Mishpatim
Qual é a ligação entre processar alguém legalmente e animais perdidos? Esta é uma das muitas perguntas colocadas por Dom Abarbanel
sobre a Parsha da Torá desta semana.
Ainda
que a Parsha lide com um grande número
de tópicos, muitos deles apenas
vagamente relacionados, Dom Abarbanel no seu comentário concentra-se na localização específica de cada lei retirando lições e ideias da própria
estrutura da Parsha.
O capítulo 23 começa
com instruções aos juízes, instruções
que governam a sua abordagem a questões
de litígios e outras questões de tribunal. Uns versos depois, a Parsha parece
divergir ao mencionar a necessidade de ajudar a devolver um animal perdido ou
eextraviado, voltando à matéria inicial logo a seguir.
Qual é
a ligação entre estes dois tópicos? E que poderemos aprender pelo facto de que
são abordados juntamente? Dom
Abarbanel explica que a referência na Torá a “perdido” ou “ “extraviado”
tem a ver não apenas com animais, que obviamente precisam da ajuda ou de serem
devolvidos mas contem uma outra mensagem.
Naturalmente
que os juízes na sua sede de justiça precisam de se concentrar nas
reivindicações e evidências apresentadas, filtrando a verdade do meio de todas
elas. Mas tal não é suficiente, diz Dom Abarbanel.
Um juiz
ao inspeccionar os documentos que lhe são
apresentados tem de estar alerta para os que estão perdidos ou extraviados. Tal como um animal perdido ou
extraviado precisa de ser gentilmente guiado, o mesmo se passa no seio da justiça.
Muitas vezes,
apenas escutar não é suficiente. Se um juiz vê alguém que precisa de
ajuda para articular ou apresentar o seu caso, ele deverá ajudar.
E esta,
diz Dom Abarbanel, é a razão para a justaposição
dos dois tópicos. A Torá está-nos a dizer que objectos perdidos podem assumir
muitas formas distintas e não apenas formas físicas. Até mesmo uma potencial reivindicação legal tem de ser considerada de forma cuidadosa para
garantir que nada será perdido para o seu legítimo dono.
Cortesia de
Rabino
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com
Shabat Shalom!
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