sexta-feira, 15 de abril de 2016

Cartas de Lisboa | Metzora



Metzora


Esta semana, a Parsha continua com as leis referentes ao fenómeno da Metzora e o processo de purificação que a Torá estabelece.



An Ancient Mikveh on the Temple 
Mount in Jerusalem


Embora muitas das formas de tzara’at possam parecer como condições normais de natureza médica ou de higiene, Dom Abarbanel usa um verso da Parsha desta semana para dissipar essa noção.



"Quando vocês chegarem à terra de Canaã, que eu vos estou dando como possessão, eu irei colocar uma lesão de tzara’at numa casa." (Vayicrá 14:34)


O termo "colocar", diz Dom Abarbanel, reflecte a intervenção directa de D-us no aparecimento das tzara’at. A Torá está portanto a indicar-nos que essas manifestações de tzara’at não são o resultado da dieta ou do bem-estar físico de uma pessoa mas sim de seu estado espiritual.

Esta ideia é mais clara quando se trata das tzara’at que aparecem nas paredes de uma casa. Na pele, a tzara’at manifestam-se como uma erupção cutânea ou descoloração, ao passo que nas paredes de uma casa as tzara’at assumem a forma de uma cor estranha - algo que não se ligava ao resto.

O elemento estranho, diz Dom Abarbanel, alude à idolatria, à influência externa e à apropriação indevida de valores que não são nossos.

Ao entrar Israel estas leis foram feitos para lembrar figurativamente ao Povo Judeu da permanente existência de tais perigos. Quando tais elementos estranhos aparecem o remédio inclui partir partes das paredes. Isto, diz Dom Abarbanel, refere-se à destruição dos Templos, que foi provocada pela idolatria.



Por outro lado, parece que a eliminação de tais ideias e um determinado foco nos nossos valores e tradições são o que irá reconstruir o nosso todo, quebrado que esteja, com a chegada do Messias.


Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino

Eli Rosenfeld
chabadportugal.com



Fontes das imagens:

http://fineartamerica.com/profiles/david-wolk.html?tab=artworkgalleries&artworkgalleryid=261250


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