SALZEDAS
Freguesia portuguesa com cerca
de 770 habitantes pertencente ao concelho de Tarouca e situada na margem
direita do rio Varosa, região do Alto Douro.
Distando cerca de 10 km de Tarouca (sede do concelho), a
freguesia de Salzedas é formada pelas povoações de Cortegada, Meixedo,
Murganheira, Covais de Cima, Salzedas (Vila) e Vila Pouca. Situada na margem direita do rio Varosa tem como principal
actividade a agricultura (azeite, vinho, baga de sabugueiro, milho, centeio,
batata e árvores de fruto).
A sua origem remonta ao século XII, tendo aí sido
construído o Mosteiro cisterciense de Santa Maria de Salzedas, que chegou a ser
um dos maiores e mais ricos mosteiros portugueses.
Vista aérea de Salzedas com o
mosteiro
Em redor do Mosteiro de Salzedas e da Ponte e Torre da
Ucanha, ambos monumentos classificados, emergem a céu aberto os vestígios de uma
antiga judiaria (também conhecida como bairro do Quelho).
Mosteiro de Stª Maria de
Salzedas
A Judiaria de Salzedas é um conjunto maioritariamente
habitacional, com marcas da ruralidade em que foi gerada, evidenciadas por
alguns pisos térreos com a função de curro para animais, e onde a parte
residencial é limitada aos pisos superiores.
É possível visualizar vestígios de alpendres em madeira,
representativos da tradicional irregularidade própria dos materiais mais
antigos, bem como pequenos corpos avançados nos pisos superiores. Estes tinham
a função de aumentar ligeiramente o espaço interno, à custa de uma sobreposição
com o espaço público, também muito reduzido, formado e organizado em apertadas
e sinuosas artérias de comunicação.
A maior parte das edificações ao longo da Rua da Senhora do
Arco, Rua da Ramalha, Rua do Carvalho e Praça António Pereira de Sousa, estão
também dispostas de modo semelhante contribuindo para a homogeneidade do
conjunto.
No interior de um conjunto arquitectónico urbano mais vasto,
existem ruínas com inscrições e elementos de simbologia judaica, que podem
atestar e testemunhar a presença de Judeus em tempos remotos.
Este conjunto, em vias de classificação, desenvolve-se a
partir de curiosos arruamentos e apresenta-se como um dos mais autênticos e
importantes exemplares da arquitectura vernacular, de carácter urbano,
representando um excelente retrato do que seria uma urbe medieval. De traçado
muito irregular é moldado pelas construções que o compõem e permitem a
passagens de uns para outros através de invulgares passadiços, integrados nas
arquitecturas.
Nas vizinhas do Mosteiro de Salzedas e da magnífica Ponte e
Torre da Ucanha, ambos monumentos classificados, emergem a céu aberto os vestígios
de uma antiga judiaria. Sobreviveram aos séculos, e, de forma necessariamente
críptica, aos 300 anos em que vigorou o Tribunal do Santo Ofício.
Os tempos de hoje porém são-lhe mais do que nunca adversos.
Pior do que a estafada falta de verbas, que não falharam quando se tratou de
cobrir o país de inúteis e idiotas estádios de futebol usados uma só vez, é a
ignorância total de quem (des) governa.
Estes pólos de riquíssima tradição que seriam a galinha dos
ovos de ouro noutras regiões/países mais bem governadas, estão aqui muitas
vezes ao desbarato. E contudo, o turismo alimenta-se cada vez mais da cultura e
da diferença e necessariamente do bem sem preço que são os documentos em pedra
do nosso valioso património.
Fontes:
(Por Caeiro)
Google Earth
(Por Manuela
Gonzaga)
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