A Parashat Shelach!
Pintura de Alizia Freedman -
Shelach
(…)Moshê perguntou ao Todo Poderoso: "Consentes em
enviar espiões à Canaã?" "Se você assim o desejar," respondeu
D'us, "não o impedirei. Mas envie espiões por você mesmo, não por
Mim."
Apesar de D'us saber que os espiões falhariam em sua missão
e trariam punição à geração inteira, não os proibiu de viajarem concedendo-lhes
o livre arbítrio. Os espiões entretanto tinham a opção de trazer um relato
positivo e tornar a missão um sucesso. (…)
Ver resumo completo:
Comparando o ontem com o hoje e preparando o futuro…
Cambaleando
Você se recorda de seus primeiros passos?
Você corria até sua mãe. Talvez conseguisse chegar até seus
braços. Talvez você caísse com a cara no chão. Em qualquer dos casos, você
jamais deixou realmente seu abraço, porque o tempo todo os braços dela rodeavam
você, a centímetros de seu corpo, preparados para deixar você cair, mas
preparados também para impedir ou amparar sua queda se isso fosse realmente
necessário.
Mas você provavelmente não percebia aqueles braços
protetores. Como poderia notá-los, quando cada músculo em seu corpo pequenino e
cada célula em seu cérebro infantil estava concentrado no esforço de colocar um
pezinho na frente de outro e chegar até sua mãe?
Quem não passou por este sentimento pungente, indefeso, no
decorrer de sua vida? Quem não se sentiu abandonado por D'us, à deriva em um
mundo hostil? Mas D'us, disse o mestre chassídico Rabi Yisrael Báal Shem Tov,
está apenas agindo como um pai benevolente ensinando o filho a andar. Você
nunca se afasta de Seu abraço, embora, por vezes, não percebamos Seus braços
nos rodeando. De fato, como poderíamos, consumidos como estamos pela
assustadora tarefa de colocar um pé cambaleante na frente do outro, na meta de
chegar a Ele - por nossa conta.
Imagine o choque de Moshê quando D'us lhe disse: "Não
estou lhe dizendo o que fazer. Faça conforme seu próprio entendimento lhe
diz.".
D'us já tinha falado com Moshê muitas, muitas vezes, mas
sempre fora para dizer-lhe o que fazer. Moshê, vá até o Faraó. Diga-lhe isso e
ameace-o com aquilo. Traga as pragas, divida o mar, junte o maná a cada manhã -
mas lembre-se, porção dupla às sextas-feiras, nada no Shabat. Eu sou o Senhor
teu D'us. Não terás outros deuses diante de Mim. Honra teu pai e tua mãe. Não
mates. Não roubes. Não cozinhe um cabrito no leite de sua mãe. Viaje ali.
Acampe aqui.
E então, um dia, os Filhos de Israel tiveram esta idéia.
Vamos enviar espiões, disseram a Moshê, para percorrerem a terra de Canaã, que
D'us nos ordenou conquistar.
Pintura de Shoshannah Brombacher
"D'us não falou para enviar espiões" - disse
Moshê.
"Mas achamos que é uma boa idéia. Pergunte a Ele."
Então Moshê perguntou, e D'us lhe disse:
"Não lhe estou dizendo o que fazer. Faça conforme seu
entendimento lhe ditar."
A nação de dois anos de idade estava começando a andar.
A volta dos espiões
Pintura de Mordechai Edel
Os espiões voltaram após 40 dias, na noite de 9 de Av.
Primeiro, elogiaram e louvaram Israel para serem convincentes, depois
amedrontarem o povo citando os gigantes e as frutas monstruosas. Não lhes foi
pedido que opinassem se a Terra era ou não conquistável. Se quisessem externar
seus pontos de vista, deveriam tê-las mencionado a Moshê em particular.
Ao ouvirem a descrição de "exércitos inimigos
invencíveis", o povo começou a perder a coragem. Por isso, Yehoshua
levantou-se para contradizer as palavras dos espiões, mas sem obter sucesso.
Calêv levantou-se e gritou de maneira provocativa: "Este foi o único ato
que o Filho de Amram (Moshê) perpetrou para nós?" Esperando que Calêv os
apoiasse, os espiões silenciaram a multidão. Obtendo atenção geral, Calêv
concluiu: "Moshê fez muito mais! D’us partiu o Mar Vermelho para nós, nos
deu o maná? Por que estão com medo de conquistarem Canaã se Moshê assim
transmitir a vontade de D’us? Moshê jamais nos iludiu ou induziu a erro. Se ele
assim o diz, é porque podemos prevalecer sobre nossos inimigos. Mesmo se a
Terra estivesse situada nos próprios céus e Moshê nos obrigasse: 'Construam
escadas e subam até lá,' deveríamos segui-lo. Nosso sucesso baseia-se em
obedecê-lo, pois o que quer que Moshê diga é a vontade de D'us." Ao ouvirem as palavras de Calêv, os espiões apressaram-se em
contradizê-lo. "Não é como está dizendo; não podemos prevalecer sobre
essas pessoas, pois são mais fortes que nós."
O povo não queria mudar de ideia. "Acreditamos nos dez espiões. Além disso, Yehoshua e Calêv não negaram que as cidades são fortificadas e que encontraram gigantes!" Moshê, então argumentou:
"Tudo o que eu já lhes disse não é invenção minha, mas uma ordem direta de
D'us. Se estou prometendo que Ele os levará à Terra e destruirá todos seus
inimigos, a garantia é do próprio D'us. Aquele que realizou todos estes
milagres até agora continuará a operar milagres mesmo depois que vocês entrarem
em Israel."
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