sábado, 31 de março de 2012

Shavua Tov!



Provérbio judaico:
“Quem abandona a luta não poderá nunca saborear o gosto de uma vitória”

Aqui nesta frase e para mim, a palavra luta é igual a trabalho e a palavra vitória é igual a Shabat.
Desejo a todos uma excelente semana.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Shabat Shalom

 

Shabat Shalom!
 

NELLA MAISSA



A Sefardita
 

     Nella Maissa é uma pianista portuguesa de origem italiana. Nasceu em Turim, em 1914, numa família sefardita (Segre do lado materno e Basola do lado paterno). Casou com Renato Maissa, um judeu português, na sinagoga de Milão, em 1936, tendo vindo para Portugal em 1939.
 
      Estudou piano com Bufaletti, Alfredo Casella e Vianna da Motta, e composição com Ferrari Trecate. É diplomada em piano pelos Conservatórios de Milão e Pesaro e licenciada em Direito pela Universidade de Parma. Em 1933, foi premiada no 1º Concurso para Jovens Concertistas em Roma e, em 1944, obteve por unanimidade o 1º Prémio Vianna da Motta da Emissora Nacional de Lisboa.
    
      Toda a sua vida batalhou para promover os compositores portugueses, tendo gravado a obra completa de João Domingos Bomtempo. Gravou igualmente discos com obras de Lopes-Graça, Armando José Fernandes e Luís de Freitas Branco, tendo tocado música portuguesa em todo o mundo, da Europa à América do Norte, Brasil, África e Israel. Em 1974 recebeu da imprensa um prémio especial pela sua obra de divulgação da música portuguesa. Pela sua dedicação à música portuguesa foi condecorada, em 1986, com a Medalha de Mérito Cultural, e em 1989 foi agraciada com o grau de comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada. Foi também condecorada grande oficial da Ordem da Estrela de Solidariedade Italiana, pelo Presidente da República Italiana, pela sua dedicação aos compositores italianos, que nunca abandonou.
 
     Membro da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL), para a qual tocou diversas vezes, nomeadamente por ocasião da comemoração da independência do Estado de Israel, em 1948, no recém-inaugurado Centro Israelita de Portugal.


Em Junho de 2008, Nella Maissa, com 94 anos de vida e 76 de carreira, apresentou-se publicamente pela última vez, na Casa da Música, no Porto.
 
 
Este artigo foi-me oferecido pela minha amiga Sónia Craveiro.
 
Muito obrigada

Fontes:

DICINÁRIO DO JUDAÍSMO PORTGUÊS, EDITORIAL PRESENÇA;

Frase de Pirkei Avot


 

Quem propaga a maledicência atrai o mal sobre si mesmo...
E porque hoje é um dia especial, aproveite para pensar um pouquinho nesta frase.

quinta-feira, 29 de março de 2012

As cores de África



LAILA TOV!
 

 
 



Fonte:

Notas sobre o consumismo...




 É um grande equívoco a felicidade ser associada ao grau de consumo dos indivíduos! Tal atitude, além de provocar graves distúrbios sociais é responsável pelo aumento da degradação ambiental. Muitos gastam seu orçamento em produtos supérfluos movidos por curiosidade, modismo e propaganda. Outros cometem crimes pela simples vontade de possuir determinado bem. Em todos os casos, trata-se de uma doença lastreada na inveja, cobiça e vaidade.
 
Para Irving Bunim (Ética do Sinai, p. 203) "aqueles que vivem somente para satisfazer seus próprios desejos pertencem ao grupo dos perversos. Para estas pessoas, cada dia que passa é um dia morto, não deixou nada de valor duradouro. Cada desejo satisfeito indica uma agitação emocional medíocre que pereceu. Não há acúmulo de nada significativo, só uma contagem regressiva das muitas paixões e caprichos que se transformam em nada assim que são satisfeitos".
 
Sabemos que o ser humano é capaz de desejos insaciáveis. Mal se satisfaz um deles, outros dois novos tomam o seu lugar. A inveja cega; A cobiça é a motivação do criminoso! Nossos Sábios, há milhares de anos já nos advertiam (Pirkê Avot 6:5): Não inveje a mesa dos reis, pois a tua mesa é maior que a deles. Willian Shakespeare também escreveu a respeito: Eu creio que o rei é apenas um homem como eu: as violetas têm para ele o mesmo odor que para mim. Suas cerimônias são descartadas, em sua nudez parece somente um homem.
 
Portanto, quando vê algum motivo para temor, seu medo, sem dúvida tem o mesmo sabor que o nosso. E o que os reis tem que os súditos não tenham, salvado a cerimônia? Neste império do consumismo surge a pergunta:
 
 
Quem devemos considerar rico?
 
O Sábio Ben Zomá, já nos respondeu:
 
Aquele que se alegra com o que possui!
 
 
 
 
Fonte:
 

A Sinagoga de Ben-Ezra




A Sinagoga de Ben-Ezra, por vezes conhecida como sinagoga El-Guenizah, está situada no distrito de Fustat no Egipto, mais concretamente no Cairo cóptico. Para além de ser a mais antiga sinagoga egípcia, é também caracterizada pela fusão entre uma arquitectura cristã com arabescos islâmicos e ornamentos judaicos. A sua história é também ela uma fusão: entre realidade e lenda. Por exemplo; diz a lenda que é o local onde a cesta com o profeta Moisés foi recolhida das águas.




Sob o reino do rei babilónio Nabuchadnezzar II, os Judeus retornados ao país guiados pelo profeta Jeremias, encontraram acidentalmente vestígios de Moisés, e lá, muito perto da cidade de Guizeh, criaram uma sinagoga com o nome “Jeremias”. Dentro deste santuário foi edificado um lugar especial chamado Guenizah onde um rolo de uma Torah incompleta atribuído a Ezra Sofer (Ezra, o Escriba), foi enterrado.




Em várias obras, muitos historiadores citam a sinagoga como situada nestas paragens. Um deles, Benjamin de Tudèle, vindo de Espanha em 1169 escreve no seu livro escrito (em 1170) que visitou a sinagoga num lugar chamada Antiga Cairo e que lá, descobriu o rolo da Torah de Ezra, o Escriba. Outro historiador, o famoso historiador judeu italiano Jacob de Vittelina, chegado ao Egipto antes do anterior faz alusão a esta sinagoga. Um terceiro, Rabbi Yosef relata na sua obra redigida em 1630 que a inscrição original de Sambar à Universidade de Bodelaine (Oxford) contém várias referências relativas à sinagoga de Ben-Ezra da Antiga Cairo. Entre estas referências, há uma passagem assinalada na obra “Khetat” do historiador El-Makrizi que viveu no século XIV:


«Durante a minha visita à sinagoga da Antiga Cairo, encontrei do lado do sul um lugar onde vários séculos anteriormente, o antigo Sefer Torah de Ezra, o Escriba foi depositado».


O Dr. Salomon Schechter da Universidade da Columbia, chegado ao Egipto no tempo de Lorde Cromer, apoiou os relatórios precedentes a respeito da sinagoga.




Aquando da invasão do Egipto pelos Romanos (Ano 30 antes da Era Comum), os invasores destruíram a sinagoga do profeta Jeremias. No ano 641, Amr Ibn Al-Ás, o grande general árabe, venceu os Romanos na Babilónia e restituiu aos seus proprietários os bens usurpados pelos Romanos. Os Coptas reclamaram então o terreno sobre o qual tinha sido edificada a antiga sinagoga de Jeremias, justificando a sua queixa pelo facto de Jeremias ser citado no Novo Testamento como um dos seus profetas. Como eram mais numerosos que os judeus, tiveram êxito a convencer Amr Ibn Al-Ás e o terreno foi-lhes atribuído. Sobre este mesmo terreno, os Coptas construíram então uma igreja que o historiador El-Makrizi chama na sua obra a Igreja do Anjo Gabriel. Quanto aos outros historiadores, referem-se chamando-o Igreja de São Miguel. O Dr. Richard Gotheil da Universidade de Columbia e o professor William Worell da Universidade de Michigan, na sua obra “Cairo” reportam que a Igreja foi destruída pelo califa fatímida El-Hakim BI Amr-Ellah.

Em 868, Ahmed Ebn Touloun, governador do Egipto, impôs ao Coptas um tributo anual de 20.000 dinares de ouro.




No ano 1115, o Grão-Rabino Abraham Ibn Ezra viajou de Jerusalém ao Egipto. Dirigiu-se às altas patentes estatais e fez-lhes saber que estava a par da história da sinagoga afirmando direito de possessão do terreno. Seguidamente interveio junto do Patriarca Alexandre 56 dizendo-lhe que a sinagoga devia ser restituída aos Judeus. O Patriarca respondeu que o governador reclamaria o tributo anual de 20.000 dinares. Por último, foi decretado que a sinagoga era restituída aos Judeus quando o tributo fosse vertido. Ben-Ezra (correspondente hebraico para Ibn Ezra) reconstrói então a sinagoga que tem ainda hoje o seu nome.



Provérbio Judeu





Melhor ser uma borboleta entre as flores que um leão entre as grades.



Fonte:

http://tatucya.com/2012/09/29/aleksej-antonov-alexei-antonov/
 

quarta-feira, 28 de março de 2012

Laila Tov



Sinagoga Ohel Yaacov




Brasil - São Paulo


Os pedacinhos de vidro estão escondidos num depósito desde Outubro de 2005, uma espécie de lembrança de outros tempos, histórias e lições que ficaram guardadas na estante da memória. Juntos, formavam imensos vitrais coloridos, mosaicos com símbolos religiosos. Para as centenas de famílias que frequentavam a antiga Sinagoga Ohel Yaacov, no centro de São Paulo, antes de sua demolição por uma incorporadora, esses vidros também significaram uma ligação com a tradição judaica, algo que o progresso não destruiu nem com britadeiras.

Todo esse simbolismo dos vitrais será justamente a principal atracção da nova sinagoga Ohel Yaacov, que está sendo construída na Rua Cravinhos, no Jardim Paulistano, na zona sul - um dos bairros mais nobres da capital Paulista. Da velha sede demolida na região central sobraram apenas os tais pedaços de vidro, que foram preservados e recuperados um por um, caco por caco, no novo prédio.
De volta às paredes até o segundo semestre de 2011, eles serão uma espécie de ponte de transição entre o arcaico e o moderno na nova sinagoga, que agora contará com salas de ensino, centros de palestra, biblioteca, auditório, área de convivência e espaço para festas.

"Os vitrais são símbolos da evolução, uma lembrança da tradição, mas também uma ligação com o futuro", diz o vice-presidente da sinagoga, Abramo Douek. O tempo Ohel Yaacov foi a primeira sinagoga sefardita de São Paulo, inaugurada em 1929 na Rua da Abolição, no centro. Os judeus sefaraditas são aqueles cujos ancestrais vieram de países do Médio Oriente, Península Ibérica e África. Com a degradação do centro paulistano, a sinagoga foi perdendo frequentadores e importância, até que o grupo Sílvio Santos fez oferta para comprar o terreno - o objectivo era a construção de um shopping center, que depois foi trocado para um conjunto residencial, mas que até agora não saiu do papel.

A relação de Sílvio Santos com a sinagoga Ohel Yaacov é antiga. O apresentador tinha uma cadeira etiquetada com seu nome verdadeiro, Senor Abravanel, para assistir aos cultos do templo - as comunidades judaicas têm como costume marcar as cadeiras com o nome de frequentadores que fazem donativos.

Foi o próprio Senor Abravanel, aliás, quem encontrou o terreno na Rua Cravinhos para a construção da nova sede - que agora terá 2.737 metros quadrados, uma sinagoga para 580 pessoas, outra menor, para 100 pessoas, e um salão de festas para 500 pessoas.

"Ele  ajudou-nos a comprar o novo espaço, além de pagar um preço simbólico pelo outro terreno,  deu o pontapé inicial na reconstrução", diz o rabino Samy Pinto. "A ajuda dele foi essencial. Já concluímos 70% da obra, mas ainda há muito trabalho pela frente. A nova Ohel Yaacov, como faz parte da tradição das sinagogas, não será apenas um templo para orações, mas também um centro cultural para o contacto com as artes, o teatro e a música. Queremos trazer os jovens de volta."

Em São Paulo, cidade com 29 mil judeus que só recebeu a imigração em peso durante a 2.ª Guerra Mundial e depois da criação de Israel, a comunidade judaica parece especialmente preocupada em encontrar o equilíbrio certo entre manter as tradições e atrair os adolescentes. É o desafio de manter a tradição kosher na era pop.

Para tentar entender melhor as dúvidas de sua comunidade, o rabino Samy Pinto tem visitado a casa dos antigos frequentadores da Ohel Yaacov para avisá-los que, até o ano que vem, eles terão novamente um centro para se encontrarem.

"Quero conectar de novo as famílias. Eu sou também director de escola para crianças, e por isso sei da importância da renovação, a importância de se repensar a linguagem, para falar com os jovens de uma forma diferente", diz. "A nova sinagoga Ohel Yaacov será como um diálogo novo, um jeito de receber todas as pessoas sem que haja conflitos de geração."

Fonte:

Em Toledo



 Sinagoga de Samuel ha Leví




A Sinagoga del Tránsito é uma sinagoga que está situada no bairro judeu da cidade de Toledo, na Espanha, ao oeste da cidade.




Este é o nome por que é conhecida popularmente, mas o seu verdadeiro nome é Sinagoga de Samuel ha Leví. Desde 1964, está instalado nela o Museu Sefardim, que tem como objectivo conservar o legado da cultura hispano-judia e sefardita para que fique integrada como parte essencial do Património Histórico Espanhol.


Ficheiro:Toledo Transito.jpg















Fonte: 

terça-feira, 27 de março de 2012

Arquipélago


Ilha Terceira






O Cemitério dos Hebreus, também referido como Campo da Igualdade, localiza-se no Caminho Novo, no centro histórico de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores. Destaca-se por ser um dos únicos vestígios da cultura hebraica no arquipélago.





As primeiras referências ao estabelecimento de famílias judaicas nos Açores datam da primeira metade do século XIX, oriundas do Marrocos, de onde saíram devido às restrições económicas que ali lhes estavam sendo impostas à época. No mesmo período, a acção do Santo Ofício declinara em Portugal, e o advento do Liberalismo, nomeadamente após a Revolução Liberal do Porto (1820), atraíram essas populações, com provável ascendência portuguesa. Desse modo, diversas famílias começaram a acorrer para os Açores, registando-se a fixação dos Abohbot, Benarus, Levy, Zagory ou Besabat. O arquipélago chegou a dispor de várias sinagogas, nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial. A aceitação dos hebreus nessas comunidades à época, contrasta com as perseguições movidas pelo Santo Ofício nos séculos anteriores.

Este campo foi adquirido à Câmara Municipal em 1832 pelos hebreus da cidade de Angra para aqui poderem sepultar os seus mortos de acordo com os ritos de sua religião.

Aqui se encontra sepultado Mimom ben Abraham Abohbot, fundador da Sinagoga Ets Haim em Angra.

A Sinagoga Ets Haim (possível tradução: "Árvore da Vida") localizava-se no centro histórico de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores.




Fundada na segunda metade do século XIX, a sua história está ligada à vida e obra do comerciante judeu Mimom ben Abraham Abohbot, que foi seu fundador, nela tendo exercido as funções de oficiante e mestre de religião. 



Foi instalada na sua residência, inaugurada quando este obteve emprestada uma torah pertencente ao rabino Judah Azagury, que saiu dos Açores para ir viver em Lisboa.


A monarquia liberal portuguesa permitiu em sua Constituição a existência de cultos religiosos diversos, embora mantendo o catolicismo como religião oficial do Estado. Isso levou, por exemplo, a que as sinagogas não tivessem autorização para comunicar directamente com a via pública, devendo existir um pátio ou zona intermediária de ligação.





Mimon Abohbot era um judeu sefardita nascido no Mogador. Era filho de Abraham Abohbot e Raquel Abohbot e foi educado nos estudos e teologia hebraicos. Não se sabe a data de sua chegada aos Açores ou a Angra, mas o historiador Pedro de Merelim, a primeira referência a seu respeito data de 5 de março de 1827, no Livro da Porta da Capitania Geral dos Açores.







Em 1835, aproveitou a venda em hasta pública de bens nacionais dos conventos extintos em 1834, e adquiriu o imóvel do antigo Convento da Esperança, à esquina da rua da Sé com a rua da Esperança, onde actualmente se encontram as instalações do RIAC e a loja da TAP. Remodelou e reconstruiu este antigo edifício, dando-lhe o aspecto que hoje conserva, e onde fixou residência. Posteriormente, em 1857, adquiriu uma quinta na Canada dos Folhadais.





Na Terceira tornou-se um comerciante de projecção, com estabelecimentos em Angra, vendendo a crédito e emprestando dinheiro a juros. Exportou ainda laranjas para a Grã-Bretanha. Os periódicos da época e as referências públicas mostram-no como uma figura socialmente respeitável, não apenas entre a comunidade judaica, mas em toda a cidade.

Faleceu em Angra do Heroísmo a 21 de Julho de 1875, "rezando psalmos de David", sendo sepultado no Campo da Igualdade, no Caminho Novo, na mesma cidade.



Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cemit%C3%A9rio_dos_Hebreus

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinagoga_Ets_Haim

Bairro Judeu de Barcelona


Bairro Gótico
















O Bairro Judeu de Barcelona




O Bairro Judeu de Barcelona (call de Barcelona, em catalão) é o setor do atual Bairro Gótico de Barcelona, que antigamente havia sido um bairro judeu. O estilo da zona, hoje em dia, é muito similar ao de muitos bairros judeus da Catalunha. Recentemente se tem descoberto una sinagoga antiga, que tem sido restaurada e aberta ao público.

A comunidade judia habitou no call até 1391, quando foi assaltada e seus habitantes foram obrigados a converter-se. Muitos se dispersaram pelo país, ainda que outros foram assassinados.
Na época dos protestos anti-israelitas de 2008 com motivo da Operação Chumbo Fundido, a sinagoga do call, na carrer Marlet, 5, recebeu um ataque (o segundo na capital catalã) por parte de um militante do grupo Movimento Social Republicano, el qual cometeu alguns destroços, além de golpear a um integrante da Associació Call de Barcelona, que se encontrava no edifício.





Neste reduzido povoamento tão próspero e activo durante o século XIII, hoje em dia um emaranhado de ruelas estreitas e sombrias, a comunidade judã levantou até cinco templos de culto, embora só um deles, a Sinagoga Maior (C/Marlet, 5), se mantém em pé. A antiga juderia encontrava-se, entre a rua do Call, Call Maior e Caelum. A fachada principal da Sinagoga, está orientada para o Sudeste e olhando para Jerusalém, o muro exterior tem duas janelas, os cimentos e as paredes são de origem romana do século I feitas com pedra procedente de Cartago. Segundo estudos realizados, diz-se, que a Sinagoga do Call, é a mais antiga de Espanha e da Europa.



























A Sinagoga de Barcelona esteve 'escondida' durante um larguíssimo período de tempo, tendo sido reencontrada por mero acaso.
Aquela placa triangular é recente, como se depreende da respectiva leitura na imagem da esquerda:  "Aos justos do século XX que lutaram pela liberdade"



Fontes:



A história dos judeus na Romênia

A sinagoga de Bucareste




A história dos judeus na Romênia diz respeito aos judeus da Romênia e de origem romena, desde sua primeira menção registrada no território que forma atualmente o país.


De tamanho extremamente reduzido até o século XVIII, o tamanho da população judaica na Romênia cresceu após 1850, especialmente após o estabelecimento da Grande Romênia, logo depois da Segunda Guerra Mundial. Uma comunidade diversificada, embora predominantemente urbana, os judeus foram alvo freqüente de perseguições religiosas e racismo na sociedade romena - do debate ocorrido no fim do século XIX a respeito da "Questão Judaica", e o direito à cidadania dos residentes judeus, até o genocídio executado pela Romênia como parte do Holocausto. Estes motivos, aliados à sucessivas ondas de aliyah (emigração para Israel), são responsáveis pelo declínio dramático no tamanho total da atual comunidade judaica da Romênia.



Comunidades judaicas naquele que viria a ser o território romeno foram registradas desde pelo menos o século II, na época em que o Império Romano havia estabelecido seu domínio sobre a Dácia. Inscrições e moedas mencionando os praticantes da religião foram encontradas em lugares como Sarmizegetusa e Orşova.






A existência dos caraítas da Criméia, um grupo étnico que aderiu ao judaísmo caraíta, aparentemente com origens cumanas, sugere uma presença judaica constante em torno do mar Negro, incluindo em diversas partes da actual Romênia, nos portos e entrepostos comerciais na foz dos rios Danúbio e Dniester (ver Cumânia); também podem ter estado presentes nas feiras moldavas do século XVI, ou até mesmo antes. O primeiro registo da presença judaica (provavelmente sefardita) no território que viria a ser a Moldávia ocorreu em Cetatea Albă (1330); na Valáquia foram mencionados pela primeira vez na década de 1550, vivendo em Bucareste. 




Durante a segunda metade do século XIV o futuro território da Roménia tornou-se um importante local de refúgio para os judeus expulsos do Reino da Hungria e da Polónia pelo rei Luís I. Na Transilvânia, judeus húngaros foram registados nas cidadelas saxónicas por volta de 1492.



O príncipe Romano I (1391-1394?) dispensou os judeus do serviço militar, em troca de um taxa de três löwenthaler por pessoa. Ainda na Moldávia, Estevão, o Grande (1457-1504) tratou os judeus com grande consideração. Isaac ben Benjamin Shor de Iaşi (Isak Bey, originalmente a serviço de Uzun Hassan) foi nomeado stolnic, e posteriormente promovido ao cargo de logofăt; continuou a ocupar este cargo durante o reinado de Bogdan, o Cego (1504-1517), filho e sucessor de Estevão.




Nesta época os dois Principados Danúbios passaram para a suserania do Império Otomano, e diversos sefarditas que viviam em Istambul migraram para a Valáquia, enquanto judeus da Polónia e do Sacro Império Romano-Germânico se estabeleceram na Moldávia. Embora muitos tenham tido um papel importante no governo otomano, e formado uma parte considerável da importante comunidade de credores e comerciantes estrangeiros, os judeus eram perseguidos pelos hospodars dos dois principados. O príncipe Ştefăniţă (1522) da Moldávia privou os mercadores judeus de quase todos os direitos que lhes haviam sido concedidos pelos seus antecessores; Petru Rareş apropriou-se da riqueza dos judeus em 1541, alegando que os judeus envolvidos com o comércio de gado haviam praticado evasão fiscal. Alexandru Lăpuşneanu (primeiro reinado: 1552-61) perseguiu a comunidade, juntamente com outras categorias sociais, até ser destronado por Jacó Heráclides, um luterano grego, que mostrou-se leniente com seus súbditos judaicos; Lăpuşneanu não retomou suas perseguições após retornar ao trono em 1564.


O papel dos judeus otomanos e locais no financiamento dos diversos príncipes aumentou à medida que as exigências económicas otomanas aumentaram após 1550 (na década de 1570, o Duque do Arquipélago José Nasi, influente judeu, apoiou tanto Heráclide quanto Lăpuşneanu para o trono); diversos incidentes violentos durante o período foram instigados por príncipes incapazes de pagar suas dívidas.



Fonte: