quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Leituras especiais - Rosh Hashanah



A leitura da Torá de Rosh Hashaná (bem como Yom Kipur) é recitada com uma melodia especial.






A leitura contém um relato emocionante: o nascimento de Yitschac (Isaac) aos idosos pais, Avraham (Abraão) e Sara. É a primeira ocasião em que se inicia um menino judeu no pacto de Avraham com D'us, no Berit Milá (circuncisão). Avraham sente-se compelido a mandar Hagar e Yishmael (Ismael) embora; há uma descrição sobre o perigo e a salvação de Yishmael; seu estabelecimento no deserto como caçador e arqueiro de profissão, enquanto Yitschac devota sua vida ao estudo da Torá e a D'us.



Machzor


O poderoso rei Avimelech, de Guerar, procura a amizade de Avraham e este ergue uma pousada gratuita em Beer Sheva e ensina os viajantes a rezar ao único D'us, o Criador do Universo.

Há uma inspiradora leitura da Torá no segundo dia de Rosh Hashaná. É a história da Akedá (amarração de Yitschac) - o teste mais severo que um pai e um filho tiveram que se submeter e pelo qual ambos passaram sem vacilar, com igual devoção e lealdade a D'us.

Após a leitura da Torá, ocorre uma das mais impressionantes e emocionantes partes do serviço quando o shofar é tocado. É proibido conversar desde as bênçãos do shofar até depois dos toques finais, na prece de Mussaf (que ocorre após ser guardada a Torá).

Por um breve período de tempo, faz-se silêncio completo na sinagoga. Cada um concentra-se consigo mesmo, pois este é o momento mais propício para uma auto-avaliação e arrependimento antes do toque do shofar.





Primeiro diaPorção: Bereshit, XXI
Haftará: Shemuel I, I






Cinco homens são chamados para a leitura da Torá em Rosh Hashaná, se cair num dia de semana; sete - se o primeiro dia cai no Shabat; em ambos os casos - exceto aquele chamado a ler o Maftir. Dois rolos são tirados; o segundo é para o Maftir.

O nascimento de Yitschac (Isaac) é o tema da leitura da Torá no primeiro dia de Rosh Hashaná. A mensagem da porção pode ser encontrada em muitas lições. Primeiro, há a lição da Divina Providência e Onipotência. Sara, aos noventa anos, dá à luz ao seu primeiro e único filho, Yitschac, o segundo de nossos Patriarcas, quando Avraham (Abraão) já contava cem anos de idade. Yitschac é introduzido na Aliança de Avraham, no Berit Milá, à idade de oito dias, como D'us havia ordenado.




A importância da criação e da educação é também enfatizada nesta porção. Ao ver que Yishmael (Ismael), o meio-irmão mais velho de Yitschac, filho de Hagar, exerce má influência sobre o jovem Yitschac, Sara insiste em mandar embora Hagar e o filho. Perdidos no deserto de Beer Sheva e à beira de uma morte dolorosa pela sede, a Divina Providência salva Yishmael pela revelação miraculosa de um poço.

A porção conclui com um episódio ilustrando a elevação de Avraham aos olhos dos vizinhos que o cercam, quando Avimelech, rei dos Filisteus, vai visitar Avraham para estabelecer com ele uma aliança de paz.

O nascimento de Shemuel (Samuel) é o tema da Haftará, leitura dos Profetas. Tanto Sara como Chana (mãe de Shemuel) haviam sido estéreis e sem filhos, mas D'us por fim as abençoou cada uma com um filho. Tanto Yitschac como Shemuel foram consagrados ao serviço de D'us: Yitschac através do Sacrifício, e Shemuel como profeta.

A Haftará conclui com estas palavras significativas:

"Ó Senhor! Os adversários de D'us serão destruídos quando dos céus D'us trovejar sobre eles e julgar os confins do mundo; Ele dará força a Seu rei e levantará a taça de Seu ungido." Aqui a profetisa Chana refere-se ao último Dia do Julgamento e a "taça do Mashiach" - um tema muitas vezes mencionado nas preces deste dia.


Segundo diaPorção: Bereshit, XXII
Haftará: Yirmeyáhu, XXXI








O sacrifício de Yitschac é o tema da leitura da Torá, no segundo dia de Rosh Hashaná, que segue diretamente a porção do dia anterior. É o símbolo de auto-sacrifício com o qual nós, filhos de Avraham, estamos sempre prontos a obedecer as ordens de D'us, e pelos quais D'us nos prometeu Suas bênçãos.







A Haftará apropriadamente fala da reconstrução final e redenção de Israel: "Pois o Senhor redimiu Yaacov (Jacó), e o resgatou de uma mão forte demais para ele... Assim disse o Senhor: Refreia tua voz do choro, e teus olhos das lágrimas, pois teu trabalho será recompensado... e retornarás da terra do inimigo. E há esperança para teu futuro... e teus filhos retornarão à sua própria fronteira." A Haftará conclui com a tocante declaração por parte de D'us, de Seu infinito amor e misericórdia por Israel: "Certamente Efraim é Meu próprio filho querido! Pois sempre que Eu falo sobre ele, ainda dele Me lembro fielmente... Certamente terei misericórdia dele, disse o Senhor."





A origem da prece da Amidá


Nossos sábios dizem que a profetisa Chana nos ensinou muitas coisas importantes. Uma delas é a importância de recitar uma prece sussurrando. Temos a Amidá "silenciosa", que é então repetida em voz alta pelo chazan (cantor).

A Amidá, que recitamos apenas movendo os lábios, mas com a voz quase inaudível, da maneira que Chana rezava, é a parte mais importante de nossa prece. Quando o coração está repleto e dominado pela presença do Todo Poderoso, então a oração é melhor expressa num sussurro.

Chana introduziu também o sagrado nome de D'us, como "D'us das Hostes", i.e., o Senhor de todo o universo, as hostes do céu e da terra. Isto é mais apropriado em Rosh Hashaná, quando proclamamos o domínio de D'us sobre o mundo inteiro.









Em Rosh Hashaná e Kipur, o santuário assume uma aura especial de pureza e santidade. O posto do leitor e a Arca são cobertas de branco. Os rolos da Torá estão vestidos com mantos de seda branca.





As melodias que caracterizam a época são assombrosas em sua beleza e lideradas pelo  Hazan e coro, toda a congregação se junta o cantar das orações.
Para destacar a solenidade dos Dias Santos, o Hazan cobre a cabeça com o xale de oração enquanto oficializa os serviços. Ele é ladeado por dois membros da congregação, conhecidos como Seganim, que estão em apoio à Hazan.




Fontes:
3ª Imagem - Pintura: O sacrifício de Isaac, de Giovanni Battista Tiepolo, de 1727



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