Alain Oulman (Cruz Quebrada, 15 de Junho de 1928- Paris, 28
de Março de 1990) foi o grande responsável por alguns dos maiores sucessos de
Amália. Foi também o editor do livro "Le
Portugal Baillonné - témoignage" ("Portugal Amordaçado") de Mário
Soares.
Alain Oulman nasceu a 15 de junho de 1928, na Cruz
Quebrada, distrito de Lisboa, no seio de uma família judaica tradicional. Era
um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália,
em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia
do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha
composto ao piano, sobre o poema "Vagamundo" de Luís de Macedo.
O álbum "Busto", editado em 1962, marcou o início
de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas
portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou
Manuel Alegre, para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado
o principal responsável por uma profunda alteração na música que a acompanhava.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE.
Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França.
"A sua activa solidariedade com a luta antifascista portuguesa levou-o a
ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se definitivamente em
Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para "Meu Amor é
Marinheiro", com base em "A Trova do Amor Lusíada", que Manuel
Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
No disco "Com Que Voz", gravado em 1969 mas
editado apenas no ano seguinte, Amália canta nomes como Cecília Meireles,
Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Camões, Ary dos Santos
e Pedro Homem de Mello. O disco receberá o IX Prémio da Crítica Discográfica
Italiana (1971), o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco
de Paris (1975).
Após o 25 de Abril de 1974, Alain Oulman fez parte da
minoria que defendeu Amália, quando esta foi acusada de estar ligada ao
anterior regime, escrevendo cartas para os jornais "República" e
"O Século".
Alain Oulman morreu, na cidade de Paris, a 29 de Março de
1990, quando contava 61 anos de idade.
Em 2002, Ruben de Carvalho convidou Katia Guerreiro para
fazerem uma homenagem a Alain Oulman: um marinheiro que estando triste cantava
(Alain Oulman e o Fado Português). Fizeram seis meses de trabalho de pesquisa e
ensaios. E assim Oulman acabou por fazer parte do seu repertório da fadista.
Misia foi convidada para participar no projecto "A
Cantora, o Compositor, a Estilista e o Convidado dela". Pensou num
compositor de fado como o Armandinho, mas considerou que não existia obra para
fazer um espectáculo. Outra hipótese era Alain Oulman, mas ainda há pouco tempo
tinha sido feita uma coisa com ele por parte da Katia Guerreiro. E depois
decidiu-se, finalmente, por Carlos Paredes.
No projecto inicial do disco "Transfado" de
Anamar havia alguns fados de Alain Oulman com letras diferentes. Mas não foi
possível usá-los por uma questão de direitos, já que na obra de Oulman, segundo
os seus herdeiros, músicas e letra serão indissociáveis.
O registo dos ensaios que foram encontrados nas residências
dos herdeiros de Oulman e de Rui Valentim de Carvalho, foram publicados na
edição que juntou os álbuns "Busto" e "For Your Delight",
dois discos que foram gravados nas mesmas sessões de gravação.
Em 2006 há uma homenagem de três jovens fadistas que
interpretaram uma selecção de temas de Alain Oulman: Carla Pires, António
Zambujo e Liana.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alain_Oulman
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