domingo, 19 de fevereiro de 2012

Bahr Yousseff





“O mar de José”



Bahr Youssef, que traduzido do árabe quer dizer literalmente “caminho de água de José”, é um canal que liga o rio Nilo ao lago Moeris, que fica no oásis el-Fayoum, a 80km a sudoeste do Cairo, no Egito.

 Nos tempos pré-históricos era um ramo natural do Nilo, que durante as cheias criava um lago. Nos inícios da 12ª dinastia, há cerca de 2300 anos antes da era comum, o “caminho de água” foi escavado, alargado e aprofundado; o oásis el-Fayoum foi desenvolvido e o lago ficou maior, servindo de reservatório de água para ser usada em períodos de seca.





Esta gigantesca obra de engenharia permitiu controlar os recursos de água do Egito e teve um impacto importantíssimo na economia do país. Foram igualmente criados sistemas de irrigação, através de uma rede de canais subsidiários que duplicaram a extensão de terra arável, o que naturalmente potenciou o desenvolvimento da agricultura no Egito.


Barh Youssef, paralelo ao Nilo, como um gémeo do grande rio, ainda existe, continuando a alimentar de água o lago Moeris, hoje mais pequeno e que dá pelo nome de Birket el-Qarun, ou Lago Karoum.
O egiptólogo Samuel Kurinsky, apoiado nas investigações do linguista e académico especializado em assuntos bíblicos Zaccariah Sitchin, defende que historiadores árabes, não só, atribuem o projeto ao patriarca José, como reportam as circunstâncias em que o mesmo foi realizado.
Os historiadores relatam que José, à época já com 100 anos de idade, mantinha uma posição ainda relevante na corte. Os outros vice-reis e demais oficiais da corte, invejando José, persuadiram o faraó de que José deveria demonstrar o seu valor, para continuar a beneficiar do estatuto de privilégio que mantinha. Quando o faraó concordou, os vice-reis propuseram um projeto impossível: converter o deserto numa área fértil.
“Inspirado por Deus”, José conseguiu em 1000 dias completar a obra, contrariando assim os seus detratores. As águas frescas que caem em cascata das montanhas da Etiópia e da Núbia, fluíram generosamente para o grande lago artificial – o lago Moeris. A tarefa de José tinha sido cumprida e o deserto floresceu.

Com os agradecimentos a Sónia Craveiro que me presenteou com este artigo.

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