segunda-feira, 25 de maio de 2015

O dia de hoje na história judaica | 7 Sivan 5775





Ger Tzedek de Vilna é Queimado
em Praça Pública (1749)


Burned at stake


Avraham ben Avraham, o famoso “Ger Tzedek” (Justo Convertido) de Vilna, nasceu como Valentin Potozki, filho do Conde Potozki, um dos mais ricos proprietários de terra na Polónia. enquando estudante em Vilna conheceu o Judaísmo e resolveu converter-se – uma ofensa capital para a maioria dos países da Europa cristã na época. Fugiu para Amsterdão onde se converteu secretamente ao Judaísmo, assumindo o nome de Avraham ben Avraham (Avraham filho de Avraham).


Fontes:


http://strangeside.com/convert-avraham-the-convert-of-vilna/

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Cartas de Lisboa | Números




Bamidbar – Shavuot


Michal Meron Painting | Bamidbar




O Livro de Números, o Sefer Bamidbar, que começa com um censo detalhado do povo Judeu, deixa-nos em última análise, com um enigma numérico.

Embora os números das diferentes tribos variem muito, há uma tribo que se destaca, a tribo de Levi.



Ao analisar as contagens finais, parece que a tribo de Levi tem menos da metade do tamanho da população de qualquer das outras tribos!



 
"Por que é que a tribo de Levi, que foi escolhida para responsabilidades e distinções únicas, é tão mais pequena do que o resto da nação?"

Chagall Lithograph Signed, The Tribe of Levi, 1964




O Rambam (Nachmánides) liga a disparidade populacional a um crescimento milagroso que foi vivido durante a escravidão no Egipto. Com as dificuldades e o sofrimento a piorarem, a população escravizada milagrosamente aumentou exponencialmente.



Nachmánides


A tribo de Levi no entanto, não foi afectada por essas ocorrências negativas. A nossa tradição diz-nos que eles não foram escravizados, o que deixaria então os seus números na população total em estado de estagnação.

O estudo da Torá tem muitos níveis de interpretação. Porém, por mais que esta resposta possa parecer satisfatória, Dom Abarbanel não a aceita como interpretação literal, a nível de "prshat," (a simples e superficial leitura dos textos.)

A chave para o sentido dos números, escreve ele, está em ter uma melhor compreensão das pessoas que estão sendo contadas.

Uma das tarefas fundamentais do povo Judeu, era assegurar a criação da Terra de Israel. Todo o país foi dividido, dado a cada família, para desenvolver e assegurar o seu crescimento.

À tribo de Levi, por outro lado, não foi dada qualquer terra, já que o seu trabalho era garantir o desenvolvimento espiritual do povo.




Esta, diz Dom Abarbanel, é a resposta à nossa pergunta.






Os números da tribo de Levi reflectiam perfeitamente a visão de D-us com eles, na Terra de Israel. A sua posição e responsabilidades podiam ser cumpridas com os seus números naturais.

O resto da nação, que tinham sido incumbidos de desenvolver o país para torná-lo materialmente florescente e próspero foram abençoados com ajuda extra para poder cumprir com a sua responsabilidade.

O que se retira da análise de Dom Abarbanel, (que é na sua opinião a interpretação mais básica e literal do texto,) é que quando D-us abençoa uma família com crianças, a bênção é perfeitamente calibrada às necessidades e sustento futuro dessas crianças.

Uma criança nascida é assim uma criança dada a uma família com a capacidade e a bênção de D-us para apoiar e sustentar essa criança.



Shabat Shalom!
Cortesia do Rabino

Eli Rosenfeld
chabadportugal.com

Shavuot - The First Shofar




Shabat Shalom!


Pintura de Natan Cooper

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O dia de hoje na história judaica | 29 Iyar 5775





Falecimento de Samuel
(877 AEC)



Botticelli Korah painting


O Profeta Samuel (932-877 AEC) foi uma das figuras mais importantes na história judaica; nossos Sábios o descrevem como equivalente a Moisés e Aharon combinados. Samuel foi o último dos Shofetim (“Juízes”) que lideraram o povo de Israel nos quatro séculos entre o falecimento de Yehoshua e o estabelecimento da monarquia, e autor dos livros bíblicos de “Juízes”, “Samuel” e “Ruth”.





Samuel nasceu no ano 2830 (931 AEC), depois que sua mãe estéril Chana rezou por um filho no Santuário em Shiló e implorou: “Ó Senhor das hostes… se deres um filho a esta Tua serva, eu o dedicarei a D'us todos os dias de sua vida…” (Samuel I - 1:11). Aos dois anos, sua mãe o levou a Shiló em cumprimento da promessa, onde ele foi criado por Eli, o Sumo Sacerdote; pouco depois, Samuel teve sua primeira comunicação profética (descrita em Samuel I - 3). Em 890 AEC, Samuel sucedeu Eli como líder do povo judeu.



Eli and Samuel by Copley (1780)



Após dez anos sob a orientação de Samuel, o povo fez-lhe um pedido: “Aponte-nos um rei… como todas as outras nações ao nosso redor.” 



Israel Demands King


Samuel desaprovou este pedido, acreditando que o povo de Israel deveria sujeitar-se somente a D'us e não a qualquer rei mortal; porém D'us o instruiu a atender ao pedido do povo. Samuel então ungiu (879 AEC) Saul como o primeiro rei de Israel. Quando Saul desobedeceu a D'us durante a guerra contra Amalek, Samuel proclamou David como o rei legítimo no lugar de Saul.



Pouco depois Samuel faleceu aos 54 anos, no mesmo local do seu nascimento, Ramá, nas colinas de Judah, em 29 de Iyar de 2884 (877 AEC).



The Tomb Of Prophet Samuel
By Alexey Goral



Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_(B%C3%ADblia)#/media/File:The_Tomb_Of_Propet_Samuel.JPG

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Cartas de Lisboa | Pirkei Avot 5‏



Behar - Bechukotai


Pirkei Avot 5

"Como pode alguém perder um argumento e ainda assim estar correto?"

Por mais impossível que isto possa parecer, esta parece ser a mensagem do capítulo desta semana de Pirkei Avot.

"Qualquer disputa que é motivada por razões Divinas está destinada a perdurar; a que não é motivada por razões Divinas não está destinada a perdurar" (Avot 5:17)

Dom Abarbanel no seu comentário a esta Mishná, oferece uma visão fascinante sobre o que faz com que um argumento seja bem-sucedido. Mas, primeiro, diz ele, é preciso entender o que é o amor.

A Mishná anterior tinha contrastado dois tipos de amor. Um amor que é dependente de fatores externos e um amor que não depende de nada. O amor que está ligado a influências externas, diz a Miishná, não consegue suportar o teste do tempo.

Discordâncias e diferenças de opinião, diz Dom Abarbanel, funcionam da mesma maneira.

Quando questões da lei judaica são contestadas por razões Divinas, os dois lados são realmente um. Embora possam estar em oposição um ao outro do ponto de vista lógico, eles estão unidos na busca da verdade.

Quando um parecer se baseia em influências externas, motivadas pelo benefício pessoal ou similar, tal argumento não pode ser vencido.

No entanto, quando se aborda um problema por razões Divinas, pela questão no seu próprio mérito, tal argumento nunca pode ser perdido.



Shabat Shalom!

Cortesia do Rabino


Eli Rosenfeld
chabadportugal.com



Paintings: Simeon Solomon “The Eve of the Jewish Sabbath”

Sol Nodel art

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O dia de hoje na história judaica | 23 Iyar 5774





Águas de uma pedra em Refidim

(1313 AEC)



Jacopo Tintoretto 
"Moses drawing water from the rock, 1577"


O povo de Israel chegou em Refidim no dia 23 de Iyar, 38 dias após o êxodo do Egito. Refidim era uma terra deserta e desprovida de água. O povo reclamou que eles e seus filhos corriam risco de vida, já que estavam sujeitos a morrerem de sede. 



Nicolas Poussin 
"Moses making water pour from the rock, 1633-1635"


D’us ordena a Moshê para que levasse os anciãos do povo a uma rocha. Moshê bateu na rocha e dela jorrou uma fonte de água.



Fontes:

Texto:


Pinturas:

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:File-Tintoretto,_Jacopo_-_Moses_Striking_Water_from_the_Rock_-_1577_-_122kb.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Nicolas_Poussin_paintings

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Old Man Studying




Shabat Shalom!



















Pintura de Maurycy Trebacz

1896

Talmud in the visual arts!




In Carl Schleicher's paintings



Jewish Scene I



Jewish Scene II



A Controversy Whatsoever on Talmud



At the Rabbi's


Rabbi’s and talmudists studying and debating Talmud abound in the art of Austrian painter Carl Schleicher (1825-1903); active in Vienna, esp. c. 1859–1871.



Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/Talmud

domingo, 3 de maio de 2015

O dia de hoje na história judaica | 14 Iyar 5775





Grande queima de livros pelos nazis

(1933)


No dia 10 de maio de 1933, foram queimadas em praça pública, em várias cidades da Alemanha, as obras de escritores alemães inconvenientes ao regime.

Bücherverbrennung im Dritten Reich



O dia 10 de maio de 1933 (14 de Iyar), marcou o auge da perseguição dos nazis aos intelectuais, principalmente aos escritores. Em toda a Alemanha, principalmente nas cidades universitárias, montanhas de livros ou suas cinzas acumulavam-se nas praças. Hitler e seus comparsas pretendiam uma "limpeza" da literatura.

Tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pelo regime nazi foi destruído. Centenas de milhares de livros foram queimados no auge de uma campanha iniciada pelo diretório nacional de estudantes.

Albert Einstein, Stefan Zweig, Heinrich e Thomas Mann, Sigmund Freud, Erich Kästner, Erich Maria Remarque e Ricarda Huch foram algumas das proeminências literárias alemãs perseguidas na época.

O poeta nazi Hanns Johst foi um dos que justificou a queima, logo depois da ascensão do nazismo ao poder, com a "necessidade de purificação radical da literatura alemã de elementos estranhos que possam alienar a nossa cultura".




Assim como desde a pré-história acreditava-se nos poderes purificadores do fogo, o regime do mestre da propaganda – Joseph Goebbels – pretendia destruir todos os fundamentos intelectuais da por ele tão odiada República de Weimar.

A opinião pública e a intelectualidade alemãs ofereceram pouca resistência à queima. Editoras e distribuidoras reagiram com oportunismo, enquanto a burguesia tomou distância, passando a responsabilidade aos universitários. Também os outros países acompanharam a destruição de forma distanciada, chegando a minimizar a queima como resultado do "fanatismo estudantil".

Entre os poucos escritores que reconheceram o perigo e tomaram uma posição estava Thomas Mann, que havia recebido o Nobel de Literatura em 1929. Em 1933, ele emigrou para a Suíça e, em 1939, para os Estados Unidos.



Thomas Mann


Quando a Faculdade de Filosofia da Universidade de Bonn lhe cassou o título de doutor honoris causa, ele escreveu ao reitor: "Nestes quatro anos de exílio involuntário, nunca parei de meditar sobre minha situação. Se tivesse ficado ou retornado à Alemanha, talvez já estivesse morto. Jamais sonhei que no fim da minha vida seria um emigrante, despojado da nacionalidade, vivendo desta maneira!"

Também Ricarda Huch foi retirada da Academia Prussiana de Artes. Na carta ao seu presidente, em 9 de abril de 1933, a escritora criticou os ditames culturais do regime nazi: "A centralização, a opressão, os métodos brutais, a difamação dos que pensam diferente, os autoelogios, tudo isso não combina com meu modo de pensar", justificou. 



Ricarda Huch




Em 1934, a "lista negra" incluía mais de três mil obras proibidas pelos nazis. 

Como disse o poeta Heinrich Heine:



"Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas."






Fontes:
http://www.coisasjudaicas.com/2010/05/queima-de-livros-pelos-nazistas.html