sábado, 14 de setembro de 2013

Rebeca - Hoje na história judaica – 10 Tishrei 5774



 Neste dia, no ano 1556 A.E.C. :




Nascimento de Rivka (1556-1677 AEC), mulher de Yitschac, mãe de Yaacov e Essav, e uma das Quatro Matriarcas de Israel.


Rivka - A grafia hebraica de Rebecca.




Rebeca (do hebraico רִבְקָה, transl. Rivká), personagem do Antigo Testamento, era filha de Betuel, irmã de Labão, mulher de Isaque e mãe de Jacó e Esaú. É também a sobrinha de Sara, da qual teria herdado a beleza.

Corajosa, decidida e generosa. Estas são algumas características da personalidade de Rebeca, esposa de Itzhak e segunda matriarca do povo judeu. Vinda de Aram, terra natal de Abraão, não hesitou em deixar seu lar e sua família para se casar com um homem desconhecido e viver em um lugar distante.

Movida por esta mesma coragem e inspirada pelo dom da profecia que, durante a difícil gravidez dos gêmeos Esaú e Jacó, lhe revelara que “o mais jovem reinaria sobre o mais velho”, Rebeca também não hesitou em interferir para que Itzhak abençoasse Jacó no lugar de Esaú, fazendo de seu filho menor o pai das Doze Tribos de Israel.

Isaque, e Jacó se apresentando como Esaú.
Gravura de Gustave Doré


O destino de Rebeca entrelaçou-se com o de Itzhak quando Abraão decidiu que era chegado o momento de seu filho se casar e dar continuidade a seu legado. Para isso, chamou Eliezer, seu mais fiel servo, e pediu-lhe que fizesse o seguinte juramento: “Quero que jures pelo Todo-Poderoso – Senhor dos céus e da terra – que não escolherás esposa para meu filho entre as filhas dos canaanitas, entre os quais me instalei. Nem escolherás uma dentre as filhas de Aner, Eshkol e Mamrai. Vai à terra onde nasci e escolhe uma esposa para Itzhak”. Abraão vivia então em Beersheva. (...)


Isaac e Rebecca
Pintura de Raphael Santi


Eliezer encontra Rebeca

(…) Parado no local, Eliezer observava as jovens. Queria ver a jovem destinada a ser a futura esposa de Itzhak longe da influência de sua família. Segundo o Midrash, quando Rebeca chegou ao poço com um cântaro nos ombros, Eliezer imediatamente notou que ela não se abaixava para pegar a água, como as demais, mas esta brotava milagrosamente das profundezas em sua direção, indicando ser ela possuidora de uma especial santidade.





Dirigindo-se a ela, ele então perguntou: “Permita-me tomar apenas um gole da sua jarra?” E ela respondeu gentilmente, sorrindo, apesar de não o conhecer: “Beba quanto desejar, meu mestre” (Gênese 24:18). 

Gravura de Gustave Doré






Depois que ele estava saciado, Rebeca acrescentou: “Eu também darei de beber a seus camelos até que estejam satisfeitos”. Novamente ela se aproximou do poço e encheu a jarra para servir os animais, não apenas de um gole, mas em quantidade suficiente para que satisfizessem o estômago. É sabido que os camelos têm capacidade de armazenar água para vários dias. E Rebeca os serviu dez vezes, observada por Eliezer. Além de extremamente linda, ela exalava bondade. Eliezer então teve certeza de que o Todo-Poderoso respondera a seu pedido: ele estava diante da jovem destinada a ser a esposa de Itzhak. Segundo alguns sábios, na época Rebeca tinha apenas 3 anos de idade, enquanto outros acreditam que ela já tivesse 14 anos.

Eliezer então tirou de seu bolso um aro e duas pulseiras de ouro e a enfeitou, perguntando-lhe quem era seu pai e se havia em sua casa um quarto para hospedá-lo por uma noite. Dizendo ser filha de Betuel – filho de Milcá e de Nachor, irmão de Abraão – ela afirmou que havia abrigo para os camelos e também um quarto para hospedá-lo por quanto tempo ele quisesse. Agradecendo ao Todo-Poderoso por tê-lo feito encontrar a jovem adequada, Eliezer exclama: “Abençoado seja o Senhor, D’us de meu mestre Abraão, que me guiou diretamente para a família de meu mestre”.

Rebeca correu para casa para contar à mãe o que havia acontecido, sendo ouvida por seu irmão Labão, que o convidou para sua casa. Eliezer, então, ao reunir-se com toda a família, falou de sua missão e de que maneira o Todo-Poderoso o conduzira até Rebeca. Tanto Labão quanto Betuel concordaram com o pedido de casamento, dizendo: “Isto é obra de D’us” (Gênese 24:50). “A questão foi pré-determinada e não podemos impedi-la. Leve Rebeca para ser a esposa do filho de seu mestre”. Ao ouvir a concordância de Labão e Betuel, Eliezer prostou-se ao chão, para agradecer a D’us, e entregou a Rebeca jóias e enfeites de ouro e prata como presentes de casamento.


Pedido da mão de Rebeca feito por Eliezer para Isaac
Pintura de Maarten de VosIsaac


No dia seguinte, Labão, irmão de Rebeca, e a mãe tentam impedi-la de partir com Eliezer, argumentando que Rebeca devia esperar um ano para preparar o enxoval e o casamento. Ao ver o anjo esperando por ele fora da casa, Eliezer afirmou que deveria partir imediatamente. A família então disse que a decisão cabia a Rebeca. Mesmo sabendo que seu irmão e sua mãe não concordariam, a jovem afirmou: “Eu irei”. Assim, como Abraão, ela estava pronta para deixar sua família, sua terra natal para tornar-se esposa de Itzhak. Rebeca desabrochara como “uma rosa entre espinhos”, entre pai e irmãos corruptos. Apesar de serem ambos perversos, ela permaneceu pura e boa.

Rebeca e Eliezer partiram de Aram ao meio-dia e chegaram a Beersheva na mesma tarde. Mais uma vez, segundo o Midrash, o Todo-Poderoso reduzira milagrosamente o tempo de viagem. Quando eles se aproximavam, Itzhak foi aos campos orar no local onde sentira a Presença Divina. Foi Itzhak quem instituiu o Minchá – a reza da tarde. Foi lá que Rebeca o viu pela primeira vez, envolto pela luz da Presença Divina e, sobre ele, um anjo a protegê-lo. E disse: “Este deve ser um grande homem. Quem é?” Ao que Eliezer respondeu: “É o meu mestre”. Imediatamente Rebeca agradeceu ao Senhor por ter sido destinada a ele. Segundo o Midrash, ao mesmo tempo, porém, teve a visão de que geraria um filho malvado (Esaú), estremecendo e caindo do camelo. Eliezer a recolhe do chão e a leva a Abrãao e Itzhak.


Encontro de Rebeca, Isaac e Essau
Friedrich Bouterwek


Casal único

Com Itzhak e Rebeca o texto bíblico relata o primeiro casamento que se conhece na história da humanidade. Foram o único casal monogâmico citado no Gênese, pois, por ter sido “escolhido como sacrifício ao Senhor no Monte Moriá”, Itzhak não podia ter uma outra mulher também como esposa. Itzhak e Rebeca se completavam e, como nos revela a Torá, amavam-se apesar das diferenças de personalidade. Itzhak era um pensador, um homem gentil e carinhoso, mas passivo. Rebeca, ao contrário, um carácter decidido, de muita presença. Ambos possuíam visão profética, mas Rebeca possuía também a intuição feminina.


O casamento de Isaac e Rebeca
Pintura de Claude Lorraine





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