se ter casado. Ele recusou-se a casar porque tinha previsto profeticamente que os seus filhos levariam o povo judeu a pecar. Ele errou, pois cabe ao homem cumprir o mandamento de procriar, e o resto fica nas mãos de D’us.



Hezekia pediu ao Profeta para rezar por ele, mas este recusou-se, insistindo que o decreto era definitivo. O rei pediu ao Profeta para sair, dizendo que ele tinha uma tradição de seus ancestrais, de que uma pessoa jamais se deveria desesperar, mesmo que uma espada afiada estivesse na sua garganta. O Rei rezou a D’us e sua prece foi aceite. D’us enviou Yeshayahu para lhe comunicar que ele iria recuperar e que a sua vida seria prolongada por mais quinze anos. Hezekia, recuperou três dias depois, precisamente no primeiro dia de Pessach. Mas tarde o Rei desposou a filha do Profeta Yeshayahu.




Fonte:

http://www.pt.chabad.org/calendar/view/day.htm

quinta-feira, 21 de março de 2013

Sónia Craveiro!!!



 Hoje é o dia do seu aniversário!



Hoje, dia 21 de Março de 2013, o Eterna Sefarad é dedicado única e exclusivamente, à nossa amiga,

Sónia Craveiro.

Mazal Tov!

Que conte muitos mais sempre com essa força, com muito amor, com esse sorriso, muita saúde, paciência e dinheiro para gastos!!! 

(O que foi? Também faz falta a todos…certo???) J

Tenha um dia muito, muito feliz!
Beijinhos e um xi-coração muito forte!

ZD

terça-feira, 19 de março de 2013

Séparation des eaux sur terre - לילה טוב



Laila Tov!


Pintura de D’ Anastasio Michel




O dia de Hoje na história Judaica - 08 Nissan 5773





O banquete que durou 180 dias realizado pelo Rei Achashverosh acabou neste dia.

Achasverosh errou em seus cálculos sobre a data inicial profetizada por Yirmiyahu sobre a promessa da reconstrução do Templo Sagrado que se realizaria após 70 anos de exílio do povo judeu na Babilónia. Quando a data expirou, segundo seus cálculos, e os judeus não foram redimidos, ele divulgou que daria um grande banquete para celebrar a extinção dos judeus “Povo escolhido”. Durante os dias destas celebrações ele exibiu diversos adornos e utensílios que foram espoliados roubados do Templo Sagrado de Jerusalém pelo exército babilónico. 


Ler mais sobre o Rei Achashverosh: 



Fontes:
http://www.pt.chabad.org/calendar/view/day.htm


segunda-feira, 18 de março de 2013

O dia de hoje na história Judaica - 07 Nissan 5773







Dois dias antes da conclusão do período de luto de 30 dias após o falecimento de Moshê em 7 de Adar, Yehoshua despachou dois batedores – Caleb e Pinchas – ao outro lado do Rio Jordão para fazer o serviço de inteligência e preparar a batalha dos israelitas com a primeira cidade na conquista da Terra Santa. Em Jericó, eles foram ajudados e escondidos por Rahab, uma mulher que vivia dentro dos muros da cidade. (Rahab mais tarde casou-se com Yehoshua).



Fonte: 
http://www.pt.chabad.org/calendar/view/day.htm

Ver mais sobre esta passagem em:

http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=460&p=2


terça-feira, 12 de março de 2013

ELIAS, O PROFETA



ELIYAHU HA NAVI



Elias, o Profeta, 1927, Fritz Kredel (Haggadah Offenbach)


Este artigo, que é apenas um pequeno apontamento sobre Elias, abre com uma ilustração que representa Elias, o Profeta (Eliyahu ha Navi) na sua qualidade de mediador de paz. Refere-se à passagem de Malaquias 3: 23-24 – “Eis que vos mandarei o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Eterno. E ele fará volver o coração dos pais (para o Eterno) através dos filhos, e o coração dos filhos (para o Eterno) através dos pais, para que Eu não venha a desferir sobre esta terra uma destruição completa.”




O profeta Elias anuncia a chegada do Messias, Haggadah de Veneza, 1609


    Habitualmente a Haggadah descreve o profeta Elias soprando o shofar, enquanto conduz o Messias a Jerusalém. Na tradição judaica, Eliyahu é conciliador e mensageiro de boas notícias, como a chegada do Messias (Mashiach ben David) - “Aproximam-se os dias – diz o Eterno – em que escolherei, de entre os rebentos de David, um justo que governará como rei, que prosperará e saberá praticar a justiça e a rectidão na terra.” (Jeremias 23:5)


   O nome Eliyahu é composto pela palavra אלי (Eli, “meu D’us”), sendo as restantes letras יהו, o nome de D’us. No texto sagrado Elias é apresentado como um “Homem de D’us”, recipiente de uma graça divina e dotado de poderes sobrenaturais, que realiza milagres em várias ocasiões; alguns em lugares públicos, outros em ambientes privados. Acima de tudo, Elias é um paradigma do mais puro zelo pela fé judaica. 

Elias ocupa igualmente um lugar importante no Cristianismo e no Islamismo. 



Elijah meeting Ahab and Jezebel in Naboth’s vineyard, 1876, Sir Francis Bernard Diksee


     Elias, o Tesbita, de acordo com o “Livro dos Reis” (Sefer Melachim – I Reis e II Reis), foi um profeta da Terra de Israel (estava esta dividida em dois reinos – o do norte – o reino de Israel, e o do sul – o Reino de Judá), que viveu no século IX a. e. c., no reinado de Acab e da sua esposa fenícia, a rainha Jezabel. Jezabel, determinada em erradicar o culto ao Senhor e em fazer da adoração ao deus Baal a religião nacional de Israel, teve influência em Acab que, evidenciando fraqueza de carácter, mergulhou o seu reino numa crise espiritual profunda. Foi neste contexto que Elias e o seu discípulo Eliseu, defenderam ousadamente a fé no D’us único.

     Elias, convicto de que nenhum deus pagão era superior ao D’us de Israel e dispondo apenas da oração e da fé em D’us como armas para enfrentar o rei Acab e os 450 profetas de Baal, lutou corajosamente para que os israelitas reconhecessem a sua apostasia e assim fossem reconduzidos à fidelidade ao D’us de Israel. Já no Monte Carmelo podemos ouvir o profeta:

«E Elias dirigiu-se a todo o povo e disse: «Até quando ficareis saltitando entre dois pensamentos? Se o Eterno é D’us, segui-O! Mas se é Baal, segui-o! – e o povo não lhe respondeu nada. Então Elias disse ao povo: «Cá estou eu sozinho como profeta do Eterno frente aos 450 profetas de Baal.»
I Reis 18: 21-22





Elias e os profetas de Baal, 1545, Lucas Cranach, o Jovem


     Numa atmosfera de grande densidade dramática, Elias dirige uma prece a D’us, dizendo: «Ó Eterno, D’us de Abraão, de Isaac e de Israel! Hoje será reconhecido que Tu és D’us e que eu sou Teu servo e que fiz todas estas coisas conforme a Tua palavra. Responde-me, ó Eterno, responde-me, para que este povo reconheça que só Tu, ó Eterno, és D’us, e assim Tu farás voltar o seu coração desgovernado.»
I Reis 18: 36-37



É precisamente este, o texto de uma das Árias mais famosas da Oratória “Elijah, Op.70”, de Félix Mendelssohn, que o compositor alemão escreveu para o Festival de Birmingham, Inglaterra, em 1846. Propomos a sua audição, na voz do barítono Dietrich Fischer-Dieskau, no papel de Elias.


 No.14: Aria (bass) ELIJAH: Lord God of Abraham, Isaac and Israel, this day let it be known that Thou art God and I am Thy servant. Lord God of Abraham, oh show to all this people that I have done these things according to Thy word, oh hear me, Lord, and answer me. Lord God of Abraham, Isaac and Israel, oh hear me and answer me, and show this people that Thou art Lord God and let their hearts again be turned.




    O episódio do Monte Carmelo termina com o reconhecimento público do nome de D’us e a matança de todos os sacerdotes de Baal, o que motiva a sanha vingativa de Jezabel. Elias é forçado a fugir para o reino de Judá, para salvar a sua vida. Mas após ter caminhado um dia no deserto, sem comida, nem bebida, cansado e fraco, senta-se à sombra de uma árvore e, desmoralizado, pede a morte. É então visitado por um anjo, que o conforta e lhe sacia a sede e a fome.


     Mendelssohn utiliza neste episódio os três primeiros versículos do Salmo 121, produzindo um coral memorável (a cappella), que ficará conhecido por “Coro dos Anjos”. Vamos ouvi-lo, numa interpretação do coro de rapazes do King’s College de Cambridge.
Salmo 121: 1-3 - Um Cântico de Ascensão. Ergo meus olhos para o alto de onde virá meu auxílio. Meu socorro vem do Eterno, o Criador dos céus e da terra. Ele não permitirá que resvale teu pé, pois jamais se omite Aquele que te guarda





No.28: Chorus ANGELS: Lift thine eyes to the mountains, whence cometh help. Thy help cometh from the Lord, the Maker of heaven and esth. He hath said thy foot shall not be moved; thy Keeper will never slumber.




O arrebatamento de Elias, Guiseppe Angeli (1712-1798)


“E sucedeu que indo eles andando e falando, um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro, e Elias subiu ao céu num redemoinho. E Eliseu viu e exclamou: «Meu pai, meu pai! Ó carros de Israel e seus cavaleiros!» - e não o viu mais.”
II Reis 2:11-12

     Conforme se pode ler no texto bíblico, Eliyahu ha Navi ao deixar o mundo dos vivos, não desaparece como um comum mortal, mas sobe aos Céus numa carruagem de fogo.


     Na piedade judaica, o profeta arrebatado ao Céu vive no Paraíso, com os anjos, onde lhe é atribuída a responsabilidade de escrivão celestial, escrevendo os nomes dos justos e as suas boas acções no simbólico “Livro da Vida” (Sefer ha Chaim). Eliyahu não é uma personagem do passado: está vivo e acompanha o longo peregrinar de Israel, protegendo os judeus em cada geração; desce à terra em socorro dos necessitados, para nos lembrar que temos direito à esperança na justiça. 




Sobre Vitebsk, 1913-1914, Marc Chaggal


     Na pintura de Chaggal – Sobre Vitebsk (a cidade natal do pintor) -, a imagem de Eliyahu emerge na figura do Judeu Errante, passando por uma majestosa igreja russa e por um edifício vedado e encerrado (aparentemente uma sinagoga). O artista expressa desta maneira a vulnerabilidade da condição dos judeus ao tempo da sua infância, que como ele estavam na iminência de se tornarem refugiados. 




Fol.118v, Circuncisão (detalhe), Miscelânea Rothschild, Itália, c.1450-1480


   Mas Eliyahu não nos visita apenas em tempos conturbados; está igualmente presente nas celebrações, observando de perto as relações dos filhos de Israel com D’us. De acordo com a tradição judaica, Eliyahu é o guardião de todas as crianças judias e acredita-se que está presente em cada ritual de circuncisão – Brit Milah -, testemunhando a entrada de uma nova alma na Aliança entre D’us e o povo de Israel. 




A taça de Elias, 1935, Arthur Szyk


     No Seder de Pessach, é tradição reservar uma taça de vinho para Elias, a Kós Eliyahu, e deixar a porta aberta, para que o espírito do profeta possa entrar. De acordo com a lenda, Eliyahu retira uma gota de vinho de cada Seder no mundo, engarrafando-o de seguida, para depois o distribuir aos judeus pobres que não podem comprá-lo para os seus próprios Sidarim




Havdalah (detalhe), Haggadah Kaufamn, Catalunha, séc. XIV


    “Eliyahu ha Navi” é o título de um hino que se canta nas cerimónias de Brit Milah, do Seder de Pessach, mas também em Havdalah (separação), a cerimónia que é celebrada após o Shabat, para dar início à nova semana.

     Eliyahu ha Navi simboliza um traço de união entre gerações de judeus, através dos tempos. 


Eliyahu ha Navi, Eliyahu haTishbi/Eliyahu, Eliyahu, Eliyahu haGiladi/Bim-hera v’yameinu/Yavo eleinu/im Mashiach ben David, im Mashiach ben David.
Elias, o Profeta, Elias, o Tesbita, Elias, Elias, Elias, O Guiladita/Virá e anunciará, virá e nos trará/O Messias, filho de David, o Messias, filho de David.





Este magnífico artigo foi-nos oferecido pela nossa amiga
Sónia Craveiro,

Muito obrigada querida amiga
Beijinhos




Fontes:







Bíblia Hebraica, Editora & Livraria Sêfer Lda, São Paulo, Brasil