Teruma
A Parashá desta semana abre com as instruções de D-us a
Moisés a respeito da Mitsvá de construir o Mishcan. O Mishcan, ou Tabernáculo,
era a estrutura temporária que serviu como precursor do Templo em Jerusalém.
Antes de receber a lista detalhada de todos os pormenores
que seriam úteis na construção do Mishkan, há uma instrução geral. "Fala
aos filhos de Israel, e faz com que eles tomem para Mim uma oferta, de cada
pessoa cujo coração o inspira à generosidade" (Shemot 25: 2)
O Rabino Avraham Saba questiona a escolha de palavras da
Torá.
Por que é que a Torá usa a palavra "tomar" quando
as pessoas estão de facto a ser convidadas a "dar"?
A resposta, diz o Rabino Saba, é uma lição geral para nós
sobre Torá e Tzedaká, a perspectiva Judaica sobre filantropia.
A primeira coisa a reconhecer, é que o que temos e o que
temos acumulado, vem de (e, portanto, pertence a) D-us.
Como escreve o Rei Davi em Tehilim: "A terra e tudo
quanto nela existe é do Senhor" (Tehilim 24:1)
Devemos reconhecer, diz o Rabino Saba, que somos meramente
guardiões dos nossos recursos. Estamos encarregados do seu uso para garantir
que qualquer pessoa em necessidade é ajudada. Devemos reconhecer que o que cada
um de nós possui é verdadeiramente devido às bênçãos recebidas de D-us.
É por isso que, diz o Rabino Saba, neste caso o versículo
usa a palavra "tomar" e não "dar". Tudo neste mundo que nós
acumulamos não é verdadeiramente para nós mesmos ou mesmo o nosso. Apenas tem a
aparência de o ser.
A única coisa que podemos tomar, e verdadeiramente possuir
para a eternidade, é o que damos. Ao dedicar algo a um propósito que nos
transcende ou uma boa acção ou Mitsvá, esses sim são actos de aquisição. Esses
actos de bondade, de Tzedaká e Torá tornam-se uma parte de nós para sempre.
O que damos
é o que realmente possuímos.
Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com
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