Fundador do Sionismo Moderno
“Pai do Sionismo”
O uso do termo
“Sionismo” surgiu durante um debate em público realizado na cidade de Viena, na noite de 23 de
Janeiro de 1892,
cunhado por Nathan Birnbaum, um escritor
judeu local que fundara em 1885 a revista “Selbstemanzipation!” (Autodeterminação!).
No entanto, o assim chamado “Pai do
Sionismo” foi o jornalista e escritor austríaco Theodor
Herzl, autor do livro “Der Judenstaat” (O Estado Judeu).
O Sionismo
é um movimento político e filosófico que defende o direito à auto determinação
do povo
judeu e à existência de um Estado judaico independente e soberano no território onde
historicamente existiu o antigo Reino
de Israel (Eretz Israel).
O Sionismo é
também chamado de nacionalismo judaico e historicamente propõe-se à
erradicação da Diáspora Judaica com o retorno da totalidade dos
judeus ao atual Estado de Israel.
O termo
“Sionismo” é derivado da palavra “Sion” (em hebraico:
ציון), que em hebraico quer dizer elevado. Originalmente,
Sião ou Sion era o nome de uma das colinas que cercam a Cidade Santa, onde
existiu uma fortaleza de mesmo nome. Durante o reinado de David, “Sião” se
tornou um sinónimo
de Jerusalém ou da Terra de Israel. Em inúmeras passagens bíblicas, o povo israelita
é chamado de “filhos (ou filhas) de Sião”.
No Livro de Isaias,
o nome de Sião figura diversas vezes como equivalente para todo aquele que crê
no Deus de Israel:
Trechos do livro de Isaías oriundo dos manuscritos do
Mar Morto
O chamado
“Sionismo Moderno” se articulou e se desenvolveu especialmente a partir da
segunda metade do século XIX, em especial entre os judeus da Europa
Central e do Leste Europeu, que viviam sob a pressão das
perseguições e massacres
sistemáticos provocados pelo antissemitismo
crônico destas regiões.
O século XIX
foi uma época de irrupções nacionalistas em todo mundo. Gregos, italianos, polacos,
alemães e
sul-americanos, entre outras nações, estabeleceram seus movimentos nacionais em
busca de singularidade política, étnica e cultural. Seguindo estes modelos, o
Sionismo foi o mais recente dos processos de renascença nacional a despertar na
Europa.
O Sionismo
também pode ser considerado como uma reação ao crescente assimilacionismo
provocado pela integração dos judeus da Europa Central aos povos e comunidades
onde se encontravam estabelecidos, solapando (segundo os críticos) as bases
culturais e religiosas fundamentais do Judaísmo
tradicional.
Precedentes do Sionismo
São considerados precedentes do Sionismo (ou
“Protossionistas”) alguns pensadores e religiosos judeus que expressaram em
obras escritas o desejo ancestral do povo judeu em retornar às suas raízes
históricas através da volta para sua terra de origem. Por outro lado, o
nacionalismo judaico é decorrência direta dos diversos movimentos nacionalistas
que surgiram
no Ocidente a partir do Iluminismo e das revoluções Francesa e Americana.
Os primeiros protossionistas foram membros do clero judaico,
como os rabinos Judá Alkalai; Naftali Berlin (o “HaNatziv”); Tzvi Kalisher; Samuel Mohiliver e Isaac Jacob Reines.
Nas fotos acima temos: à esquerda o rabino Tzvi Kalisher, no centro o rabino
Samuel Mohiliver e à direita o
rabino Isaac Jacob Reines.
Pela narrativa religiosa e tradicional, o Sionismo surgiria
logo após a Queda do Segundo Templo e a consequente expulsão da
maioria dos judeus dos territórios do antigo Reino de Israel, entre os anos 66 e 135 d.C. A oração “no ano
que vem, em Jerusalém”, recitada todo os anos durante o Pessach, expressa
esta vontade, transmitida através das gerações, de retorno à Terra de Israel
como condição precípua para a vinda do Messias e do
estabelecimento de uma nova ordem, onde as esferas sagrada e terrena passariam
a conviver em um único plano.
A “Nostalgia de Sião” se manifestou claramente nos discursos
de diversos místicos judeus surgidos ao longo dos séculos de duração da Diáspora,
desde David Alroy (“falso messias”), no século
XII, até Sabbatai Zevi, no século
XVII, passando pelos poemas de Yehudah
Halevi e por uma infinidade de místicos.
David Alroy (foto não encontrada),assim a foto
da esquerda é a de Sabbatai Zevi
e na foto da direita o poeta, Yehudah
Halevi.
No século XIX, o britânico George
Eliot publica o romance “Daniel Deronda” (1876), que descreve a
vida de um homem que se dedica à busca da criação de um centro nacional para os
judeus. Mas seriam Leon Pinsker, médico polaco e Moses Hess,
escritor alemão, aqueles que mais se celebrizariam como os precursores do
Sionismo naquele século.
Na foto da esquerda temos o médico polaco, Leon Pinsker e na
foto da direita o escritor alemão, Moses Hess.
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