Neste dia, no ano 1556 A.E.C. :
Nascimento
de Rivka (1556-1677 AEC), mulher de Yitschac, mãe de Yaacov e Essav, e uma das
Quatro Matriarcas de Israel.
Rivka - A grafia hebraica de
Rebecca.
Rebeca (do hebraico רִבְקָה,
transl. Rivká), personagem do Antigo Testamento, era filha de Betuel, irmã de
Labão, mulher de Isaque e mãe de Jacó e Esaú. É também a sobrinha de Sara, da
qual teria herdado a beleza.
Corajosa, decidida e generosa. Estas são algumas
características da personalidade de Rebeca, esposa de Itzhak e segunda
matriarca do povo judeu. Vinda de Aram, terra natal de Abraão, não hesitou em
deixar seu lar e sua família para se casar com um homem desconhecido e viver em
um lugar distante.
Movida por esta mesma coragem e
inspirada pelo dom da profecia que, durante a difícil gravidez dos gêmeos Esaú
e Jacó, lhe revelara que “o mais jovem reinaria sobre o mais velho”, Rebeca
também não hesitou em interferir para que Itzhak abençoasse Jacó no lugar de
Esaú, fazendo de seu filho menor o pai das Doze Tribos de Israel.
Isaque,
e Jacó se apresentando como Esaú.
Gravura
de Gustave Doré
O destino de Rebeca
entrelaçou-se com o de Itzhak quando Abraão decidiu que era chegado o momento
de seu filho se casar e dar continuidade a seu legado. Para isso, chamou
Eliezer, seu mais fiel servo, e pediu-lhe que fizesse o seguinte juramento:
“Quero que jures pelo Todo-Poderoso – Senhor dos céus e da terra – que não
escolherás esposa para meu filho entre as filhas dos canaanitas, entre os quais
me instalei. Nem escolherás uma dentre as filhas de Aner, Eshkol e Mamrai. Vai
à terra onde nasci e escolhe uma esposa para Itzhak”. Abraão vivia então em
Beersheva. (...)
Isaac e Rebecca
Pintura de Raphael Santi
Eliezer
encontra Rebeca
(…) Parado no local, Eliezer
observava as jovens. Queria ver a jovem destinada a ser a futura esposa de
Itzhak longe da influência de sua família. Segundo o Midrash, quando Rebeca
chegou ao poço com um cântaro nos ombros, Eliezer imediatamente notou que ela
não se abaixava para pegar a água, como as demais, mas esta brotava
milagrosamente das profundezas em sua direção, indicando ser ela possuidora de
uma especial santidade.
Dirigindo-se a ela, ele então perguntou: “Permita-me tomar apenas um gole da sua jarra?” E ela respondeu gentilmente, sorrindo, apesar de não o conhecer: “Beba quanto desejar, meu mestre” (Gênese 24:18).
Gravura de Gustave Doré
Depois que ele estava saciado, Rebeca acrescentou: “Eu
também darei de beber a seus camelos até que estejam satisfeitos”. Novamente
ela se aproximou do poço e encheu a jarra para servir os animais, não apenas de
um gole, mas em quantidade suficiente para que satisfizessem o estômago. É
sabido que os camelos têm capacidade de armazenar água para vários dias. E
Rebeca os serviu dez vezes, observada por Eliezer. Além de extremamente linda,
ela exalava bondade. Eliezer então teve certeza de que o Todo-Poderoso respondera
a seu pedido: ele estava diante da jovem destinada a ser a esposa de Itzhak.
Segundo alguns sábios, na época Rebeca tinha apenas 3 anos de idade, enquanto
outros acreditam que ela já tivesse 14 anos.
Eliezer então tirou de seu
bolso um aro e duas pulseiras de ouro e a enfeitou, perguntando-lhe quem era
seu pai e se havia em sua casa um quarto para hospedá-lo por uma noite. Dizendo
ser filha de Betuel – filho de Milcá e de Nachor, irmão de Abraão – ela afirmou
que havia abrigo para os camelos e também um quarto para hospedá-lo por quanto
tempo ele quisesse. Agradecendo ao Todo-Poderoso por tê-lo feito encontrar a
jovem adequada, Eliezer exclama: “Abençoado seja o Senhor, D’us de meu mestre
Abraão, que me guiou diretamente para a família de meu mestre”.
Rebeca correu para casa para
contar à mãe o que havia acontecido, sendo ouvida por seu irmão Labão, que o
convidou para sua casa. Eliezer, então, ao reunir-se com toda a família, falou
de sua missão e de que maneira o Todo-Poderoso o conduzira até Rebeca. Tanto
Labão quanto Betuel concordaram com o pedido de casamento, dizendo: “Isto é
obra de D’us” (Gênese 24:50). “A questão foi pré-determinada e não podemos
impedi-la. Leve Rebeca para ser a esposa do filho de seu mestre”. Ao ouvir a
concordância de Labão e Betuel, Eliezer prostou-se ao chão, para agradecer a
D’us, e entregou a Rebeca jóias e enfeites de ouro e prata como presentes de
casamento.
Pedido da mão de Rebeca feito por Eliezer
para Isaac
Pintura de Maarten de
VosIsaac
No dia seguinte, Labão, irmão
de Rebeca, e a mãe tentam impedi-la de partir com Eliezer, argumentando que
Rebeca devia esperar um ano para preparar o enxoval e o casamento. Ao ver o
anjo esperando por ele fora da casa, Eliezer afirmou que deveria partir
imediatamente. A família então disse que a decisão cabia a Rebeca. Mesmo
sabendo que seu irmão e sua mãe não concordariam, a jovem afirmou: “Eu irei”.
Assim, como Abraão, ela estava pronta para deixar sua família, sua terra natal
para tornar-se esposa de Itzhak. Rebeca desabrochara como “uma rosa entre
espinhos”, entre pai e irmãos corruptos. Apesar de serem ambos perversos, ela
permaneceu pura e boa.
Rebeca e Eliezer partiram de
Aram ao meio-dia e chegaram a Beersheva na mesma tarde. Mais uma vez, segundo o
Midrash, o Todo-Poderoso reduzira milagrosamente o tempo de viagem. Quando eles
se aproximavam, Itzhak foi aos campos orar no local onde sentira a Presença
Divina. Foi Itzhak quem instituiu o Minchá – a reza da tarde. Foi lá que Rebeca
o viu pela primeira vez, envolto pela luz da Presença Divina e, sobre ele, um
anjo a protegê-lo. E disse: “Este deve ser um grande homem. Quem é?” Ao que
Eliezer respondeu: “É o meu mestre”. Imediatamente Rebeca agradeceu ao Senhor
por ter sido destinada a ele. Segundo o Midrash, ao mesmo tempo, porém, teve a
visão de que geraria um filho malvado (Esaú), estremecendo e caindo do camelo.
Eliezer a recolhe do chão e a leva a Abrãao e Itzhak.
Encontro de Rebeca, Isaac e Essau
Friedrich Bouterwek
Casal único
Com Itzhak e Rebeca o texto
bíblico relata o primeiro casamento que se conhece na história da humanidade.
Foram o único casal monogâmico citado no Gênese, pois, por ter sido “escolhido
como sacrifício ao Senhor no Monte Moriá”, Itzhak não podia ter uma outra
mulher também como esposa. Itzhak e Rebeca se completavam e, como nos revela a
Torá, amavam-se apesar das diferenças de personalidade. Itzhak era um pensador,
um homem gentil e carinhoso, mas passivo. Rebeca, ao contrário, um carácter
decidido, de muita presença. Ambos possuíam visão profética, mas Rebeca possuía
também a intuição feminina.
O casamento de Isaac e Rebeca
Pintura de Claude
Lorraine
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