Naftali Herstik, Alberto Mizrachi, Benzion Miller with
the Neimah Singers
Tumbalalaika
Após a expulsão dos judeus de Espanha pelos "Reis Católicos" através do Decreto de Alhambra
de 1492, cerca de 130.000 fugiram para
Portugal, onde haveria um número semelhante de judeus portugueses.
Em 1496/1497,
no reinado de D. Manuel I,
todos eles seriam obrigados à conversão ao catolicismo, quer fossem judeus
portugueses ou espanhóis. Começava a perseguição ativa aos judeus em Portugal,
que se iria consolidar com a entrada em funcionamento em 1540
do Tribunal da Inquisição, que
perdurou até 1821.
Foi a partir daqui que se falou dos chamados "cristãos-novos", ou seja, os
descendentes dos judeus convertidos à força. Foram perseguidos e oprimidos, por
várias razões. Muitas vezes por inveja do seu poder económico — a Igreja
Católica desempenhava um papel desencorajador da atividade económica, proibindo
a usura — ou cultural — grande parte dos judeus sabia ler, ao contrário a
esmagadora maioria dos católicos era analfabeta.
Por volta de 1596, muitas famílias
portuguesas de ascendência judaica, cansadas da opressão em Portugal e
desejosas de voltar a praticar abertamente a sua religião, rumaram a Amsterdão
(entre muitos outros destinos de refúgio).
Nessa altura, entre 1580
e 1640, Portugal pertencia à União Ibérica
da Dinastia Filipina,
uma aliança de tradição católica, em guerra aberta com a Inglaterra (ver: Armada Invencível)
e a Holanda, países
protestantes. A Holanda, país onde a Reforma Protestante
ganhara muitos adeptos, tinha sido um território dependente da Espanha católica, e lutava agora pela
independência política e religiosa (ver: Guerra dos 80 Anos,
a guerra da independência holandesa).
Os judeus ibéricos (os chamados Sefarditas) em breve se tornariam uma
minoria, com o afluxo de judeus dos territórios da Europa de Leste (os chamados
Asquenazis), mais numerosos mas
normalmente mais pobres do que os "Portugueses", que ganharam na
Holanda um rótulo de gente de cultura, de dinheiro e influência política. Hoje,
os nomes de família portugueses na Holanda (muito poucos, depois da invasão
pela Alemanha na Segunda Guerra
Mundial mais de 80% dos judeus holandeses foram exterminados pelos nazis)
têm ainda uma aura de prestígio, intimamente ligado ao afluxo de judeus
portugueses nos séculos XVI e XVII.
Os judeus portugueses desempenharam um papel importante no
desenvolvimento cultural e económico da República dos Países Baixos. Desfrutaram ali da liberdade
de culto e de expressão, invejáveis para a maioria dos judeus nas restantes
partes do mundo.
A 12
de Setembro de 1670 o terreno foi comprado para a construção da Sinagoga
Portuguesa de Amsterdão. Foi projectada pelo arquitecto holandês Elias Bouman.
As
obras começaram a 17 de Abril de 1671. A esnoga seria inaugurada a 2 de Agosto
de 1675. Ainda hoje o Sefardi é utilizado como língua litúrgica.
A comunidade judaica portuguesa produziria muitas figuras de
renome nacional e internacional, rabinos, eruditos, filósofos, banqueiros,
fundadores de companhias de comércio internacional: Grácia Nasi, Isaac de Pinto, David Ricardo, Menasseh ben Israel,
Isaac Aboab da
Fonseca, Uriel Acosta, Baruch de Espinoza,
entre outros.
Ver mais em:
Sem comentários:
Enviar um comentário