domingo, 1 de abril de 2012

Praga - Républica Checa




Pensa-se que os judeus se instalaram em Praga no século X. O primeiro pogrom aconteceu em 1096, durante as primeiras Cruzadas, e resultou na construção de um ghetto rodeado por muros. O termo pogrom significa “um ataque violento maciço a pessoas com a destruição simultânea do seu ambiente” mas é, normalmente, usado quando tais actos são contra judeus ou outras minorias étnicas da Europa.


Ao longo dos tempos continuou a haver discriminação contra os judeus em Praga, com mais um pogrom em 1389 (1500 judeus massacrados) e a manutenção do ghetto. Em 1850 o bairro foi renomeado Josefstadt (Cidade de José) em honra de José II, Sacro Imperador Romano, que emancipou os judeus em 1781. Por esta altura, estes foram autorizados a morar fora da cidade de Praga, o que levou a um decréscimo na população judaica em Josefov uma vez que apenas os ortodoxos e os pobres lá permaneceram.

A maior parte do bairro foi demolida entre 1893 e 1913 a propósito de uma iniciativa que tinha como objectivo fazer com que a cidade seguisse o modelo de Paris. Desta destruição sobraram apenas seis sinagogas, o antigo cemitério judaico e a antiga câmara municipal de Josefov. Com tão pouco a restar do que originalmente existia seria de esperar que, durante a ocupação Nazi, este bairro de Praga fosse arrasado. Mas a área foi preservada de modo a poder vir a ser um museu exótico de uma raça extincta”. Isto significava que os Nazis exibiriam, em Josefov, os artefactos recolhidos em toda a Europa Central.

Hoje em dia, toda a área está repleta de prédios do início do século XX e, por isso, é difícil apreciar como seria o antigo bairro judeu de Praga quando tinha mais de 18.000 habitantes. O complexo de edifícios originais que restaram, formam agora o Museu Judaico, que possui uma das maiores colecções judaicas de arte, têxteis e prata do mundo: 40.000 artigos e 100.000 livros.


Sinagoga Espanhola



A mais recente das sinagogas nesta parte de Praga, foi construída num vistoso estilo a imitar o mourisco, em 1868.



No passado era o centro dos judeus do rito de leste que viviam completamente separados dos judeus do rito oeste, que estavam concentrados à volta da Antiga-Nova Sinagoga.






Sinagoga Maisel 








Foi construída entre os anos 1590 – 1592 pelo presidente da Câmara Judaica de Praga Mordechaje Maisel, que financiou uma profunda reconstrução renascentista do gueto. A sinagoga é obra de Josef Wahl a Juda Goldsmied de Herz. Mais tarde foi reconstruída em estilo barroco, após um incêndio que em 1689, destruiu consideravelmente a construção de origem. A sua traça barroca, que substituiu a construção gótica, foi erigida segundo um projecto do professor A. Grotta, entre 1893 – 1905. Da sua disposição renascentista de origem conservou-se o plano de três naves, com uma galeria para mulheres na nave central. Actualmente a Sinagoga de Maisel serve de espaço de exposições e depositário do Museu Judaico. Aqui encontram-se depositadas peças de metal, na sua maioria em prata, e peças e paramentos da sinagoga.




A exposição História dos Judeus na Boémia e Morávia I. – dos princípios à emancipação, oferece uma panorâmica histórica dos judeus nas terras da Boémia do século X até finais do século XVIII. A parte inicial dá a conhecer os principais acontecimentos históricos sobre o início da fixação dos judeus em Terras da Boémia e da Morávia, os direitos e a posição social dos Judeus nos estados medievais. A exposição oferece especial atenção à época renascentista, no que se refere tanto à construção da sinagoga como ao seu fundador Mordechaj Maisel. A tradicional educação judaica está representada por obras de famosos eruditos, que exerceram cargos de rabinos e reitores de escolas de Talmude nas comunidades judaicas da Boémia e da Morávia (rabino Löw, David Oppenheim).


Sinagoga Pinkas




Fundada em 1479 e localizada perto da entrada do Cemitério Judaico, Sinagoga Pinkas é uma das mais famosas de Praga. Em suas paredes estão inscritos os nomes dos 77.297 judeus da Checoslováquia mortos pelos nazis.






Na sinagoga Pinkas também encontrará uma vasta colecção de desenhos feitos por crianças que estavam no campo de concentração de Terezin.








Antigo Cemitério Judeu de Praga



 

Encontra-se em Jose­fov, é o antigo bairro judeu de Praga, na República Checa. Esteve um uso desde o iní­cio do século XV (a mais antiga tumba, do rabino Avig­dor Kara, data de 1439) até 1787. Seu ances­tral era um cemitério chamado “O Jardim Judeu”, que foi encon­trado em escav­ações arquelóg­i­cas sob a rua Vladislavova, Nové Město (“cidade nova”, Praga).







O número de lápi­des e a quan­ti­dade de pes­soas ali enterradas é incerto, pois há diver­sas camadas de tum­bas sob as hoje visíveis. No entanto se estima que haja ali cerca de 12 mil sepul­turas atual­mente visíveis, podendo haver cerca de 100 mil no total. As mais impor­tantes per­son­al­i­dades aí sepul­tadas são Yehuda ben Beza­lel con­heci­dos como o Maharal Judah Loew ben Beza­lel (+1609), Mordechai Maisel (+1601), David Gans (+1613) e o rabino David Oppen­heim (+1736).


Sinagoga Klausen 

  






A Sinagoga Klausen data do século XVII, e abriga em anexo um edifício construído para abrigar a sede da Sociedade Funerária de Praga, grupo de judeus responsáveis pelos rituais fúnebres desde 1564.


Em exibição no local, há uma vasta colecção de manuscritos judaicos e também artefactos utilizados pela Sociedade Funerária de Praga, bem como obras de arte demonstrando parte da história do gueto judaico de Praga.



Memória de um massacre – Lidice




Lidice é um daqueles casos em que o regime Nazi demonstrou da maneira mais cínica e brutal toda a sua bestialidade. Apesar de que o que se passou em Lidice em nada ficar a dever aos horrores dos campos de extermínio – em certo aspecto até terá sido mais requintado, cruel e vingativo – o certo é que os factos são pouco conhecidos, porque pouco divulgados.

É sabido que o que motivou o massacre de Lidice foi o atentado efectuado a 27 de Maio por para-quedistas checos, vindos de Inglaterra, e que vitimou o Reich Protector Heydrich, um dos delfins de Hitler e um dos ideólogos da Solução Final. Enfurecido pela morte de um de seus mais leais seguidores, Hitler ordenou ao seu substituto que não poupasse vidas para achar os responsáveis pela morte do oficial nazi e vingar-se dos checos. Seguiu-se uma retaliação sangrenta e generalizada das tropas nazis contra a população civil checa. Em 10 de Junho, aconteceria aquela que se tornaria na mais tristemente famosa pela sua crueldade.




Fontes:

Ver artigo completo: http://caminhosdamemoria.wordpress.com/page/12/?pages-list
http://www.fotoviajar.com/austria/guia-roteiro-praga-o-que-visitar-republica-checa-2


1 comentário: