Shemini
A nossa Parsha começa com o culminar da inauguração do
Mishcan (Tabernáculo). Após o período inicial de sete dias, "Foi no oitavo
dia" (Vayicrá 29: 1), que a Presença Divina foi vista e sentida por todos
neste espaço sagrado.
Na altura em que Aarão, o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote)
completava o seu serviço, a Torá começa a descrevê-lo a abençoar o Povo Judeu.
E aqui as coisas ficam complicadas. O versículo começa com
Aarão no meio do serviço e em seguida começa a descrever a sua bênção.
"Aarão, levantou as mãos na direcção do povo e abençoou-o" (Vayicrá
29:22).
No entanto, imediatamente a seguir a Torá continua, dizendo que Aarão
"desceu a seguir à preparação da oferta", o que implica que ele ainda
estava no meio do seu serviço.
Então, ele estava a abençoar as
pessoas ou estava ainda no meio do serviço?
Além disso, o verso seguinte (Vayicrá 29:23) continua com
Moisés e Aarão juntos abençoando o Povo Judeu. Quando é que a bênção teve
lugar? Durante ou após o serviço?
Ao abordar esta questão, o Tzror Hamor dá uma bela visão do
espírito de Aarão neste momento especial. Na realidade a bênção, diz o Rabino
Sabá, ocorreu depois da conclusão do serviço. Foi então que Aarão realmente
verbalizou a bênção sacerdotal pela primeira vez na história.
No entanto, quando Aarão ainda estava no meio do seu serviço,
durante esses momentos especiais, o Povo Judeu estava firmemente presente na
sua mente. Ele estava lá em seu nome, representando todo o Povo.
Segundo o Rabino Sabá, a primeira menção das bênçãos, alude
aos pensamentos de Aarão, quando ele evocava a força e o mérito de todo o Povo
Judeu para o ajudar a completar com sucesso a sua tarefa. Quando todo o serviço
foi concluído, então sim é que as bênçãos foram realmente verbalizadas.
A esta luz, essas bênçãos beneficiam e
ajudam tanto o emissor como o receptor, como deverá acontecer com todas as
bênçãos.
Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com