Portugueses
Vitimas da Inquisição Espanhola
(1479 -1834)
Auto de Fé na
Plaza Mayor de Madrid, em 1683.
Quando se fala da Inquisição espanhola na América, raramente
se refere que a maioria das suas vítimas eram portugueses. Sabia que morreram
mais portugueses em Espanha vítimas da Inquisição do que em Portugal?
A
maioria era acusada de judaísmo, mas muitos outros de heresia, blasfémia,
sodomia, bruxaria, etc.
A
inquisição Castelhana foi criada em 1478, sendo logo seguida da inquisição
aragonesa. Não tardou a surgir em toda a Espanha uma vasta rede de tribunais da
inquisição, que se estendeu no século XVI às suas colónias.
O objetivo dos inquisidores era sempre o mesmo: combater a presença portuguesa na Espanha e seus domínios, apoderando-se dos seus bens. Milhares de famílias foram destroçadas e espoliadas.
Depois
da Espanha ocupar Portugal, em 1580, largos milhares de portugueses
vislumbraram neste país grandes oportunidades de negócio.
A
troco de uma enormes somas de dinheiro, obtiveram autorização para se
estabelecerem em Espanha. Ao mesmo tempo continuaram a infiltrar-se aos
milhares nas suas colónias, onde possuíam enormes comunidades, apesar de
estarem proibidos de aí se fixarem.
Uma decisão que se lhes revelou fatal, pois o seu
êxito suscitou de imediato o saque dos seus bens através da Inquisição. A
seguir à restauração da Independência de Portugal, em 1640, os banqueiros
portugueses estabelecidos em Espanha foram sendo sucessivamente presos e
pilhados:
(Juan Nunez de Saraiva (1640), Diego Saraiva (1641), Manuel Enriques
(1646), Gaspar e Alfonso Rodrigues Pasarino (1646), Estaban Luis Diamante
(1646), outro não identificado (1647), Francisco Coelho (1654), Francisco Baéz
Eminente (1691), etc.

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O
seu saque constituiu uma importantíssima fonte de rendimentos que o tesouro
real espanhol carecia, para fazer face aos graves problemas financeiros com que
se debatia. Em 1676, os inquisidores calculavam que o resultado da última
campanha de expropriação dos portugueses tivesse rendido a fabulosa soma de
772.748 ducados e 884.979 pesos.
Em
1683 foi publicada a célebre "Ley de Extermínio" dos portugueses. Os
que não fossem apanhados e mortos, eram depois de roubados obrigados a fugir
sob a ameaça de morte.
As colónias espanholas na América, embora se observe o mesmo fenómeno, a verdade é que as mesmas continuaram a receber constantes fluxos de emigrantes portugueses.
A
enorme capacidade que revelaram em se esconderam sob falsas identidades, mas
também em se movimentarem, não foi suficiente para resistirem às perseguições
que foram vítimas em Espanha, sobretudo entre 1580 e 1745.
Estudos
recentes apontam claramente para uma conclusão inesperada: morreram mais
portugueses vítimas da Inquisição em Espanha e nas suas colónias, do que
aqueles que entre 1536 e 1820 foram mortos pela Inquisição em Portugal.
Tribunal da
Inquisição em Espanha
Fontes:
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