Vayeitzei
Caridosos
actos de dádiva e de bondade são parte do tecido da vida, da história e da lei
judaica. Desde as primeiras histórias dos nossos antepassados que lemos como
eles sempre se comprometeram em designar parte de suas posses para um propósito
mais elevado.
Na
nossa parashá, lemos as palavras de Jacó afirmando a D-us: "De tudo o que
Me der, eu darei um dízimo (dez por cento) para Ti". (Bereishit 28:22)
Para
além do costume e da obrigação da caridade, também encontramos palavras fortes
associadas ao seu mérito. No livro de Mishlei (Provérbios) encontramos as
famosas palavras "e a caridade salvará da morte" (Mishlei 10: 2)
Embora
a intenção do verso pareça clara, o uso especifico destas palavras requer
explicação. Por que é que a caridade salva da morte? A morte de quem?
O
Rabino Ya'akov Tzemach, um cabalista nascido no Portugal do século XVI, expõe
os elementos místicos e ocultos dessas palavras. "E a caridade salvará da
morte" no hebraico é "u'tzedakah tazil mimavet". As primeiras
letras destas palavras são, "Vav", "Tav" e "Mem".
Quando rearranjado, essas são as próprias letras que compõem a palavra
"mavet" - a morte.
Diz
o Rabino Tzemach, o verso realmente fala não de uma, mas duas mortes que estão
sendo evitadas.
Em
primeiro lugar, a vida daquele que recebe o ato de caridade. As necessidades da
sua vida, estão agora satisfeitas, enquanto que as necessidades e carências
inerentes à pobreza (que o Talmude diz serem semelhante à morte) são agora
evitadas. Esta vida que é salva está clara e aparente na menção da morte no
verso.
No
entanto, há realmente outra menção da morte, a que o versículo alude. Esta
menção é enigmática e não é claramente enunciada. Refere-se à segunda vida que
está sendo salva, a vida do doador.
O
sistema de recompensa da Torá é sempre, "midah k'neged midah", uma
medida precisa de justiça e de recompensa que se encaixa na acção específica que
teve lugar. Assim como o doador claramente salvou a vida dando e ajudando,
também a sua vida é salva. É-lhe assegurada a bênção da vida e a bondade que
ele próprio tinha dado a outrem.
Shabat
Shalom!
Cortesia do Rabino
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com
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