terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Moisés era ortodoxo?



 Moshê era ortodoxo? Conservador? Ou reformista? Por falar nisso, D'us é ortodoxo, conservador ou reformista? É judeu ou gentio? Preto ou branco? Homem ou mulher? Obviamente, todas estas distinções humanas são completamente inaplicáveis quando se tenta definir o etéreo e o divino. O espírito não pode ser quantificado com descrições materiais.


Eis por que não reconheço a legitimidade do Judaísmo Reformista. Nem, por falar nisso, reconheço a legitimidade do Judaísmo Ortodoxo, ou Conservador, Ultra Ortodoxo, Reconstrucionista, Chassídico, Conservadoxo, Reformadoxo... Esqueci-me de algum?




Todos estes títulos criados pelo homem são resultado de seres humanos sendo atraídos pela mentalidade de "country club." Queremos fazer parte de um grupo. Mas inerente à esta mentalidade está estereotipar qualquer pessoa que "não faça parte" de nosso grupo identificável. Quantos de nós sentem-se desconfortáveis - ou são levados a isso - em certas "sinagogas" porque não se "ajustam?" Não nos vestimos de uma certa maneira, não pertencemos ao mesmo círculo e social e nível económico, e não conseguimos ler em hebraico com rapidez suficiente.
A verdadeira unidade, a verdadeira unicidade judaica, somente será possível se nos elevarmos acima deste clube da mentalidade mesquinha, e abraçarmos uns aos outros, independentemente da educação e método de criação, como devemos abraçar um irmão ou irmã, reconhecendo que somos todos filhos do mesmo D'us, e cada um de nós tem uma alma e um destino espiritual único.



O cumprimento da Torá e mitsvot não cria, elimina ou altera sua alma inerente. O que faz é avivar as chamas de sua alma e permitir que ela se manifeste em sua vida, permeie seu ser e se expresse, tornando reais seus recursos mais interiores. Não é diferente de qualquer talento potencial que ainda não tenha sido aproveitado.



O objetivo da vida é permitir que sua alma aflore a um nível consciente, e imbua sua personalidade e todas suas atividades com consciência, sensibilidade e refinamento mais elevados.
Assim que você permitir que isso aconteça, desejará apenas ser judeu, como Moisés.




Moisés, de Michelangelo
Em Roma, na Igreja San Pietro in Vincoli.




 Uma pequena curiosidade em relação a esta estátua:


"Conta-se que após terminar de esculpir a estátua de Moisés, Michelangelo passou por um momento de alucinação diante da beleza da escultura. Bateu com um martelo na estátua e começou a gritar: Porque não falas? (Perché non parli?) Segundo Ernest Fischer, no seu livro 'A necessidade da arte', esta obra não só personificava o ideal do homem do Renascimento (a corporificação em pedra de uma nova personalidade consciente de si mesma), como também se apresentava como um repto para que a sociedade de então encarnasse esse ideal - no fundo, o mesmo desejo de Moisés, ao trazer as tábuas da lei que deveriam reformar a sociedade do seu tempo."


Fontes:

2 comentários:

  1. BOA ZIVA! BEM HAJAS POR ESTE ARTIGO. LI E RE-LI.

    (...) A verdadeira unidade, a verdadeira unicidade judaica, somente será possível se nos elevarmos acima deste clube da mentalidade mesquinha, e abraçarmos uns aos outros, independentemente da educação e método de criação, como devemos abraçar um irmão ou irmã, reconhecendo que somos todos filhos do mesmo D'us, e cada um de nós tem uma alma e um destino espiritual único.(...)

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