Midrash Haggadah
O Midrash é uma ferramenta de interpretação que assume que cada
palavra ou letra da Torah tem um
significado, procurando e aprovando o texto do Tanakh, a Bíblia Hebraica. O Midrash
divide-se em duas categorias: o Midrash
Halakah que lida com questões práticas relativas à Lei Judaica e a
comportamentos; e o Midrash Haggadah
que está focado em narrativas bíblicas, ou explora o sentido ético de certas
personagens. Nos tempos modernos, o Midrash
pode conter histórias recontadas, adições, ou reviravoltas nas passagens da Torah.
Quando os Judeus dizem em linguagem
coloquial «diz no Midrash», estão
normalmente a referir-se aos ensinamentos do Midrash Haggadah, que em regra se encontram num corpo clássico de
textos compilado entre o ano 200 e o ano 1000 da era comum. Haggadah significa, literalmente,
narrativa, história.
Nestes textos surgem, lado a lado,
múltiplas interpretações, em que, não raras vezes, os rabinos se expressam de
forma exagerada, inventando pormenores e fazendo associações dos vários textos
do Tanakh. Para os rabinos clássicos,
a assunção da verdade do Tanakh e da Torah é intemporal e imutável.
Maimónides (1135-1204) fez
notar a este propósito que alguns Judeus estariam a interpretar as lições
morais do Midrash de forma literal,
ou então de forma muito simplista. Assim, Maimónides defendeu que o Midrash deveria ser encarado como um
código de metáforas que sugeriam ou indicavam verdades profundas.
Como exemplo podemos referir um Midrash muito popular que conta uma
história sobre Abraão que, enquanto criança na Mesopotâmia, partia os
ídolos fabricados por seu pai.
Nele procura-se enaltecer a predisposição de Abraão para ouvir a voz de Deus, o
Deus único.
O Midrash
Haggadah pode ser encontrado nos dois Talmudes, ou em coleções como o Midrash Rabbah, “o Grande Midrash”. O Midrash Rabbah é o nome dado a um
conjunto de coleções que ligam os cinco livros da Torah e os cinco rolos do Ketuvim
(“Escritos”, a terceira secção do Tanakh).
O legado do Midrash e da Torah, ao
invés de ser uma doutrina ou um dogma, continua a ser uma centelha perene que
ilumina o pensamento espiritual e ético.
Este artigo foi oferecido pela minha amiga
Sónia Craveiro
a quem agradeço desde já.
Sónia Craveiro
a quem agradeço desde já.
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