terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sinagoga de Amsterdão - Holanda




Naftali Herstik, Alberto Mizrachi, Benzion Miller with the Neimah Singers


Tumbalalaika




Após a expulsão dos judeus de Espanha pelos "Reis Católicos" através do Decreto de Alhambra de 1492, cerca de 130.000 fugiram para Portugal, onde haveria um número semelhante de judeus portugueses.
Em 1496/1497, no reinado de D. Manuel I, todos eles seriam obrigados à conversão ao catolicismo, quer fossem judeus portugueses ou espanhóis. Começava a perseguição ativa aos judeus em Portugal, que se iria consolidar com a entrada em funcionamento em 1540 do Tribunal da Inquisição, que perdurou até 1821.

Foi a partir daqui que se falou dos chamados "cristãos-novos", ou seja, os descendentes dos judeus convertidos à força. Foram perseguidos e oprimidos, por várias razões. Muitas vezes por inveja do seu poder económico — a Igreja Católica desempenhava um papel desencorajador da atividade económica, proibindo a usura — ou cultural — grande parte dos judeus sabia ler, ao contrário a esmagadora maioria dos católicos era analfabeta.


Por volta de 1596, muitas famílias portuguesas de ascendência judaica, cansadas da opressão em Portugal e desejosas de voltar a praticar abertamente a sua religião, rumaram a Amsterdão (entre muitos outros destinos de refúgio).

Nessa altura, entre 1580 e 1640, Portugal pertencia à União Ibérica da Dinastia Filipina, uma aliança de tradição católica, em guerra aberta com a Inglaterra (ver: Armada Invencível) e a Holanda, países protestantes. A Holanda, país onde a Reforma Protestante ganhara muitos adeptos, tinha sido um território dependente da Espanha católica, e lutava agora pela independência política e religiosa (ver: Guerra dos 80 Anos, a guerra da independência holandesa).

Os judeus ibéricos (os chamados Sefarditas) em breve se tornariam uma minoria, com o afluxo de judeus dos territórios da Europa de Leste (os chamados Asquenazis), mais numerosos mas normalmente mais pobres do que os "Portugueses", que ganharam na Holanda um rótulo de gente de cultura, de dinheiro e influência política. Hoje, os nomes de família portugueses na Holanda (muito poucos, depois da invasão pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial mais de 80% dos judeus holandeses foram exterminados pelos nazis) têm ainda uma aura de prestígio, intimamente ligado ao afluxo de judeus portugueses nos séculos XVI e XVII.
Os judeus portugueses desempenharam um papel importante no desenvolvimento cultural e económico da República dos Países Baixos. Desfrutaram ali da liberdade de culto e de expressão, invejáveis para a maioria dos judeus nas restantes partes do mundo.


A 12 de Setembro de 1670 o terreno foi comprado para a construção da Sinagoga Portuguesa de Amsterdão. Foi projectada pelo arquitecto holandês Elias Bouman.




As obras começaram a 17 de Abril de 1671. A esnoga seria inaugurada a 2 de Agosto de 1675. Ainda hoje o Sefardi é utilizado como língua litúrgica.


Interior da sinagoga



A comunidade judaica portuguesa produziria muitas figuras de renome nacional e internacional, rabinos, eruditos, filósofos, banqueiros, fundadores de companhias de comércio internacional: Grácia Nasi, Isaac de Pinto, David Ricardo, Menasseh ben Israel, Isaac Aboab da Fonseca, Uriel Acosta, Baruch de Espinoza, entre outros.




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