A Alegada Maior Agilidade Intelectual
dos Judeus em Relação aos Cristãos.
Sefer Torá
Não existe provavelmente nenhuma crença religiosa que não
afirme a sua superioridade. O judaísmo não é diferente neste aspeto. Os seus
crentes sempre se assumiram de alguma forma como superiores, porque transportam
consigo o fardo de serem supostamente descendentes de um grupo de eleitos,
escolhidos por Deus. Se isto pode aumentar a auto estima dos crentes, não os
torna intelectualmente mais ágeis.
A partir do século XIX, nomeadamente em Portugal e Espanha,
muitos historiadores têm atribuído ao judaísmo uma maior capacidade de
estimular as capacidades intelectuais dos seus crentes. Em abono desta tese
apontam uma série notável de escritores, cientistas, comerciantes e banqueiros
judeus.
É um facto que ao contrário dos católicos, os judeus sempre
foram estimulados a lerem e a interpretarem os textos sagrados, o que estimulou
o desenvolvimento das suas competências intelectuais. A Igreja Católica, e em
especial a Igreja portuguesa, sempre foi avessa à difusão da cultura letrada e ao
estudo dos textos sagrados pela população. Ao crente pouco mais se pedia do que
obedecesse aos padres, e seguisse o que estes lhe diziam. Os próprios padres
católicos nunca primaram pela sua cultura ou conhecimento da religião. A
maioria desconhece a Bíblia e os grandes pensadores da Igreja Católica.
A prova da
importância que teve os estudos bíblicos, para a difusão da literacia, está nos
países protestantes. Como é sabido, o estudo dos textos sagrados, promovido
depois do século XVI pelos cristãos evangélicos (protestantes), acabou por
produzir uma verdadeira revolução nas regiões onde se implantaram. O aumento da
literacia acabou por estimular o desenvolvimento económico destas regiões, que
facilmente suplantaram aquelas onde os católicos predominavam.
Existe um outro fator a considerar. O judaísmo na Europa foi
sempre uma religião minoritária, sendo os judeus sujeitos a duras condições de
existência. Ao longo dos séculos os seus crentes foram confrontados com críticas
que colocavam em causa os fundamentos da sua religião, obrigando-os de certa
forma a desenvolverem o espírito crítico e argumentativo. O facto de se
dedicaram a atividades económicas que proporcionava grande mobilidade terá ajudado
a reforçar estes estímulos intelectuais.
Sefer Torá
Pintor:
Michel
D'Anastasio
Fontes:
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