Vaeira
Dez
As Dez Pragas que atingiram o Faraó
e os egípcios durante o Êxodo são bem conhecidas. Quando o Faraó recusou o
pedido de deixar o Povo Judaico sair do Egipto, ele e o seu povo foram punidos
severamente.
Muitos comentadores explicam os
detalhes do mecanismo de cada praga como a consequência directa de actos de
brutalidade cometidos pelos egípcios. O Rabi Abraão Sabá, no seu comentário no
Tzor Hamor, concentra-se no significado do número dez.
Porque especificamente este número? O que tem este número dez que o torna tão central neste episódio?
O Faraó explica, que não se
limitou a desencadear a guerra contra uma minoria de entre os seus cidadãos. A
sua intenção mais profunda era a de negar o papel de D-us na criação. Nisto, de
acordo com este comentário, se revela a importância do número dez.
No livro de Gênesis, pode
ler-se que D-us criou o mundo através das suas "Dez Afirmações". Por
exemplo, "que haja luz" não se trata de meramente uma descrição do
que a seguir ocorreria, mas sim o próprio acto de criação a ser efectivada
através das palavras Divinas.
Ao negar estas "Dez
Afirmações", o Faraó visava eliminar D-us da criação e por consequência o
seu envolvimento neste nosso mundo.
Neste contexto, as Dez Pragas tornam-se
não apenas um veículo de punição pelos horrendos actos que foram praticados,
mas também a reafirmação da existência de D-us. As leis básicas da natureza que
se afiguravam supremas para o Faraó foram sistematicamente subalternizadas.
Se o Faraó representa a negação
de D-us e as Suas Dez Afirmações, o Povo Judaico, representa o oposto.
De
facto, o Zohar diz-nos que os Dez Mandamentos que D-us nos encarregou de
cumprir tem exactamente esse papel, e nos dão exactamente o enquadramento para
afirmar o Divino.
O Rebbe de Lubavitch explica
que ainda que as Dez Afirmações de D-us, sejam uma expressão clara do constante
envolvimento de D-us neste mundo, por vezes o seu papel torna-se difícil de
discernir.
Por esta razão, D-us deu-nos os
Dez Mandamentos, para que nós nos lembremos de forma constante da existência e
do papel de D-us, encorajando-nos ao mesmo tempo a fazer a nossa parte no
aperfeiçoar deste mundo até que se torne um espelho claro desta verdade.
Com a cortesia do
Rabino Eli Rosenfeld
chabadportugal.com
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