sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Cartas de Lisboa | Vayishlach‏


Vayishlach

A nossa parsha começa com Jacó e a sua família de viagem de volta a casa. Depois de vinte anos de ausência ele está agora de volta à sua terra.





Em vez de uma simples viagem de regresso, Jacó está preocupado com a iminente reunião com seu irmão Essav. Com medo de que Essav ainda possa querer prejudicá-lo, prepara-se para todas as eventualidades.






Finalmente, na noite anterior ao encontro o versículo diz-nos "Jacó dormiu naquela noite ..." (Bereshit 32:22)


Por que é que Jacó, neste momento tão sensível, decidiu ir dormir?





Além disso, Jacó não dormiu por muito tempo. Na verdade, o versículo seguinte diz-nos "Ele acordou durante a noite." (22:24)





Por que é que a Torá considera nesta narrativa o padrão de sono de Jacó um detalhe a transmitir-nos suficientemente importante?

O Rabi Avraham Saba, em seu comentário, o Tzror Hamor, fala sobre o que ele vê nestes versos: a manifestação de um diálogo interno no próprio Jacob.



O medo de Essav que Jacó sente é real, sabendo do que Essav é capaz, ele prepara-se de várias maneiras para o possível confronto.


Depois de tudo o que ele tinha feito, (uma mistura de estratégia, oração e suborno,) Jacó esperava agora receber (como tinha acontecido no passado) uma garantia de D-us.

Quando Jacó inicialmente se tinha escapado de Essav, D-us tinha-lhe aparecido num sonho, confortando-o e assegurando-lhe que ele seria protegido.

Com base na experiência anterior, Jacó tenta agora recriar esse ambiente na expectativa de que D-us lhe apareça e mais uma vez lhe garanta que tudo ficará bem.

No entanto, não demorou muito para Jacó se aperceber que este não era o caminho que D-us tinha em mente.




Diz, o Tzror Hamor, quando o versículo nos diz que "Jacó acordou" isto reflecte a sua percepção de que tudo era dependente dele, D-us queria que ele tomasse a iniciativa e deixou nas suas mãos como prosseguir.






Talvez seja isso que D-us quer de cada um de nós, depois de fazer tudo o que podemos, não é de esperar pela intervenção Divina, mas sim para fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para superar todos os obstáculos com que nos deparamos.



Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino


Eli Rosenfeld
chabadportugal.com




Pinturas:
1ª Bartolomé Esteban Murillo; 2ª George Frederic Watts; 3ª Frans Francken;
4ª Eveline Weil; 5ª Cunachu; 6ª Raphael Sanzio; 7ª David Brook

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