Va'eira
A firme recusa de Faraó em
permitir a liberdade ao povo judeu é o que leva às pragas sobre o Egito. Só
depois de todas as dez pragas, é que finalmente ele concorda e permite que o
povo judeu parta.
O Faraó não deixa o povo partir e eis
que surge a 1ª praga, e a água transforma-se em sangue.
Assim, parece ser a
acumulação das dez pragas e seu efeito punitivo sobre o Egito, que finalmente
convenceu o Faraó a acabar com a escravidão dos judeus.
A
praga das rãs
Pragas
dos piolhos - moscas - a morte dos animais
Esta premissa, no entanto, precisa de ser questionada. Não
seria possível a D-us trazer uma super-praga que tivesse convencido o Faraó a
fazer o que deveria fazer?
Foram realmente necessárias tantas pragas?
Dom Isaac Abravanel, no
seu comentário sobre a parsha, oferece uma visão fascinante. Ele explica que é precisamente
o grande número de pragas que em última análise ensina o Faraó que D-us tem de facto
o mundo sob seu controle.
Chagas
- chuva de pedras
Depois de cada praga houve
uma pausa, uma pausa na punição dos egípcios, e uma oportunidade para o Faraó
pensar: foi realmente uma intervenção de D-us ou simplesmente uma catástrofe
natural e uma inconveniência meramente aleatória?
Praga
dos gafanhotos
Trevas
- Morte dos primogénitos
Por um lado uma
super-praga poderia ter forçado a mão ao Faraó, mas por outro, ela não teria
tido o mesmo efeito internamente.
Depois de cada praga, o
Faraó medita, foi esta verdadeiramente uma mensagem de D-us, ou algo lamentável
e que ele poderia esperar que passasse e à qual poderia sobreviver?
Foi esta constante negação
de D-us pelo Faraó e as suas repetidas decisões em desafiá-Lo, que o levou a
esta incapacidade de se aperceber do Divino.
A capacidade de reconhecer
a D-us, entender que o mundo tem um Criador, requer a capacidade de se
concentrar, ouvir e ver.
Em vez de tratar tudo o
que acontece como uma mera ocorrência aleatória, precisamos de nos perguntar
porque acontecem as coisas e o que podemos fazer nessas circunstâncias.
Isto é o que a longa
narrativa das pragas nos lembra, e para isto não era suficiente apenas uma
praga.
Encontrar D-us
em tempos turbulentos exige esforço. Isso foi algo que o Faraó não quis fazer,
mas que é imperativo para todos nós fazermos.
O Baal Shem Tov ensina que
tudo o que vemos ou ouvimos tem em si uma lição para nós, no nosso
relacionamento com D-us. Ao contrário do Faraó, que não conseguiu reconhecer
D-us em lugar algum, já nós, temos de tentar encontrá-Lo em todos os lugares.
Shabat
Shalom!
Cortesia
doRabino
Eli
Rosenfeld
chabadportugal.com
Fontes
das imagens:
Sem comentários:
Enviar um comentário