quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Tudo azul em Safed!




“Cidade da Cabala”


Panorama do bairro da Cidade dos artistas – A parte antiga de Safed.


Durante o século XIX a população de Safed conheceu vários altos e baixos, que culminaram com o terremoto de 1837. A comunidade judaica, que contava 1.500 pessoas em 1837, viu-se reduzida a meras 400 pessoas. Em seguida o governo turco beneficiou da cidade e novos imigrantes afluíram levando a população judaica a 2.100 pessoas em 1856, 6.620 em 1895 e onze mil em 1913.



O antigo bairro judeu da Cidade Velha - Safed


Com a Primeira Guerra Mundial a cidade, que vivia da ajuda que recebia da Europa, viu-se cortada de sua fonte de sustento e a população foi dizimada pela fome e pelas doenças.

Em 1918 foi ocupada pelas tropas britânicas do general Allenby. Durante o mandato britânico as condições dos judeus de Safed se deterioraram novamente e eles passaram a ser menos de dois mil dos doze mil habitantes da cidade.

Após a Guerra de Independência, em 1948, a cidade foi ocupada pelas forças do Palmach e a população árabe acabou por se retirar.

Safed torna-se desde então uma cidade judia que recupera rapidamente sua identidade espiritual e mística. A memória judaica de quase mil anos que a cidade preserva, volta a viver graças à força e ao valor do estudo e da fé.




Considerada uma das quatro cidades sagradas de Israel, ao lado de Jerusalém, Hebron e Tibérias, Safed é um centro místico desde os anos de 1600. Na época, com a expulsão dos judeus da Espanha, foi denominada a “cidade da Cabala”. A influência da religião é notória na cor de casas, muros e portões.






Além das tradicionais sinagogas e galerias, Safed convida-nos a passeios pela história local, como o museu dos artistas, que contém uma coleção permanente de pinturas e esculturas, e o Frenel, considerado uma grande vitrina da arte da cidade


O Castelo de Safed - As ruínas da fortaleza.


Safed surpreende-nos logo à entrada com as suas construções na montanha – a mais alta de Israel - e ruelas repletas de estúdios de arte. Os artistas da cidade, localizada na província da Galileia, não só trabalham nas antigas casas de pedra como também moram nelas. Ao caminhar pelo local pitoresco e calmo, ainda nos deparamos com diversas sinagogas.


A Sinagoga Abuhav


Exterior da Einagoga.


Esta sinagoga foi assim designada, em homenagem ao rabino Isaac Abuhav de Portugal, mas há ainda um pouco de ambiguidade por detrás das origens da Sinagoga Abuhav, localizada na cidade mística de Safed.

A sinagoga foi construída no século XVI, e uma das suas particularidades é que dentro do Aron Kodesh (Arca sagrada), está lá colocado um antiquíssimo e precioso Sefer Torá, escrito há 500 anos atrás, pela mão do famoso rabino de Portugal, Isaac Abuhav.


O pergaminho é o mais antigo nas tradições de Safed, e muitas lendas são associados a ele. Durante todos os anos, só é retirado e lido em apenas três ocasiões: Rosh Hashaná, Yom Kippur e em Shavuot.

Outro rolo da Torá na sinagoga Abuhav, é o livro do rabino Solomon Ohana, um cabalista de Fez, Marrocos, que se mudou para Safed no século XVI.

A sinagoga foi reconstruída duas vezes desde a sua criação, em ambas as vezes devido a terremotos. A primeira vez foi em 1759, quando um grande terremoto quase destruiu Safed. (Apenas a parede da sinagoga que contém as Arcas Santas permaneceu intacta).

O segundo terremoto, em 1837, matou milhares de judeus e destruiu Safed. A sinagoga foi reconstruída em 1847.




A Bima está no centro e os bancos para a congregação são organizados em torno dela, como era costume nas antigas sinagogas.

O interior da cúpula da sinagoga é decorada com representações de instrumentos musicais, que foram usados ​​no Templo de Jerusalém (Beit Hamicdash), os símbolos das tribos de Israel e quatro coroas, representando a coroa da Torá, a coroa sacerdotal, a coroa real e uma coroa única, a Safed: "a coroa da redenção iminente”. As paredes são decoradas com obras do renomado artista israelita Ziona Tagger. 



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