Behaalotecha
Na porção da Torá desta semana pode-se
ler sobre os "chatzotzrot," as duas trombetas de prata que foram
feitas por Moisés de acordo com as instruções de D-us. (Bamidbar Capítulo 10)
Ainda que estas trombetas servissem vários objectivos
práticos – sendo uma delas a de juntar a nação ou de se prepararem para viagens
– elas também tinham uma outra função.
"Se forem
para a guerra … contra um adversário que vos oprime, deverão soar uma teruá com
os trompetes e ser lembrados junto de D-us …”
(verso 9)
O Rabi Abraão Saba, escreveu o seu comentário no Tzror
Hamor, e tem uma perspectiva única sobre o adversário a que a Torá se refere.
Enquanto a maior parte dos inimigos são
temporários e circunstanciais, o desafio mencionado na Torá é caracterizado
pela sua constância. A “ietzer hará”,
a inclinação dentro de nós para a negatividade, é um adversário que está sempre
à espreita.
“Soar as
trombetas” é o nosso chamamento à acção recordando-nos da nossa crença em D-us
e ao nosso esforço em nos redireccionarmos.
Com esta explicação, o Rabi Sabá, liga
esta ideia ao Rosh Hashaná, o ano novo Judaico. Num dos versos que descrevem a
Rosh Hashaná, a Torá escreve, “é a lembrança da teruá”. (Vayikra 23:24)
O que é que exactamente nos é
suposto recordar?
Diz o Rabi Sabá, durante Rosh Hashaná,
um dia de oração e de introspecção, é perfeitamente apropriado para lembrar a
teruá que é tocada como um grito de Guerra contra a ietzer hará, a inclinação ao mal.
Ao tal fazer, reafirmamos a nossa
dedicação a D-us em face de todos os obstáculos que se nos apresentam.
Shabat Shalom!
Cortesia do Rabbi
Eli Rosenfeld
chabadportugal.com
Imagens:
1ª Pintura de Marc Chagall; 2ª Cornetas de Prata; 3ª Primeiro Zohar impresso em 1558; 4ª Pintura de Isidor Kaufmann; 5ª Ilustração da Biblia de Holman,
1890
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