(1942-1944)
Margit Koretzová,
“Borboletas”, Terezín, 1942-1944
Desde Maio de 1997, a Sinagoga
Pinkas, em Praga, tem uma exposição permanente de desenhos das crianças que
passaram pelo campo de concentração de Terezín, entre 1942 e 1944. Terezín
funcionou, entre 1941 e 1945, como campo de trânsito para Judeus que depois
seguiam para campos de extermínio.
A
escola em Terezín, Helga Weissová
Os sonhos, as fantasias, destas
crianças são descritos em desenhos que fizeram sob a orientação da Srª Friedl
Dicker-Brandeis (1898-1944), pintora e designer formada na prestigiada Escola
Bauhaus de Weimar. A Srª Friedl Dicker-Brandeis organizou um curso clandestino
de desenho, que teve como intenção ajudar as crianças na procura dos meios que
as ajudassem a desenvolver princípios de comunicação, bem como um meio próprio
de expressão que canalizasse a sua imaginação e as suas emoções. Desta
perspetiva, a arte também funcionava como uma terapia, de algum modo ajudando
as crianças a enfrentar as duras condições de vida do ghetto.
Antes de ser deportada para Auschwitz,
onde veio a morrer, Friedl Dicker-Brandeis conseguiu esconder cerca de 4.500
desenhos das crianças do campo, que logo após a guerra foram recuperados e
entregues ao Museu Judaico de Praga. Estes desenhos são um testemunho pungente
do destino dos Judeus da Boémia e da Morávia, no período da II Guerra Mundial.
(Friedl
Dicker-Brandeis em 1936)
Cena
de um filme de propaganda nazi, sobre Terezín, mostrando as crianças no musical
Brandibar, 1941-42. Em fundo podem
ver-se os cenários da autoria de Friedl Dicker-Brandeis
Foram deportadas para o campo
de Terezín cerca de 15.000 crianças, com idades inferiores a 15 anos, que
transitaram, maioritariamente, para Auschwitz onde foram quase todas
exterminadas. Regressaram a casa cerca de 100.
Em muitos casos, os desenhos de Terezín
são tudo o que resta para celebrar as vidas daquelas crianças. Sem eles, os seus
nomes teriam caído no esquecimento.
Memórias
de casa, Marianna Lancová (morreu em Auschwitz aos 12 anos)
Petr
Ginz foi deportado para Terezín em 1942, com 14 anos, vindo a morrer em Auschwitz em
1944. Era o editor chefe de uma revista clandestina – VEDEM -, em Terezín.
Nota:
Hitler
“criou” em Terezín uma cidade só para Judeus, onde, segundo ele, “os Judeus
estariam a salvo das atribulações da guerra”. Antes da guerra, a população da
cidade rondava as 5.000 pessoas; no auge da guerra atingiu as 55.000. Os novos
residentes eram todos Judeus, e de uma craveira intelectual superior: músicos,
escritores, artistas, políticos, etc. A quantidade de músicos era tão grande,
que era possível formar duas orquestras sinfónicas a funcionarem, em
simultâneo, diariamente. Muitos destes artistas roubavam papel e outros
materiais, que destinavam à escola clandestina da Srª Friedl Dicker, para que as
crianças pudessem desenvolver o seu potencial artístico.
Este trabalho foi elaborado para apresentação aos seus alunos por Sónia Craveiro
Muito obrigada
Beijinhos
Fontes:
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/terezin.html;http://www.marthal.com/Balkans/Page14.html;
HOŘEC, Jaromir, ALBICH, Milan, … i děti šly na smrt, Naše vojsko, 1960, Praha
Tristeza e beleza inundam essa exposição!
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