O Castelo de Marialva, na Beira
Alta, localiza-se na vila de Marialva, Freguesia e Concelho de Mêda, Distrito
da Guarda, em Portugal.
No topo de um penedo granítico, em posição dominante sobre
a vila e a planície cortada pela antiga estrada romana, encontra-se
estrategicamente colocado na região fronteiriça do rio Côa (Ribacôa). Um verdadeiro
complexo medieval, cujas suas raízes mergulham no passado histórico de
Portugal, ligando-se ao trágico destino dos Távoras.
Vista da vila de Marialva a
partir do Castelo
Mais uma viagem por terras de Portugal. Desta feita e
apenas para conhecer mais um local, e porque estávamos de passagem decidimos
parar nesta tão linda terra. Marialva. Confesso que esta paragem foi
impulsionada pelo Castelo. Como amantes desta nossa história tão rica, não lhe
resistimos.
Mas temos pontaria, fomos conhecer mais uma terra de judeus. Destes, pouco consegui apurar, apenas casas, marcas cruciformes e um fly dado pelo colaborador da loja do castelo, onde assinalava, “ a Casa dos Judeus” (fora do Castelo e que é utilizada como bilheteira e loja do mesmo).
A Casa dos Judeus
Já dentro do castelo, uma casa assinalada como a “casa da
judia”. Quanto a factos concretos, apenas os Távoras, mas mais história e nomes…Nada
L
A Casa da Judia (assinalada como nº 13 no mapa do castelo)
Mas valeu a pena, foi muito emotivo calcar ruas e ruelas
pisadas em tempos pelos nossos antepassados. Evidentemente recorrendo a alguns
conhecimentos sobre o nosso povo nestes tempos tão longínquos, fomos permitindo
que a nossa imaginação nos levasse para aquela era.
Na
ausência de muita informação sobre os nossos, deixo-vos com a história deste
castelo.
O Castelo Medieval
D. Afonso Henriques (1112-1185) encontrou a povoação
abandonada. Para incentivar o seu repovoamento e defesa, passou-lhe Carta de
Foral, garantindo privilégios não só aqueles que por iniciativa régia ali se
estabeleciam na ocasião, mas a todos os que assim o fizessem no futuro. Embora
esse documento não apresente data, acredita-se que tenha sido passado
posteriormente a 1158, admitindo-se a data de (1179). Acredita-se que a
primitiva feição de seu castelo remonte a esta fase, a partir da observação das
características construtivas do aparelho da muralha e de uma das torres.
Na transição para o século XIII, o rei D. Sancho I
(1185-1211) prosseguiu as obras de edificação do castelo, ampliando-lhe os
muros que passaram a envolver a vila. O seu filho e sucessor, D. Afonso II
(1211-1223), confirmou-lhe o foral (1217).
Em 1296 D. Dinis (1279-1325) partiu de Castelo Rodrigo à
invasão de Castela, reivindicando as terras além do Côa, que efetivamente
vieram a ser incorporadas a Portugal pelo Tratado de Alcanizes (1297). Nesse
contexto, Marialva incluía-se no rol das povoações atendidas por aquele
monarca, e assim lhe foi procedida a reconstrução do castelo. Este soberano
instituiu, em 1286, a feira mensal de três dias, oferecendo privilégios a quem
ali praticasse o comércio, visando o mesmo objetivo de incentivo ao povoamento.
À época, a vila já se espalhava extramuros, na direção Norte.
Quando da crise de 1383-1385, Marialva e seu castelo
tomaram o partido do Mestre de Avis.
No século XV, D. Afonso V (1438-1481) concedeu-lhe o título
de condado tendo D. Vasco Fernandes Coutinho recebido o título de conde de
Marialva (1440).
No século XVI várias intervenções foram promovidas: por D.
Manuel I (1495-1521), que passou o Foral Novo à vila (1515), pelo Infante D.
Fernando (irmão de D. João III (1521-1557) e marido de D. Guiomar Coutinho,
filha do último conde de Marialva), e por D. Sebastião ainda sob a regência de
D. Catarina d'Áustria (1557-1562). Desta última intervenção é testemunha a data
de 1559, inscrita na muralha.
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