quinta-feira, 13 de março de 2014

Obras sobre os Marranos por:






Cecil Roth, nasceu Londres, no ano de 1899 e faleceu em Jerusalém, no ano 1970. Foi historiador e um académico britânico de religião judaica.

Retrato de Cecil Roth, o artista não identificado, Cecil Roth coleção, Beth Tzedec Congregação de Toronto, Reuben & Helene Dennis Museu





Estudou na Universidade de Oxford onde se doutorou em 1924, foi professor assistente em Estudos Judaicos em Oxford entre 1939 e 1964. Depois foi professor visitante na Universidade Bar-Ilan, em Israel (1964 – 1965), e na City University of New York  (1966 – 1969).




Foi editor da "Encyclopaedia Judaica" desde 1965
até à sua morte.




A sua obra compreende mais de 600 publicações, incluindo histórias dos judeus em Inglaterra (1941), em Itália (1946), História dos Marranos (3ª edição 1966), Os Judeus no Renascimento (1959), Arte Judaica (1961), Os Manuscritos do Mar Morto (1965).


Cecil Roth e as suas obras
sobre os Marranos


Muitos e variados escritores estrangeiros têm produzido livros sobre os marranos portugueses, uns fixando alguns detalhes sobre a vida dos cripto-judeus lusitanos, bordando varias considerações sobre a sua psicologia, e dando indicações sobre a melhor forma de os conduzir ao judaísmo oficial; outros limitam-se a fixar o resultado da sua observação, coada através a sua sensibilidade pessoal, em narrações um tanto fantasistas, românticas ou poéticas.

Várias notabilidades judaicas vieram a Portugal estudar o problema dos marranos, tendo tido eu o prazer e honra da sua visita.

Todas fizeram a sua crítica ao meu trabalho na Obra do Resgate, e apresentaram a sua fórmula para resolução do problema. Essa crítica, umas vezes apresentada por uma forma extremamente gentil e delicada, outras vezes de forma tal, que, apesar do emprego de frases de bom-tom usadas em sociedade, não podiam deixar de manifestar certa censura ao meu modo de actuar. Todas estas pessoas conhecendo meios judaicos muito diferentes do meio marrano julgavam que era possível aplicar aqui os meios úteis para essas velhas. Comunidades israelitas, mas que de nenhum efeito são no problema marrano.

Um Rabbí distinto, Dr. Sola Pool, Rabbi-mor das congregações luso-hispânicas do Norte da América, por ocasião da sua visita ao Porto, onde falou com vários marranos proferiu a seguinte opinião:- "a questão dos marranos não é uma questão de dinim, (preceitos), mas uma questão de psicologia".

Boa sentença baseada numa boa observação. E assim é. Todo o marrano que se sente judeu por activismo, mas que ignora o judaísmo oficial, quer que lhe falem à sua alma, que o convençam da grandeza espiritual da sua crença ancestral e que lhe forneçam elementos de defesa da sua fé perante o cristianismo que o assedia.

Em vez disso o que fazem alguns salvadores de marranos? Pretendem resolver o problema com indivíduos que sabem de Shehitah (Degoladura de Animais), coisa essencial numa velha Comunidade onde problemas importantes dessa ordem são tratados, mas que numa comunidade marrana esses problemas não têm aplicação, porque tendo esses judeus de raça vivido durante séculos afastados do formalismo judeu oficial não sentem esses problemas complicados. A fórmula ritual é indispensável para criar unidade religiosa, também para a fixação material da espiritualidade da sua fé. 

Falar a almas sedentas de pão de espírito apenas do modo como se deve comer dá o triste resultado de haver famílias cripto-judaicas, cujo idealismo israelita foi apunhalado pela desilusão causada pelo ensino dum shohet judeu, que se intitulava Rabbi.


E esta obra continua... Para que este artigo não fique muito extenso, convido-vos a consultarem a fonte do mesmo, onde poderão ficar a conhecer um pouco mais deste tão interessante trabalho. ZD







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