Chukat
Na parsha desta semana encontramos o episódio da serpente
de cobre.
Depois de mais uma rodada de denúncias onde as pessoas
falam novamente de voltar para o Egipto, acontece uma cena aterrorizante:
Cobras invadem o acampamento e as pessoas morrem vítimas das suas mordidas.
O que se segue é um remédio fascinante. Sob instruções de
D-us, Moisés cria uma cobra feita a partir de cobre, e a qual foi colocada no
alto de um poste.
O versículo descreve então o efeito disto em quem tivesse
sido mordido por uma cobra; "Ele, então, olha momentaneamente para a
serpente de cobre e vive." (Bamidbar
21: 9)
Sendo um feito bastante milagroso, fica
a questão de saber como é que esta serpente de cobre permitiu às pessoas que
para ela olhavam ficarem curadas e viverem?
O Rabino Yosef Karo, que viveu em
Portugal quando era um jovem, aporta uma explicação mística fascinante na sua
obra o Magid Meisharim.
Sendo um feito bastante milagroso, fica
a questão de saber como é que esta serpente de cobre permitiu às pessoas que
para ela olhavam ficarem curadas e viverem?
O Rabino Yosef Karo, que viveu em
Portugal quando era um jovem, aporta uma explicação mística fascinante na sua
obra o Magid Meisharim.
A cura diz ele, não vem de dentro da
serpente, mas sim de dentro da pessoa que olha para ela.
A cobra representa o ietser hará, a inclinação natural para a prossecução de objetivos
físicos e materiais.
A chave para lidar com o desafio da
abundância material, explica, é a de usar somente o que é necessário e
realmente necessário.
O bem-estar material não é o objetivo,
mas sim e apenas uma ferramenta necessária para a nossa vida e vitalidade,
permitindo-nos cumprir a missão que D-us nos reservou.
Quando nos deparamos com uma cobra, ou
pior ainda, quando somos mordidos por uma, o mundano torna-se o nosso foco
central, já que estamos em grave perigo.
A solução está com um desprendimento
cuidadoso e deliberado. "Olha momentaneamente para a serpente de cobre e
vive."
Olhando ligeiramente para a cobra, ele
explica, é uma alusão a apenas ter um envolvimento ligeiro com itens de
natureza material. Não é um envolvimento profundo, apenas um ligeiro, somente o
suficiente para estar saudável e bem.
Isto, diz ele, é a solução para esta
doença. Quando cercado por cobras, ou seja, do excesso do físico e material,
precisamos mudar o foco.
As nossas posses e coisas que
desfrutamos não podem distrair-nos. Elas são apenas as ferramentas para ajudar
com o que mais importa, a nossa alma e o nosso espírito.
Shabat Shalom!
Cortesia do Rabbi
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com
1ª pintura de Shoshannah
Brombacher
Restantes pinturas
de artistas não identificados
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