Pensa-se que os judeus se instalaram em Praga no século X.
O primeiro pogrom aconteceu em 1096, durante as primeiras Cruzadas, e resultou
na construção de um ghetto rodeado por muros. O termo pogrom significa “um
ataque violento maciço a pessoas com a destruição simultânea do seu ambiente”
mas é, normalmente, usado quando tais actos são contra judeus ou outras
minorias étnicas da Europa.
Ao longo dos tempos continuou a haver discriminação contra
os judeus em Praga, com mais um pogrom em 1389 (1500 judeus massacrados) e a
manutenção do ghetto. Em 1850 o bairro foi renomeado Josefstadt (Cidade de
José) em honra de José II, Sacro Imperador Romano, que emancipou os judeus em
1781. Por esta altura, estes foram autorizados a morar fora da cidade de Praga,
o que levou a um decréscimo na população judaica em Josefov uma vez que apenas
os ortodoxos e os pobres lá permaneceram.
A maior parte do bairro foi demolida entre 1893 e 1913 a
propósito de uma iniciativa que tinha como objectivo fazer com que a cidade
seguisse o modelo de Paris. Desta destruição sobraram apenas seis sinagogas, o
antigo cemitério judaico e a antiga câmara municipal de Josefov. Com tão pouco
a restar do que originalmente existia seria de esperar que, durante a ocupação
Nazi, este bairro de Praga fosse arrasado. Mas a área foi preservada de modo a
poder vir a ser um “museu exótico de uma raça extincta”. Isto significava que os Nazis exibiriam, em Josefov, os
artefactos recolhidos em toda a Europa Central.
Hoje em dia, toda a área está repleta de prédios do início
do século XX e, por isso, é difícil apreciar como seria o antigo bairro judeu
de Praga quando tinha mais de 18.000 habitantes. O complexo de edifícios
originais que restaram, formam agora o Museu Judaico, que possui uma das
maiores colecções judaicas de arte, têxteis e prata do mundo: 40.000 artigos e
100.000 livros.
Sinagoga Espanhola
A mais recente das sinagogas
nesta parte de Praga, foi construída num vistoso estilo a imitar o mourisco, em
1868.
No passado era o centro dos judeus do rito de leste que viviam
completamente separados dos judeus do rito oeste, que estavam concentrados à
volta da Antiga-Nova Sinagoga.
Sinagoga Maisel
Foi construída entre os anos 1590 – 1592 pelo presidente da
Câmara Judaica de Praga Mordechaje Maisel, que financiou uma profunda
reconstrução renascentista do gueto. A sinagoga é obra de Josef Wahl a Juda
Goldsmied de Herz. Mais tarde foi reconstruída em estilo barroco, após um
incêndio que em 1689, destruiu consideravelmente a construção de origem. A sua
traça barroca, que substituiu a construção gótica, foi erigida segundo um
projecto do professor A. Grotta, entre 1893 – 1905. Da sua disposição
renascentista de origem conservou-se o plano de três naves, com uma galeria
para mulheres na nave central. Actualmente a Sinagoga de Maisel serve de espaço
de exposições e depositário do Museu Judaico. Aqui encontram-se depositadas
peças de metal, na sua maioria em prata, e peças e paramentos da sinagoga.
A exposição História dos Judeus na Boémia e Morávia I. –
dos princípios à emancipação, oferece uma panorâmica histórica dos judeus nas
terras da Boémia do século X até finais do século XVIII. A parte inicial dá a
conhecer os principais acontecimentos históricos sobre o início da fixação dos
judeus em Terras da Boémia e da Morávia, os direitos e a posição social dos
Judeus nos estados medievais. A exposição oferece especial atenção à época
renascentista, no que se refere tanto à construção da sinagoga como ao seu
fundador Mordechaj Maisel. A tradicional educação judaica está representada por
obras de famosos eruditos, que exerceram cargos de rabinos e reitores de
escolas de Talmude nas comunidades judaicas da Boémia e da Morávia (rabino Löw,
David Oppenheim).
Sinagoga Pinkas
Fundada em 1479 e localizada
perto da entrada do Cemitério Judaico, Sinagoga Pinkas é uma das mais famosas
de Praga. Em suas paredes estão inscritos os nomes dos 77.297 judeus da Checoslováquia
mortos pelos nazis.
Na sinagoga Pinkas também
encontrará uma vasta colecção de desenhos feitos por crianças que estavam no
campo de concentração de Terezin.
Antigo Cemitério Judeu de Praga
Encontra-se em Josefov, é o antigo bairro judeu de Praga,
na República Checa. Esteve um uso desde o início do século XV (a mais antiga
tumba, do rabino Avigdor Kara, data de 1439) até 1787. Seu ancestral era um
cemitério chamado “O Jardim Judeu”, que foi encontrado em escavações
arquelógicas sob a rua Vladislavova, Nové Město (“cidade nova”, Praga).
O número de lápides e a quantidade de pessoas ali
enterradas é incerto, pois há diversas camadas de tumbas sob as hoje
visíveis. No entanto se estima que haja ali cerca de 12 mil sepulturas
atualmente visíveis, podendo haver cerca de 100 mil no total. As mais
importantes personalidades aí sepultadas são Yehuda ben Bezalel
conhecidos como o Maharal Judah Loew ben Bezalel (+1609), Mordechai Maisel
(+1601), David Gans (+1613) e o rabino David Oppenheim (+1736).
Sinagoga Klausen
A Sinagoga Klausen data do século XVII, e abriga em anexo
um edifício construído para abrigar a sede da Sociedade Funerária de Praga,
grupo de judeus responsáveis pelos rituais fúnebres desde 1564.
Em exibição no local, há uma vasta colecção de manuscritos
judaicos e também artefactos utilizados pela Sociedade Funerária de Praga, bem
como obras de arte demonstrando parte da história do gueto judaico de Praga.
Memória de um massacre – Lidice
Lidice é um daqueles casos em que o regime Nazi demonstrou
da maneira mais cínica e brutal toda a sua bestialidade. Apesar de que o que se
passou em Lidice em nada ficar a dever aos horrores dos campos de extermínio –
em certo aspecto até terá sido mais requintado, cruel e vingativo – o certo é
que os factos são pouco conhecidos, porque pouco divulgados.
É sabido que o que motivou o massacre de Lidice foi o
atentado efectuado a 27 de Maio por para-quedistas checos, vindos de Inglaterra,
e que vitimou o Reich Protector Heydrich, um dos delfins de Hitler e um dos
ideólogos da Solução Final. Enfurecido pela morte de um de seus mais leais
seguidores, Hitler ordenou ao seu substituto que não poupasse vidas para achar
os responsáveis pela morte do oficial nazi e vingar-se dos checos. Seguiu-se
uma retaliação sangrenta e generalizada das tropas nazis contra a população
civil checa. Em 10 de Junho, aconteceria aquela que se tornaria na mais
tristemente famosa pela sua crueldade.
Fontes:
Ver artigo completo:
http://caminhosdamemoria.wordpress.com/page/12/?pages-list
http://www.fotoviajar.com/austria/guia-roteiro-praga-o-que-visitar-republica-checa-2
fantásticas imagens
ResponderEliminar