A Cidade de Chaves
Cidade portuguesa da região de Trás-os-Montes erguida
no vale do rio Tâmega.
À época da invasão romana da península Ibérica, os romanos
construíram fortificações, aproveitando alguns dos castros existentes pela
periferia. Tal era a importância desse núcleo urbano, que foi elevado à categoria
de município no ano 79 d.e.c., advindo daqui a antiga designação “Aquæ Flaviæ”
da atual cidade de Chaves, bem como o seu gentílico de flaviense.
Ponte Romana de Chaves | Ponte de Trajano - P/ S Pimenta
Ponte Romana de Chaves (Séc. I - II) também designada,
Ponte de Trajano, foi construída entre fins do século I e o início do século II
d.C. A par do desenvolvimento das termas, constitui um dos melhores legados
romanos da antiga Aquae Flaviae, que prevalece até aos nossos dias, resistindo
a históricas cheias, e às fortes correntes do rio Tâmega.
A partir do século III a chegada de Suevos, Visigodos e
Alanos deu cabo da colonização romana. O domínio bárbaro durou até que os
mouros, oriundos do Norte de África, invadiram a região no início do século
VIII.
Com os árabes, também o islamismo invadiu o espaço ocupado
pelo cristianismo, o que causou uma azeda querela religiosa e provocou a fuga
das populações residentes para as montanhas a noroeste, com inevitáveis
destruições. As escaramuças entre mouros e cristãos duraram até ao século XI. A
cidade começou por ser reconquistada aos mouros no século IX, por D. Afonso,
rei de Galiza e Leão que a reconstruiu parcialmente. Porém, logo depois, no
primeiro quarto do século X, voltou a cair no poder dos mouros, até que no
século XI, D. Afonso III, rei de Galiza e Leão, a resgatou, mandou reconstruir,
povoar e cercar novamente de muralhas.
Foto no texto: Guarita do Castelo de Chaves e esta, o Castelo
Já aqui prosperava uma importante Judiaria, cuja Sinagoga se
situava num edifício entre a Travessa da Rua Direita, e a Rua 25 de Abril, onde
se lê em antiga inscrição na soleira da porta o nome "Salomon". O
edifício existe, de grande portal encoberto e em degradação (aqui chamado
"casa de rebuçados da espanhola"), em lugar cimeiro do típico casario
das "muralhas novas". Porém, a judiaria de Chaves ainda não foi
definitivamente localizada.
Travessa da Rua Direita - Chaves
Edifício da Rua 25 de Abril (não consegui
confirmação em relação ao mesmo)
Em 1434 a comunidade de Chaves recebeu uma carta de privilégios
e pagava à coroa uma taxa de 31.000 reis.
Depois da expulsão dos Judeus de Portugal existiu uma
importante comunidade "Marrana" em Chaves.
Quando os Marranos de Portugal retomaram o contato com o judaísmo
no século XX, alguns cripto-judeus de Chaves regressaram ao judaísmo. Em 1930
estabeleceu-se um comité de "Novos Judeus" comandado pelo antigo
marrano Augusto Nunes. Porém, com o estabelecimento da ditadura em 1932 a
atividade judaica entre os marranos locais esmoreceu.
Em 25 de julho de 2013 foi apresentado mais um número da
revista "Aqua Flaviae" subordinado à temática "A presença
cristã-nova em Chaves no período filipino (1580-1640) " autoria de Jorge
José Alves Ferreira. Este trabalho fornece uma valiosa informação sobre a
presença da comunidade judaica em Chaves, retirando-a da penumbra para a tornar
atrativa na sua Judiaria da zona histórica onde estaria localizada. Mais
concretamente a investigação diz respeito a um conjunto de conhecimentos sobre
a comunidade judaica de Chaves relativamente à localização geográfica, ao
Tribunal do Santo Ofício, à vivência quotidiana dos cristãos-novos, com
destaque para práticas religiosas, teias relacionais, família ou mundo do
trabalho.
Recentemente a câmara municipal de Chaves estabeleceu um
protocolo com entidades israelitas para a fundação dum Centro de Estudos
Judaicos.
Em Monforte de Rio Livre, antiga vila localizada na atual
freguesia de Águas Frias do município de Chaves e que foi sede de concelho até
1853, existem vestígios de presença judaica.
Fontes:
Por Caeiro
Google Maps
ESPECTACULO ROTA CHAVES
ResponderEliminarIsto e muito importante e era bom que fosse ensinado nas Escolas.
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