Shemini
Muitas das leis
de kashrut são-nos ensinadas na parsha de Shemini.
Um animal kasher é definido como tendo
"um casco rachado que é completamente dividido em dois cascos", e ao
mesmo tempo que “regurgita a sua ruminação” (Vayikra 11:3)
Exemplo: Vaca,
Cabra e Ovelha
Do mesmo modo, peixe kasher é
reconhecível por duas marcas de identificação, já que a Torá nos diz que todos
os peixes kasher têm “guelras e escamas". (Vayikra 11:12)
No que toca a aves, contudo, a coisa é
mais complicada. Em vez de nos dar os indicadores do kashrut das aves, a Torá
dá-nos uma lista. "De entre as aves, considerem os seguintes … que não poderão ser comidos." (Vayikra 11:13)
A Torá continua listando todos as aves
que não são kasher deixando as restantes, aquelas que não estavam na lista,
como sendo kasher.
Dom Abarbanel questiona esta abordagem.
"Porque é que a Torá não nos dá as marcas de kashrut para as aves como faz
para os peixes e animais?”
De facto, Dom Abarbanel cita o Talmude
(Chulin 59a) onde se descrevem certas características das aves kasher. Não são
aves de rapina diz o Talmude, e as aves kasher têm uma parte do seu sistema
digestivo a moela com uma fina camada superficial que pode ser retirada e tem
um dedo do pé extra.
Se este é o caso, porque é que a Torá
decide não menciona estes sinais e nos deixa simplesmente usar uma lista?
Dom Abarbanel reconhece que talvez a
Torá quisesse apenas usar marcas que fossem obviamente visíveis em contraste
com as aves kasher que requerem análise de comportamento e diferenças internas.
O Rebbe Lubavitcher oferece uma
abordagem diferente em relação à necessidade de usar uma lista e das razões
porque a Torá identifica as aves kasher deste modo.
Ao contrário de marcas óbvias que podem
ser sempre identificadas, uma lista requer que a tradição desta informação seja
passada de geração em geração.
Para se saber quais são as aves kasher e
as que não são kasher é necessário aprender e ensinar esta lista. Na realidade,
diferentes comunidades em pontos diferentes do mundo, têm listas de aves que
são diferentes dependendo das suas tradições.
Ainda que independentemente, o conhecimento
e o estudo sejam vitais, a continuidade do Judaísmo depende também da
transmissão da tradição oral de uma geração para a outra.
Ao nos dar a lista, a Torá
recorda-nos a importância da tradição e da ligação de tudo o que fazemos para a
manter, tal como fizeram os nossos líderes e mestres de todos os tempos; de
geração em geração.
Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com
Fontes das
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