Židovské
Muzeum v Praze
Jovem
não identificada, Praga, 1942-1945
Museu
Judaico de Praga
O Museu Judaico de Praga foi
fundado em 1906, com o objetivo de preservar artefactos valiosos das sinagogas
de Praga que foram demolidas aquando da reconstrução da “cidade judaica”
(Josefov), que teve lugar entre finais do século XIX e princípios do século XX.
Após a ocupação nazi da Boémia e da
Morávia, em 15 de Março de 1939, o Museu foi encerrado. Em 1942, os nazis autorizaram
a criação do Museu Central Judaico, que passaria a reunir todo o espólio das
comunidades judaicas da Boémia e da Morávia, entretanto liquidadas.
Praga,
Av. Venceslau (Vaclavské Naměstí) depois da batalha de 1945
O colapso do regime comunista em 1989
criou as condições necessárias que conduziram a uma mudança no estatuto do
Museu. A 1 de Outubro de 1994, os edifícios, bem como as coleções do Museu,
retornaram, respetivamente, para a Comunidade Judaica de Praga e para a
Federação das Comunidades Judaicas da República Checa.
Atualmente as exposições do Museu Judaico
de Praga estão situadas em seis locais históricos: a Sinagoga Maisel, a
Sinagoga Espanhola, a Sinagoga Pinkas, o Velho Cemitério Judeu, a Sinagoga
Klausen e o Salão Cerimonial Judaico.
SINAGOGA
MAISEL
A Sinagoga Maisel foi construída entre
1590 e 1592, pelo então presidente da Câmara Judaica de Praga, Mordechai
Maisel, que financiou uma profunda reconstrução renascentista do gueto. Vítima
de um incêndio em 1689, que a deixou seriamente danificada, foi reconstruída em
finais do século XIX em estilo neogótico. Da sua disposição renascentista de
origem, conservou-se o plano de três naves, com uma galeria para mulheres na
nave central.
A exposição permanente da Sinagoga
Maisel está sujeita ao tema “História dos Judeus da Boémia e Morávia – Parte I
– entre os séculos X e XVIII”.
SINAGOGA
ESPANHOLA
A Sinagoga Espanhola foi construída entre
1868 e 1893, no sítio da “Velha Shull – Templo da Sociedade Israelita de
Serviço Regular”. Foi na “Velha Shul”, que František Škroup, compositor do Hino
Nacional Checo, serviu como organista entre 1836 e 1845. A Sinagoga Espanhola
foi desenhada em estilo mourisco e a decoração do interior é de motivos
islâmicos estilizados.
A exposição permanente da
Sinagoga Espanhola está sujeita ao tema “História dos Judeus da Boémia e
Morávia – Parte II – da Emancipação ao Presente”.
SINAGOGA
PINKAS
Em 1535, Aron Mešullam Zalman Horowitz (Hořovský), um dos homens mais
ricos e influentes da Comunidade Judaica de Praga, mandou construir uma
sinagoga privada, entre a sua residência e o Cemitério Judeu. O seu neto, o
rabino Pinkas Horowitz, chamou-lhe Escola Pinkas.
A sinagoga é dedicada à memória dos cerca de 80000 judeus da Boémia e
Morávia, assassinados pelos nazis no período da Segunda Guerra Mundial. Os
nomes das vítimas, datas de nascimento e morte, assim como o local de
deportação, estão inscritos nas paredes da sinagoga.
Margit
Koretzová, Borboletas, Terezín,
1942-1944
VELHO
CEMITÉRIO JUDEU
Túmulo
do rabino Loew (1609)
O Velho Cemitério Judeu é da primeira metade do século XV e tem mais de
20000 sepulturas. O túmulo mais antigo, que marca a sepultura do poeta e rabino
Avigdor Karo, data do ano de 1439. Das várias personalidades sepultadas no Velho Cemitério Judeu, podemos
citar: o presidente da Câmara Judaica Mordechai Maisel (1601), o matemático e
astrónomo David Gans (1613), ou o académico e historiador Joseph Solomon
Delmedigo (1655). A personalidade mais proeminente sepultada neste cemitério, é
sem dúvida o grande académico religioso, professor e rabino Judah Loew ben Bezalel,
conhecido por Rabi Loew (1609), cujo nome ficou para sempre associado ao Golem.
Foram realizados funerais neste cemitério
até 1787.
SINAGOGA
KLAUSEN
A Sinagoga Klausen está situada
junto à entrada do Velho Cemitério Judeu. “Klausen” (plural da palavra alemã
“klaus”), foi o nome dado a três pequenos prédios por Mordechai Maisel,
presidente da Câmara Judaica, que os mandou erigir em honra do imperador
Maximiliano II, quando este visitou o gueto de Praga em 1573. Era a maior
sinagoga do gueto e onde funcionava a Sociedade Funerária Judaica (Chevrá Cadishá).
Na nave principal da Sinagoga Klausen está patente a exposição
permanente sujeita ao tema: “Costumes e Tradições Judaicos – Parte I – a
Sinagoga e as Festas Religiosas”. Na galeria está a segunda parte da exposição,
com o título “Ciclo de Vida”, que vai da circuncisão (Brit Milá), passando pela cerimónia em que o rapaz é declarado Bar Mitzvá (Filho do Mandamento),
casamento, leis do kashrut, ou
receitas de Pessach.
SALÃO
CERIMONIAL JUDAICO
O edifício, construído entre
1911 e 1912, em estilo pseudo Romanesco, integra o antigo Salão Cerimonial e
Casa Funerária de Praga/ Chevrá Cadishá,
fundada em 1564. A exposição permanente está subordinada ao tema “Ciclo de Vida
– Parte II – Doença e Morte”.
Carregando
o morto
Lavagem
ritual do corpo
ALGUMAS
PEÇAS DO MUSEU
Taça
do Rabi Loew, prata, séc. XVI/XVII
Lâmpada
de Hanucá, prata, 1873
Sagradas
Escrituras, 1894
Casaco
de criança, período da ocupação nazi
Hoje, a comunidade judaica de
Praga, tem uma atividade vibrante e de aproximação a outras comunidades
religiosas. Como exemplo, apresentamos um dos muitos concertos, que ocorrem
regularmente na Sinagoga Espanhola (Španělská Synagoga), num evento muito
especial: um concerto organizado conjuntamente pela Sinagoga Espanhola e pela
Igreja do Espírito Santo de Praga – Concert Light of Understanding/Koncert
Světlo Porozumění.
Este artigo foi elaborado na íntegra
pela minha querida e incansável amiga,
Sónia Craveiro
Sei que para ela é um prazer presentear-nos
com os seus excelentes trabalhos. O lema desta Senhora professora é a Partilha.
Muito obrigada,