“O
mar de José”
Bahr Youssef, que
traduzido do árabe quer dizer literalmente “caminho de água de José”, é um canal
que liga o rio Nilo ao lago Moeris, que fica no oásis el-Fayoum, a 80km a
sudoeste do Cairo, no Egito.
Esta gigantesca obra de
engenharia permitiu controlar os recursos de água do Egito e teve um impacto
importantíssimo na economia do país. Foram igualmente criados sistemas de
irrigação, através de uma rede de canais subsidiários que duplicaram a extensão
de terra arável, o que naturalmente potenciou o desenvolvimento da agricultura
no Egito.
Barh
Youssef, paralelo ao Nilo, como um gémeo do grande rio, ainda existe, continuando
a alimentar de água o lago Moeris, hoje mais pequeno e que dá pelo nome de
Birket el-Qarun, ou Lago Karoum.
Os historiadores relatam que José, à época
já com 100 anos de idade, mantinha uma posição ainda relevante na corte. Os
outros vice-reis e demais oficiais da corte, invejando José, persuadiram o
faraó de que José deveria demonstrar o seu valor, para continuar a beneficiar
do estatuto de privilégio que mantinha. Quando o faraó concordou, os vice-reis
propuseram um projeto impossível: converter o deserto numa área fértil.
“Inspirado por Deus”, José conseguiu em
1000 dias completar a obra, contrariando assim os seus detratores. As águas
frescas que caem em cascata das montanhas da Etiópia e da Núbia, fluíram
generosamente para o grande lago artificial – o lago Moeris. A tarefa de José
tinha sido cumprida e o deserto floresceu.
Com os agradecimentos a Sónia Craveiro que me presenteou com este artigo.
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