quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Festa das Semanas - (Shavuot)







No antigo calendário campestre, esta festa era marcada pela oferta no Templo dos primeiros frutos das colheitas. No ciclo da memória judaica, o Shavuot marca o dia do encontro no Sinai, onde Deus se revelou a Moisés e ao povo judeu. Ouviu-se a Voz promulgando os Dez Mandamentos. A piedade judaica comentou de mil maneiras o sentido deste encontro. Entre as mais imaginativas e as mais poéticas, referimos a ideia de que, no Sinai, se celebrou o «casamento» de Deus com Israel (esta é a interpretação rabínica essencial do Cântico dos Cânticos). (…)


«Os teus dois seios (são como) duas crias de corças, gémeas de uma gazela…» 

(C. dos Cânt. 4, 5) é uma alusão às duas tábuas sobre as quais foram gravados os Dez Mandamentos, cada tábua «gémea» da outra.


O Livro de Rute



É costume ler o “Livro de Rute” na sinagoga no segundo dia da celebração de Shavuot. Há várias explicações para este costume. Uma delas associa-o ao facto do episódio narrado neste livro se ter passado na época das colheitas. Outra alude ao facto de Rute ter sido bisavó do rei David que, segundo a tradição, nasceu e morreu nessa data. Uma outra apoia-se no facto de Rute se ter convertido ao Judaísmo; por outras palavras, Rute aceitou o presente de Deus – a Torá.

É oportuno recordar a história de alguém que aderiu à fé e ao povo judeu com toda a força do seu coração, porque ao receber a Torá, todos os israelitas, de uma certa forma, foram convertidos ao Judaísmo.


O Livro de Rute é uma história lindíssima que fala de amor e devoção entre Rute e a sua sogra, Naomi. É um livro que mostra como o amor, a lealdade e a compaixão, seja entre membros da família ou entre completos estranhos, pode criar um sentido de comunhão que consegue vencer sentimentos de perda e de sofrimento.

Rute deixa a terra dos seus antepassados, para se integrar totalmente na família do seu falecido marido, seguindo a sogra e adotando o seu povo, a sua fé, a sua terra. Livro de Rute 1:16 – E Rute disse:




«Não me obrigues a abandonar-te, a desistir de te acompanhar, pois para onde fores, eu irei também; o teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus.»




O outro participante, Boaz, por sua vez, apesar de ter riquezas e posição elevada, não deixa de atender aos necessitados, procurando, sem qualquer interesse, proteger e ajudar Rute e Naomi.

Livro de Rute 2:15 – Ela (Rute) se foi a trabalhar e Boaz ordenou aos servos, dizendo:




«Que ela colha entre nossas espigas sem que ninguém a embarace.»






As atitudes destes dois justos, Rute e Boaz, são de tal maneira louváveis que mereceram fazer parte da Torá, através da sua história e da sua descendência, porque é da sua descendência que virá o Mashiach, o Messias. Livro de Rute 4:13:




E Boaz tornou Rute sua esposa e o Eterno a fez conceber e dar à luz um filho. 16 E Naomi levou a criança ao colo e se tornou sua ama. 17 (…) E o chamaram Obed, que se tornou pai de Jessé, que por sua vez se tornou pai de David.






A História de Rute

Filme dobrado em português (02.11h)



Com os agradecimentos, sempre especiais para a minha querida amiga que mais uma vez me ofertou este belíssimo artigo.

Sónia Craveiro




Muito obrigada J




Fontes:

Fontes: HERTZBERG, Arthur, JUDAÍSMO, Editorial VERBO; A Lei de Moisés – Torá, editora &livraria Sêfer.
Fig.2 – Julius Schnorr von Carorlsfeld, Rute no campo de Boaz, 1828;

Fig.3, 4 e 5 – Thomas Mathews Rooke, A História de Rute, 1876.

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