quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Luz e o Chanuká!


O que é que a Luz tem a ver com o Chanuká?



Por que chamamos ao Chanucá a Festa das Luzes? Por que não a Comemoração do Azeite ou o Milagre dos Oito Dias? O radical da palavra Chanucá é chinuch, que significa educação. Chanucá é um processo espiritual cumulativo no qual a totalidade de trinta e seis luzes que são acesas cresce para revelar a luz da Criação.

A luz é vista geralmente como uma metáfora para a sabedoria. O símbolo universal para a compreensão num desenho ou ilustração gráfica é uma luz ou um raio. 



Pessoas de todas as culturas, quando entendem um conceito que está sendo explicado, usam, em vários idiomas, o mesmo verbo; ‘ver’.“Agora eu vejo”, dizemos, quando finalmente chegamos ao entendimento de algo.




Maimonides escreve que um profeta pode experimentar um raio de luz, de radiância, que ilumina seu caminho. “Luz” é bastante usada na Torá para significar conhecimento ou sabedoria. Com as palavras “Que haja luz”, a Criação do Mundo emergiu. 



O Talmud explica que esta luz iluminou Adam e Chava durante trinta e seis horas, do meio-dia da sexta-feira até o final do dia do Shabat, quando “Adam pôde ver de um canto ao outro do mundo”. Durante este tempo, a Luz Primordial, a sabedoria interior de propósito e verdade, foi exibida à humanidade.




Mas para que o propósito da Criação seja concretizado e a ordem de vencer a escuridão seja manifestada, esta luz intensa foi ocultada do universo, armazenada para um tempo que ainda vai chegar. Desde então, ansiamos por aquela luz, procuramos por ela e a buscamos na prece, no estudo e na meditação. Porém, mesmo em nossas horas mais sombrias, podemos aceder a esta lembrança nascida das 36 horas nas quais nós, a humanidade como um todo, vivemos nessa luz. “Onde seria ocultada esta luz?” pergunta o Midrash. “Na Torá.” Em sua radiância vivênciamos a sabedoria, o propósito e o objectivo da Criação. 


Em todas as gerações há 36 almas elevadas presentes que sustentam, nutrem e guardam esta luz. Ocultas, discretas, e praticamente desconhecidas, estas 36 pessoas justas são as centelhas daquela Luz Oculta. Por meio da sua consciência refinada, a luz da Torá permeia o mundo presente e futuro.


Durante os oito dias de Chanucá, o nosso mundo fica luminoso com esta luz gloriosa. Diferente das velas do Shabat, as luzes de Chanucá não podem ser usadas para o prazer pessoal. “Estas luzes são sagradas, podemos apenas contemplá-las.” Pois embora a nossa percepção possa ser menos sensivel, nós fomos, e somos, donos da visão. De fato, as luzes de Chanucá são colocadas na janela como um farol a todos aqueles que passam e as vêem, anunciando que as trevas podem ser dispersas com sabedoria, a obscuridade pode ser iluminada com a verdade. Por mais que o Chanucá comemore o passado, celebra também o presente e o futuro. 


Pois embora Chanucá festeje o milagre de uma única ânfora de azeite ardendo durante oito dias, também imbui o mundo com a esperança da Redenção, quando a luz triunfará sobre a negatividade. Isso é tanto passado quanto futuro, e “não haverá fome nem guerra, nenhuma inveja ou rivalidade. Pois o bem será abundante, e todas as iguarias tão comuns como a poeira. A ocupação do mundo será somente conhecer a D’us. ‘Pois a terra estará repleta com o conhecimento de D’us, como as águas cobrem o oceano’ (Maimonides).”



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