Apresento-vos
hoje um pintor Português de enorme talento:
António
Oliveira Tavares
Em 1990 saio da minha fase
naturalista, com uma exposição toda ela executada em atelier mas é em 1992 que
começo a expor trabalhos inspirados nas minhas viagens a Paris, foi uma fase
muito importante e que culminou com minha ida para Paris em Outubro de 2001.
Momento de Pausa – Acrílico s/tela
81x100 cm, Bruxelas 2005
Oliveira
Tavares nasceu em Lisboa em 1961.
Viveu e trabalhou em Bruxelas e
Paris e atualmente reside em Borba, Portugal. Frequentou o 4º ano do curso de
engenharia do Instituto Superior Técnico de Lisboa, o Curso de Desenho no
A.R.C.O. e o Curso de História de Arte na Sociedade Nacional de Belas-Artes, do
qual é membro.
Mas
ninguém melhor que o próprio para vos falar um pouco do seu percurso artístico.
ZD
Os primeiros impulsos e desejo
de ser pintor nascem por volta dos meus 14 anos. Nesta época desenhava um
pouco, gostava das aulas de pintura na escola, mas o contacto com a Arte era em
geral muito reduzido!
No 10º e 11º ano de
escolaridade dei comigo a estudar matemáticas e física! Nesta altura deixei
completamente de lado este sonho de Pintor.
Foi só em 1981 quando entro
para o técnico e vou viver para Lisboa é que volto a contactar mais intimamente
com a Arte (música também) através dos livros, das Galerias e dos Museus! Nesta
época, ao mesmo tempo que ia estudando Engenharia, estudava e praticava a
pintura sempre que tinha oportunidade. Foi ai que a paixão cresceu e de tal
forma, que abandonei os estudos já no 4º ano de Engenharia Civil, para me
dedicar a tempo inteiro à Pintura.
A primeira vez que expus foi em
1982, numa coletiva subordinada ao tema do livro “”Era Lisboa e Chovia” do
Embaixador do Brasil, Dário Castro Alves, na já extinta Galeria Camilo – Eça em
Lisboa. Nesta altura participei com três paisagens, duas de Santarém e uma
feita na Praça da Figueira em Lisboa, em plena chuva tal como no livro e
pintada ao vivo a partir da janela de um primeiro andar duma casa de comércio
de tecidos.
“Era Lisboa e Chovia” – 46x33 cm,
Praça da Figueira, Lisboa 1982
Durante cerca de 8 anos, todos
os quadros que pintei foram feitos com cavalete diretamente na natureza com uma
abordagem naturalista.
Santarém - 1986
Marvão - 1998
Santarém
– S. João do Alporão, 1988
Santarém – Quinta de S. Lino,
1987
As colunas – 100x81 cm, 1990
A
rendilheira – Série Veermer, 65x81 cm, 1992
A Mulher do Brinco de Pérola –
Série Veermer, 100x80 cm, 1993
Série Pontormo – 146x97 cm,
1995
Ter atelier em Paris foi muito
importante para mim por me permitir uma constante ligação aos acontecimentos artísticos,
desde as exposições até aos concertos de música clássica e a toda uma cultura
diferente da nossa. Ajuda a sairmos do nosso mundo para uma outra realidade, a
nos adaptarmos, aprender coisas novas, estarmos abertos ao novo e ao diferente…
Série Ingres – acrílico s/tela
65x81, Paris 2002
Série Caravaggio – 81x65 cm,
Paris 2003
Fiz amizade com franceses, pude
frequentar suas casas como amigo e isto é muito enriquecedor do ponto de vista
humano. Especial nesta época era depois de tomar um café no meu bairro,
Batignolles no XVII eme, apanhar o metro e ir passar a tarde no Louvre! Sair do
Louvre e ainda visitar Boulevard St. Germain, onde sempre se vê algo inesperado
e interessante!
Série Ingres – 81x100 cm, Paris
2002
Pude conhecer bem o Museu
D'Orsay, o Louvre, Museu de L’Orangerie, o Center George Pompidou, a Casa Museu
de Delacroix, o Museu Rodin entre outros! Possa afirmar que para mim foi uma
época extraordinária!
Dois anos passados senti falta
de uma pouco mais de tranquilidade e natureza e ai encontrei Bruxelas, uma
cidade muito mais tranquila e pequena, com espaços verdes muito agradáveis.
Bruxelas tem uma situação geográfica que permitia deslocar-me até Amesterdam,
Haia (onde trabalhava com a Galeria Lewis Guy) e Paris com muita facilidade.
Mantive assim as minhas ligações a Paris e aproveitei para conhecer melhor os
principais Museus da Holanda e Bruxelas. Museu de Beuax Arts de Bruxelas,
Rijksmuseum e Museu Van Gogh de Amesterdam e o Museu Mauritshuis de Haia. Do
ponto de vista humano, Bruxelas pôs-me em contacto com uma maior variedade de
nações e línguas, devido à existência do Parlamento Europeu e das amizades que
tinha.
Acrílico s/tela 81x100 cm,
Bruxelas 2003
Foram quatro anos muito
movimentados e enriquecedores, mas gosto muito de estar agora na paz da
Paisagem Alentejana, amadurecendo uma nova fase do meu trabalho, mais ligado à
natureza e a um sentir mais profundo da alma, que pede, naturalmente silêncio e
introspeção!
Além de dar aulas, também faço
retratos quando para isso sou solicitado.
Retrato 100x81 cm, Borba 2011
Oliveira Tavares
Vamos
conhecer um pouco mais…
Entrevista com Oliveira Tavares:
Não
podia terminar sem deixar os meus sinceros agradecimentos ao António, que participou
diretamente neste trabalho com a total elaboração do texto e a escolha dos
quadros que é também da sua inteira autoria. De inicio, era suposto ser eu a
escolher as obras, mas achei que o próprio as colocaria melhor do que eu na sua
ordem correta ao longo do seu belíssimo percurso como Pintor.
Muito
obrigada pelo trabalho, pelo tempo dispensado e pelo carinho de toda a sua
colaboração.
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