A ORIGEM DO CONCEITO
Num período de dois anos, entre 1913 e
1915, a América seguiu atentamente uma dura batalha judicial que haveria de
mudar radicalmente a forma como as mulheres eram encaradas nos locais de
trabalho.
Uma professora de Nova Iorque foi despedida
a 22 de Abril de 1913 por estar grávida, com as autoridades escolares a
defenderem o despedimento com base em
“negligência do dever com o propósito de dar à luz”.
Numa atitude rara para a época, a
professora não aceitou a decisão dos seus superiores e levou o caso a tribunal.
Dois anos depois, o processo acabaria por instituir as bases de um direito que
alastraria por todo o globo: a
licença de parto. Esta professora, uma sefardita de ascendência
portuguesa e membro da comunidade de judeus nova-iorquinos, chamava-se Bridget
Peixotto e foi pioneira na
luta pelos direitos laborais das mulheres.
Finalmente, em Janeiro de 1915, Bridget
Peixotto foi reabilitada nas suas funções prévias com salário pago por completo.
Três anos depois, em 1918, tornou-se directora da escola, mantendo-se no
magistério primário em Nova Iorque até se reformar, em 1948, quando atingiu a
idade limite de 70 anos.
Bridget
Peixotto faleceu a 10 de Abril de 1972, em Nova Iorque, aos 94 anos de
idade, deixando um legado invejável. No obituário que lhe dedicou dois dias
após o seu falecimento, o New York
Times afirmava que ela era “responsável
pela institucionalização da licença de parto por todo o país e pelo mundo.”
O seu caso permitiu que largos milhares de mulheres pudessem tirar uma licença
para dar à luz. A decisão motivou também alterações no sistema do sector
privado, fazendo com que hoje seja perfeitamente normal que uma mulher possa
manter o emprego quando fica grávida.”
Artigo enviado pela minha querida amiga Sónia Craveiro.
Adaptado de:
Fig.1: Bridget Peixotto com a filha Helen Esther
Peixotto
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