A
FESTA DOS TABERNÁCULOS
Sucot,
Arthur Szyk
E
falou o Eterno a Moisés, dizendo: «Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos
quinze dias deste sétimo mês, será festa das cabanas [Sucot], por sete dias, ao
Eterno.»
Lev. 23:33-34
No calendário judaico a Festa
dos Sucot sai um pouco da ordem
cronológica, porque vem depois dos Grandes Dias Santos, o Rosh Hashaná e o Yom Kippur.
Os Sucot pertencem ao ciclo de Pessach e dos Shavuot, sendo a última das três “Festas de Peregrinação” (Shalosh Regalim). Como as outras duas,
ela tem um duplo significado: no antigo calendário campestre de Israel, marcava
o fim das colheitas, quando toda a gente ia para os campos e aí vivia em tendas
para acabar o trabalho antes das chuvas do Inverno. A Bíblia dá-nos igualmente
uma razão histórica que prescrevia a cada indivíduo que vivesse num abrigo
temporário especialmente construído para a festa; trata-se de uma forma de
recordar a caminhada de quarenta anos no deserto, quando os israelitas se libertaram
do cativeiro do Egipto para alcançarem a Terra Prometida.
Ecclesiastes,
Kohelet, Naomi Geller Lipsky
Para
tudo existe uma época determinada, e para cada acontecimento há um tempo
apropriado sob os céus
Eclesiastes, 3:1
É costume ler-se o livro de Cohelet (“Eclesiastes”), na sinagoga, no
Shabat que ocorre durante os dias
intermédios (Chol Haomed) de Sucot,
ou em Shemini Atzeret, quando este
cai em Shabat.
Aparentemente, é um livro pessimista, mas
na realidade ensina-nos que nos devemos alegrar com o que temos, e não
ansiarmos somente por bens materiais.
Sendo Sucot considerado Zeman Simchateinu, ou seja, “época da
nossa alegria”, quando em Israel os celeiros estão a abarrotar com os frutos
das colheitas, é um dever lembrar de onde vem a bênção que resultou no sucesso
do nosso trabalho. Sem a bondade e a justiça do Eterno, nenhum sucesso pode ser
alcançado pelos seres humanos.
A Festa da Alegria na Lei na Sinagoga de Livorno, 1850, Solomon
Alexander Hart
A Festa dos Sucot termina com um dia de «solene
assembleia» que lhe é acrescentado. Na prática atual, marcamos este dia acima
de tudo pela Festa da Alegria na Lei (Simchat
Torá). Ao longo do ano, no ritual da sinagoga, lêem-se em continuação os
cinco livros de Moisés, tal como está prescrito para a lição bíblica semanal.
Este ciclo de leituras termina e recomeça com este dia. É assinalado por uma
jubilosa procissão com os rolos da Lei, tirados da Arca Sagrada (Aron Codesh) onde habitualmente estão
encerrados e pelo convite a cada um, na sinagoga, para pronunciar do púlpito
uma bênção relacionada com a passagem do rolo da Torá.
Este artigo foi-me oferecido pela minha querida amiga,
Sónia Craveiro
Obrigada Sónia, por mais esta belíssima
partilha.
Beijinhos
“As Cinco Meguilot”, A Lei de Moisés – Torá, editora &livraria Sêfer;
Bíblia Hebraica, Escritos, Eclesiastes, editora &livraria Sêfer;
A Festa dos Tabernáculos (Sucot),“Judaísmo”, Arthur Hertzfeld, Editorial Verbo.
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