O dia de hoje na história judaica – 01 Nissan 5773
Pintura de Shoshannah Brombracher
Talmud (Rosh Hashaná 10b-11a) cita duas opiniões
quanto à data da criação do universo: segundo Rabi Eliezer: “O mundo foi criado
em Tishrei” (i.e., o sexto dia da Criação – no qual Adam e Eva foram criados –
foi 1º de Tishrei, celebrado a cada ano como Rosh Hashaná); segundo Rabi
Yehoshua, “O mundo foi criado em Nissan.” Conforme a interpretação dos
cabalistas e mestres chassídicos, o significado mais profundo destas duas
opiniões é que o mundo físico foi criado em Tishrei, ao passo que o
“pensamento” ou ideia da Criação foi no mês de Nissan.
À Esquerda Avraham e Isaac e à direita Yacob
Segundo o Talmud, os três Patriarcas do povo judeu –
Avraham (1813-1638 AEC), Yitschac (1713-1533 AEC) e Yaacov (1653-1506 AEC) –
todos nasceram e faleceram em Nissan.
Hagadá em comemoração em Pessach, comemorado o mês de Nissan
como o primeiro mês do calendário judaico.
A 1º de Nissan de 2448 (1313 AEC – duas semanas antes
do Êxodo), “D’us falou a Moshê e Aharon no Egito”, instruindo-os sobre o
estabelecimento do Calendário Judaico e que “este mês será para vós a cabeça
dos meses, o primeiro mês do ano” (Shemot 12:1-2); esta foi a primeira mitsvá
dada ao povo de Israel. Naquela ocasião D’us também lhes ordenou sobre a
oferenda de Pêssach e as várias observâncias da Festa de Pêssach.
No dia em que o Mishcan foi inaugurado, “Nadav e
Avihu, filhos de Aharon, cada qual pegou seu incensador, ateou fogo e colocou
incenso nele, e ofereceram um estranho fogo perante D’us, o que Ele ordenou que
não fizessem. Um fogo partiu de D’us, e os consumiu, e eles morreram perante
D’us” (Vayicrá 10:1-2).
No oitavo dia após um período de 7 dias de treino e iniciação, o Mishcan portátil (Tabernáculo ou Santuário) construído pelos Filhos de Israel no deserto do Sinai foi erigido. Aharon e seus filhos começaram a servir como sacerdotes, e a Divina Presença veio habitar o Mishcan; oferendas especiais foram levadas, incluindo uma série de presentes por Nashshon ben Aminadav, Príncipe da Tribo de Yehuda (oferendas semelhantes foram levadas nos 12 dias seguintes pelas outras tribos de Israel).
Leis e costumes
Hoje é o primeiro dos dois Rosh Chodesh (Cabeça do
Mês), para Elul (quando um mês tem 30 dias, o último dia do mês e o primeiro do
mês seguinte servem como Rosh Chodesh do mês vindouro).
Porções especiais são acrescentadas às preces diárias:
Halel (Tehilim 113-118) é recitado – em sua forma “parcial” – após a prece
matinal Shacharit, e a prece Yaaleh V’yavo é acrescentada à Amidá e às Graças
Após as Refeições; a prece adicional Mussaf é recitada (quando Rosh Chodesh é
Shabat, adições especiais são feitas ao Shabat Mussaf). Tachanun (confissão dos
pecados) e preces similares são omissas.
Muitos têm o costume de marcar Rosh Chodesh com uma
refeição festiva e redução na atividade de trabalho. Este costume prevalece
entre as mulheres, que têm uma afinidade especial com Rosh Chodesh – o mês é o
aspecto feminino do calendário judaico.
Uma mitsvá especial, que pode ser cumprida somente uma vez ao ano, é
recitar a berachá (bênção ou prece) feita ao ver uma árvore frutífera em
floração:
“Bendito sejas, ó Eterno nosso D’us, Rei do universo, que não deixou
faltar nada em Seu mundo, e criou nele criaturas boas e árvores boas com as
quais Ele dá prazer às pessoas.”
Hoje é a primeira oportunidade de fazer esta bênção,
mas ela pode ser feita num dia qualquer durante o mês de Nissan (mencionado na Torá como
o “mês da primavera”). Muitos visitam jardins botânicos durante essa época,
para terem uma oportunidade de cumprir esta linda mitsvá.
Começando hoje, e continuando até 13 de Nissan,
recitamos os versículos (de Bamidbar cap. 8) descrevendo as oferendas feitas
pelos “príncipes” (nesi’im) das doze tribos de Israel (veja “o Mishcan é
inaugurado”, acima).
Hoje lemos sobre o presente comprado por Nachshon ben
Aminadav, o nasi da tribo de Yehuda, nesta data. Amanhã leremos sobre o
presente de Issachar, e assim por diante para as 12 tribos.
A 13 de Nissan lemos as instruções de D’us a Aharon sobre o acendimento
da menorá, que representa a participação da tribo sacerdotal de Levi. Após os
versículos ‘Nasi” do dia, recitamos uma curta prece na qual dizemos: “… se eu,
teu servo, sou da tribo de …, cuja secção de Nasi eu li hoje em Tua Torá, que
todas as centelhas sagradas e iluminações sagradas que estão incluídas na
santidade dessa tribo brilhem sobre mim, para me conceder entendimento e
inteligência em Tua Torá e minha reverência a Ti, para fazer Tua vontade todos
os dias da minha vida…”
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