sábado, 28 de março de 2015

O forno para a Matza está construido...



Shavua Tov!


Pintura de Shoshannah Brombacher

Cartas de Lisboa | Levedura versus Sal‏





Tzav - Shabbat Hagadol




Em preparação para Pesach, buscamos as nossas casas pelo Chametz, 
fermento e produtos fermentados.



A porção da Torá desta semana, que discute as leis que regem as oferendas 
trazidas ao Templo, também discute o Chametz.



A Torá diz-nos que ao trazer uma oferta, "Não pode ser comida levedada." 
(Vaikra 6:7)


Por que não? O que é que tem o fermento, que a Torá o quer excluído do ritual sacrificial?

O Tzror Hamor, o Rabino Abraão Sabá, oferece uma interpretação mística para esta lei, contrastando-a com outro ingrediente muitas vezes mencionado: o sal.



Enquanto nos é dito para não fazermos ofertas que contenham fermento, 
o uso do sal, por outro lado, é incentivado.


Levedura, explica ele, leva a um crescimento de bactérias e é um elemento de deterioração dos ingredientes alimentares. Sal, por outro lado, actua como um agente de estabilização, ajudando a manter os ingredientes frescos.

Misticamente, o fermento representa a "Ietzer Hara" a inclinação para a negatividade, e que pode levar uma pessoa a adoptar comportamentos com resultados destrutivos.

O sal por sua vez simboliza a Torá, que lança luz e beleza, ajudando a manter e fortalecer tudo na nossa vida.

O objetivo final e o enfoque para uma pessoa que apresenta uma oferta no Templo, era a introspeção pessoal e o crescimento espiritual.

É por isso, diz o Rabino Sabá, o fermento devia sempre ser evitado e o sal sempre incluído.





Tudo pode usar um pouco de "sal". Quando incluímos perspetivas e lições da Torá na nossa vida, tudo o que encontramos se torna mais forte, estabilizando o nosso mundo e revelando a sua verdade intrínseca.



Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com




Fontes das imagens:


quarta-feira, 25 de março de 2015

O dia 5 de Nissan na história judaica




Espiões para Jericó


(1273 AEC)



Rabad esconde espiões em Jericó



Dois dias antes da conclusão do período de luto de 30 dias após o falecimento de Moshê em 7 de Adar, Yehoshua despachou dois batedores – Caleb e Pinchas – ao outro lado do Rio Jordão para fazer o serviço de inteligência e preparar a batalha dos israelitas com a primeira cidade na conquista da Terra Santa.




Em Jericó, eles foram ajudados e escondidos por Rahab, uma mulher que vivia dentro dos muros da cidade. 
(Rahab mais tarde casou-se com Yehoshua).





Fonte:
http://www.pt.chabad.org/calendar/view/day.asp?tdate=3/25/2015&id=906466

sábado, 21 de março de 2015

Sofer


Shavua Tov!


Pintura de Alain Kleinmann

“O sofer” - 92 x 73 - Técnica mista sobre tela

sexta-feira, 20 de março de 2015

Cartas de Lisboa | Vayikra




Vayikra


Esta semana vamos começar um novo livro da Torá, "Sefer Vayikra"

o Livro de Levítico.


A parsha começa com D-us a chamar Moisés e instruindo-o: "Fala aos filhos de Israel, e diz-lhes ..." (Vayikra 1: 2)



O versículo seguinte continua listando as leis referentes às 
oferendas que seriam colocadas no Altar.


Dom Abarbanel pergunta-se sobre as razões pelas quais estas instruções foram dirigidas ao povo judeu em geral.

A responsabilidade em garantir que todas as leis fossem cumpridas, em última análise, pertencia aos Cohanim, os sacerdotes, encarregados da execução do serviço no Templo.





Além disso, encontramos muitos exemplos no Livro de Vayikra (por exemplo, no início da parsha da próxima semana) que os beneficiários diretos de uma lei são os que estão encarregados da sua implementação.



Porque é que então que D-us disse a Moisés para se dirigir a todo o povo judeu?



Dom Abarbanel oferece uma belíssima explicação:


Embora seja verdade que, em muitos casos, as directivas de D-us foram transmitidas inicialmente para as pessoas encarregadas directamente do seu cumprimento, este caso concreto é diferente.

O Livro de Shemot, acaba de concluir. Acabamos de ler em grande detalhe sobre o trabalho incansável e a paixão exibido por todo o povo judeu na construção do Tabernáculo.

O objetivo final foi, naturalmente, o de construir e criar um espaço para D-us, um espaço feito e construído para com a intenção de promover o relacionamento com D-us.
É por essa razão, diz Dom Abarbanel, que D-us escolheu que estas primeiras instruções fossem dirigidas a toda a nação.





Foi com o propósito de aprender e estudar a Torá, que o Povo Judeu investiu sua energia e capacidade na construção do Tabernáculo. D-us com estas palavras a Moisés "Fala aos filhos de Israel", quis reconhecer e honrar esse compromisso.



Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino


Eli Rosenfeld
chabadportugal.com



Fontes das Imagens:


http://en.wikipedia.org/wiki/Vayikra_(parsha)
Peter Paul Rubens
M.L.Mandel's

http://sothl.com/2014/01/19/exodus-lesson-25-the-high-priests-garments/

Shabat Hacodesh | Rosh Chodesh Nissan




Shabat Shalom!


Pintura de Zalman Kleinman



A mitsvá da Lua Nova
(1313 AEC)


No dia de hoje na história judaica | 29 Adar 5775



Pouco antes do pôr-do-sol do dia 29 de Adar, D’us comandou a Moshê a mitsvá de santificar a lua nova e estabelecer um calendário lunar. Esta foi a primeira mitsvá dada ao povo judeu como nação. Moshê sentiu dificuldades em saber a hora exata do novilúnio. Após o pôr-do-sol D’us mostrou-lhe a lua crescente do novo mês de Nissan, mostrando as dimensões precisas de quando a luz nova deveria ser consagrada.

Nas gerações seguintes, cada lua nova era anunciada por duas testemunhas que notificavam o Sanhedrin (Suprema Corte Rabínica) que tinham visto o molad, a lua nova. No 4º século da Era Comum, Hilel previu que os judeus não poderiam mais seguir as instruções com base no calendário do Sanhedrin. 




Então Hillel junto com a Corte rabínica estabeleceram um calendário perpétuo que é seguido até hoje e até que Moshiach venha e estabeleça novamente o Sanhedrin.






Fontes:

http://www.pt.chabad.org/calendar/view/day.asp?tdate=3/20/2015
http://www.greatthoughtstreasury.com/author/rabbi-hillel-elder

quarta-feira, 18 de março de 2015

O dia de hoje na história judaica | 27 Adar 5775





Falecimento de Zedekiá
(397 AEC)


Zedequias por Guillaume Rouillé Promptuarii Iconum Insigniorum de 1553


Zedekiá foi o último rei da casa real de David a reinar na Terra Santa. Ele subiu ao trono em 434 AEC, após Nabucodonosor da Babilónia (a quem o Reino de Yehudá era então subjugado) ter exilado o Rei Jeconiá (sobrinho de Zedekiá) para a Babilónia.



Zedekiá é acorrentado e levado perante Nabucodonosor, de Petrus Comestor 's  Historiale Bíblia , 1670.


Em 425 AEC Zedekiá rebelou-se contra o governo babilónico, e Nabucodonosor fez um cerco a Jerusalém (a 10 de Tevet daquele ano). No verão de 423 AEC as muralhas de Jerusalém foram penetradas, a cidade conquistada, o Primeiro Templo Sagrado destruído, e o povo de Yehudá exilado na Babilónia. 



O derrube dos muros em redor de Jerusalém por Gustave Doré


Zedekiá tentou escapar por um túnel que levava para fora da cidade, mas foi capturado. Seus filhos foram mortos perante seus olhos, e então ele foi cegado. 



A morte os filhos de Zedekiá por Gustave Doré


Zedekiá ficou na masmorra real na Babilónia até a morte de Nabucodonosor em 397 AEC; o perverso Meroduch – filho e sucessor de Nabucodonosor – libertou-o (e a seu sobrinho Jeconiá) a 27 de Adar, mas Zedekiá faleceu naquele mesmo dia.




Fonte do texto:

Fonte das imagens:
http://www.htmlbible.com/kjv30/B12C025.htm

terça-feira, 17 de março de 2015

Curiosidades Judaicas | "O Jogo do Rapa"





Rapa Tira Deixa Põe




…”Como já em anteriores posts salientei, Trás-os-Montes tem até hoje um inúmero registo de tradições que ficaram da herança judaica, o jogo do Rapa parece ser um desses exemplos.” - Carlos Baptista


Fernando Ribeiro no seu blogue dedicado à cidade de Chaves, relata-nos sobre este mesmo jogo, praticado até hoje em algumas zonas transmontanas, mas pelo que eu sei, este costume foi também utilizado pelas crianças da Beira-Alta, que em tempos mais difíceis, era acompanhado com pinhões, castanhas e outros frutos secos.




(Ontem perguntei ao meu pai se conhecia o jogo, visto ser de Trás-os-Montes e ele respondeu-me que sim e contou-me que eles próprios faziam os piões à mão e brincavam pela altura do Natal a amêndoas e outros frutos secos, há imagem do relato acima descrito) – Ziva David





(…) O Natal de muitos dos nossos pais e avós foi marcado por um jogo que está bem presente nas suas memórias de infância. O Rapa, tira, deixa e põe...




O jogo do rapa. Deixem, agora, que mude o nome a este brinquedo e lhe chame Dreidel, em yiddish, e passe a ler as quatro letras em hebraico -  נ (Nun), ג (Gimel), ה (Hei), ש (Shin), que juntas foram o acrónimo para (Nes Gadol Haya Sham – “um grande milagre aconteceu lá” – em Israel).




O rapa. Um brinquedo e um jogo que a diáspora judaica manteve durante as festividades do Hanukkah, para consagrar e honrar a memória da Terra Santa. Um jogo que nós adaptámos e baptizámos com a devida vénia à tradição anti-judaica: rapa, tira...




Vem-me ainda à memória a curiosa tradição de Páscoa que, na minha adolescência, vim encontrar em Chaves. Em vésperas da Semana Santa juntava-se dinheiro para comprar peças de barro no antigo mercado da Rua do Olival. No domingo de Páscoa, na Rua de Santa Maria, as crianças jogavam aos púcaros e caçoilos, atirando-os de mão em mão até se partirem... Mais tarde, Amílcar Paulo [n. 1929], ensinou-me que a tradição sefardita cripto-judaica mantinha o hábito de quebrar loiça doméstica, durante a Páscoa, como símbolo de renascimento e renovação...


Recordo, para concluir, as reticências que algumas pessoas tiveram perante o nome escolhido para a minha filha. Embora não aceitando as objecções, compreendi-as. Há uma quadra popular que evidência ainda o preconceito dos católicos para com este e outros nomes:


Ana, Magana,
Rebeca, Susana,
Pariste um gato
Debaixo da cama...


Surge como inevitável a associação das expressões aqui há gato e sabe a rabo-de-gato com esta quadra, mesmo que as suas origens possam ser outras... Se, entretanto, considerarmos que a antiga judiaria de Chaves ainda não foi definitivamente localizada e à tradição oral acrescentarmos um pouco de imaginação, veja-se onde a Rua dos Gatos nos pode levar..."



Rua dos Gatos - Chaves


Fontes:

Texto Retirado na integra do Blog “Por Terras de Sefarad”
chaves.blogs.sapo.pt

Imagens:

http://www.almanostra.com/shop/pt/brinquedos-tradicionais/256-rapa-.html
http://oychicago.com/blog.aspx?id=22084&blogid=142

Ler mais sobre a possível localização da Judiaria de Chaves:
http://zivabdavid.blogspot.pt/2014/09/curiosidades-judaicas-chaves.html

O dia de hoje na história judaica | 26 Adar 5775



A Congregação Judaica nos Estados Unidos adquire 
a Primeira Propriedade (1677)




Em 1658, quinze famílias judaicas, sul americanas de linhagem sefardita chegaram aos Estados Unidos e estabeleceram-se em Newport, Rhode Island. As famílias estabeleceram uma congregação judaica, e durante muitos anos rezaram semanalmente em casas particulares.

Quando surgiu a necessidade de um cemitério judaico, a comunidade comprou um pedaço de terra na quarta-feira 28 de fevereiro de 1677. Este foi o primeiro pedaço de terra nas colónias a ser possuído por uma congregação judaica. Neste cemitério estão enterrados muitos dos primeiros membros dessa congregação, e ainda é conservado pela comunidade judaica atualmente.




Fonte:

Ler mais sobre esta congregação:

http://zivabdavid.blogspot.pt/2013/08/a-sinagoga-touro.html


segunda-feira, 16 de março de 2015

E está já na hora de condimentar este blog | Harissa




Como fazer Harissa em casa…





Mas… antes de mais, o que é o Harissa?


- É um condimento picante e é utilizado como acompanhamento de pratos tunisianos, desde saladas, pescados, frango e cúscus. Pode ser comprado em lata, frasco ou bisnaga, mas não tem a mesma qualidade que o caseiro e feito na hora. Esta receita foi extraída da “bíblia” (culinária dos judeus tunisianos de Paris).





Ingredientes:

Pimenta vermelha seca (pode ser malagueta) 250 g
Alho – 1 cabeça descascada
Sementes de coentro em pó – 1 colher de sopa
Sementes de alcaravia * - 1 colher de sopa
Sal – 1 colher de sopa
Azeite de oliva virgem para cobrir.



Modo de Preparação:


Abrir a pimenta e tire as sementes e o pedúnculo. Deixar de molho durante meia hora até que estejam moles. Escorrer e picar bem junto com o alho e o resto dos ingredientes, adicionando de 2 a 4 colheres de água para obter uma pasta substanciosa e espessa. Colocar em taças com azeite por cima. 




Bom apetite!



* As sementes de alcaravia são castanhas e compridas, em forma de crescente, e são semelhantes às sementes dos cominhos.


São utilizadas para condimentar bolo, biscoitos, pão, queijo e picles. As sementes de alcaravia também se conjugam muito bem com legumes cozidos. Pode ser encontrada em lojas indianas ou substituir por outras especiarias como cominho, erva-doce e etc.



Fontes: