A plena aceitação das Mitsvot
Pintura de Carole Spandau
A Torá exortou cada indivíduo a aceitar D’us como o Único
Mestre, a amá-Lo, estudar Sua Torá e cumprir as mitsvot de tefilin e mezuzá.
Dessa vez,(11:13-21) Moshê insiste com toda a comunidade a
aceitar todas as mitsvot de D’us. Ele prometeu recompensa pela fiel observância
das mitsvot e ameaçou com castigos, em caso de transgressão.
A Torá exorta cada indivíduo a aceitar D’us da melhor maneira
que sua capacidade o permitir. Entretanto, a secção onde D’us promete recompensa
sobrenatural (chuva e prosperidade) pelo cumprimento das mitsvot, e punição
(seca e exílio) por seu abandono, está escrito no plural, implicando que estas
sanções universais e benefícios são conferidos somente em resposta às acções da
maioria (Ramban).
Comentaristas explicam que realmente ocorrem algumas formas
no singular no Shemá para indicar que, mesmo dentro da comunidade em geral,
D’us confere justiça individual. "Se servirem a D’us com toda sua alma e
coração, Eu farei minha parte," diz D’us.
"Dar-lhes-ei a chuva em sua Terra nas estações
apropriadas, a chuva de outono em Marcheshvan e a chuva da primavera em Nissan,
para que sua produção cresça e vocês colham cereal, vinho e azeite."
Por isso, o versículo declara: "Eu mesmo dar-lhes-ei
chuva, se cumprirem Minhas mitsvot."
D’us não confia permanentemente as chaves aos três assuntos
vitais aos anjos, mas as mantém com Ele mesmo.
A chave da chuva (subsistência)
Procriação
Techias hamaisim.
Chôfets Chaim explica: Se um anjo fosse escolhido para
designar aos seres humanos sua parnassa (meio de subsistência), e percebesse
aqueles que não servem a D’us apropriadamente, poderia subsequentemente
tirar-lhes o sustento, ou pelo menos boa parte dele. Como resultado, centenas
de milhares de pessoas morreriam todos os dias. O próprio D’us, portanto, é a
fonte de toda misericórdia e sustenta todas as criaturas, mesmo as que não são
merecedoras.
Similarmente, um anjo condenaria à morte grande número de
mulheres dando à luz, porém D’us é paciente e concede perdão. D’us Ele próprio
trás cada criança, neshamá, ao mundo, trazendo mais luz e felicidade ao mundo.
Finalmente, se um anjo tivesse que determinar quem deveria
erguer-se em techiat hamaitim (ressurreição dos mortos), ele excluiria grande
parte dos judeus que não estudaram Torá. D’us, entretanto, decidirá por Si
mesmo, e em Sua misericórdia achará mérito para estes judeus; Ele poderá
considerá-los dignos de techiat hamaisim porque sustentaram eruditos a fim de
que não interrompessem seu estudo de Torá.
A Torá é tão difícil de ser adquirida quanto o ouro, e tão
fácil de se perder quanto o vidro, que se quebra caso não seja tratado
cuidadosamente.
Assim como a pessoa é cuidadosa para não perder seu
dinheiro, da mesma forma deve tomar cuidado para não perder a Torá que estudou
(negligenciando as repetições).
Com que frequência a pessoa deve rever aquilo que aprendeu?
Nossos sábios ensinaram que: "Aquele que reviu 101
vezes, a sua aprendizagem vale incomparavelmente mais que aquele que o fez
apenas 100."
101 vezes não é, porém, o número máximo: não há limite para
a revisão.
Certa vez o Sha’agas
Aryeh (contemporâneo do Vilna Gaon) pediu que lhe fosse preparada uma refeição
festiva...
Pintura de Ilya Shenker
…"Qual é a ocasião?" perguntaram-lhe. E ele
respondeu:
"Acabei
de completar o Talmud Bavli pela milésima vez."
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