Estes desabafos são respostas a
algumas questões e desentendimentos que tenho vindo a observar entre judeus!!!
Onde assisto ao fomentar da desunião entre judeus Sefarditas e Askenazim e que tenho lido comentários que em nada abonam (no meu pobre entender), a nosso favor!
Para mim somos todos judeus,
cada um com a sua herança, mas todos temos uma coisa em comum e que deveria ser
suficiente para nos unir: A Torah!
E ainda algumas questões
colocadas em forma de reclamação, mas que já deveríamos ter a maturidade de as
saber aceitar, como esta por exemplo:
Porque é que no judaísmo não
aceitam que um homem se converta ou faça o retorno sem que a sua esposa o faça
também, ou vice-versa? (penso ser permitido apenas na vertente Reformista)
-Para não facilitar o
desaparecimento da nossa essência; a nossa tradição. Tem a ver com a educação
dos nossos filhos, com a continuidade, tem a ver com o FUTURO. Ou vamos
educa-los com duas religiões? Ou vamos ainda obriga-los a ouvirem discussões
teológicas que só servirão para a desunião da família? Ou simplesmente
baralha-los e afasta-los de qualquer uma das duas????
É bem verdade que existem alguns,
que já nascem judeus, são educados dentro da tradição e depois…não cumprem e
até exigem que os outros o façam…bom, talvez em nome deles próprios, para
aliviarem os seus pobres espíritos de uma culpa que não é só deles…é de todos. É
de quem não soube ensinar, é dos que não os quiseram aceitar e que os tentaram
proibir de ser quem são, é daqueles que se preocuparam mais com as palavras que
com as acções, é dos que nada fizeram e é acima de tudo dos que se preocuparam
a culpabilizar os outros pela sua falta de coragem, pela sua falta de fé e
força vontade.
Não devemos e não podemos
querer ser judeus apenas em nome dos nossos antepassados, temos que ter a noção
das barreiras que vamos ter que ultrapassar e a começar por nós próprios que
somos a maior e a mais difícil de transpor.
Temos que saber que fazer o
retorno ou converter é nascer de novo e começar do zero, é aprender a ouvir, a
ver, a entender e a perguntar muito. É esquecer hábitos antigos e ganhar novos,
é aprender a pensar e a amar mais e melhor, é ter a coragem de recomeçar.
Este novo querer ser judeu só
porque sim… é muito triste. Palavras, palavras, vontades superficiais, forças
obscuras de mentes perturbadas. Oh, pobre Portugal judaico…que destino será o
teu?
Do que é que andam à procura?
De serem judeus, ou de serem apelidados de judeus, de serem judeus ou de um
justo reconhecimento? E como? Se tudo o que dizem e fazem vai contra a Torah? E
para quê, já agora? Para fazerem a tão merecida justiça? Desta forma? A sério?
Ahhhh, tenho más notícias para
vos dar: Ser judeu não é fácil!
Ser judeu, é ter a capacidade
de se dar, ser judeu é querer agir pela tradição e não adquirir um título por
uma qualquer moda, ou por um orgulho de não termos o que os nossos perderam e
ou o que lhes roubaram com violência.
Ser judeu é abdicar do
facilitismo e enfrentar com fé, é um querer infinito de percorrer o caminho que
escolhemos e esse caminho tem que estar ligado à Torah, SEMPRE!
Ser judeu não é uma política,
nem pode ser uma guerrilha entre fracassados e perdidos nas frustrações que a
vida nos deu.
Não transformem algo tão belo e tão sério numa
feira de vaidades.
Se querem honrar e fazer
justiça ao que nos foi arrancado, lutem, mas com tino, mudem essas mentes baralhadas
e distantes da realidade judaica. Tentem primeiro crescer espiritualmente,
preparem-se com pequenas acções diárias…comecem por vós essa mudança tão
necessária.
Serão só os “outros” os
culpados? Não nos deixamos todos ficar na nossa área de conforto por tantos
anos e sempre caladinhos e escondidinhos? Não fomos também nós, que nos
deixamos vencer pelo medo? Esperámos tanto tempo porquê? Porque não nos unimos
há mais tempo?
E agora queremos tudo de uma
vez e de mão beijada? Não pode ser! É impossível, lá diz o ditado: Depressa e
bem…há pouco quem.
Para todas as mudanças é
necessário criar uma base que se chama Educação. Para crescermos de
forma salutar temos que descobrir em primeiro lugar o que é que queremos ser,
no que é que acreditamos e se temos aptidão para cumprir com o objectivo a que
nos propomos. E aqueles que depois desta tarefa decidam continuar, então
comecem a agir em conformidade, deixem as guerrinhas medíocres, as acusações,
esta arte maléfica de mal dizer - Lashon
Hara - para trás. Ergam essas cabeças e orgulhem-se da vossa escolha, mostrem ao
mundo quem somos e com orgulho, através das vossas boas acções.
Parecem crianças: Óh mãe…foi
ele que começou, ele bateu-me primeiro e agora eu só lhe dei um soco por
vingança…e isto todos os dias para o resto das vossas vidas????? Helloooooo!!!!
Cresçam por favor!
Ziva
David
Diariamente, antes de começar a tefilá de shaharit, há uma parte introdutória logo após "Vatitpalel Hannah", em que declaramos que vamos começar a rezar shaharit, e essa mesma declaração finaliza com as palavras "Hareni mekabel alai mitzvat assé veahavta lereahá camôha, vahareni OHEV COL EHAD miBnei Israel kenafshi umeodi" (eis que aceito o mandamento positivo amarás o teu próximo como a ti mesmo, e eis que AMO A CADA JUDEU como a minha alma e com toda a minha força. O problema é que, infelizmente, se reza sem a cavaná adequada, depressa demais...quando alguém reza, deve fazê-lo com intenção, não apenas com a boca mas sentindo com o coração. Uma palavra apenas dita com cavaná (intenção) vale mais do que 1000 ditas da boca para fora. Bem-haja!
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