O
MÊS DE ADAR
Mazal Adar (Símbolo de Adar)
O mês de Adar é o último mês do
ano, contado a partir de Nissan, conforme é referido na Bíblia. Assim, o ano
judaico começa em Nissan, com o júbilo da redenção de Pessach, e termina em
Adar, com a alegria da redenção de Purim. O símbolo (mazal) do mês de Adar é o peixe (dag). Neste mês o peixe multiplica-se no mar, nos rios e nos lagos
e vive protegido nas suas águas. Tal como o peixe vive protegido na água, o
Povo de Israel vive protegido pela Torah. Tal como o peixe se multiplica em Adar,
nós fortalecemo-nos pela Torah, neste mês em que celebramos a festa de Purim.
Mishenichnas
Adar, marbin besimcha, litografia de Purim, Eslováquia, 1930
Adar é o mês mais feliz e mais alegre do calendário hebraico. De facto,
o seu mote é “Quando Adar começa, aumenta a nossa alegria” (“Mishenichnas,
Adar, marbin besimcha”). Na estampa decorativa abaixo, alusiva à festa de
Purim, podemos ver igualmente o mote “Mishenichnas Adar, marbin besimcha”,
seguido das saudações “L’chaim” e “Mazel tov”, tendo na parte inferior, ladeado
pelos dois peixes (dagim), o hino
“Shoshanat Yaacov”.
Mazal Adar Dagim, Hungria, Museum of Jewish Heritage
É costume recitar o hino “Shoshanat
Yaacov” após a leitura da Megillat Esther,
que faz parte do ritual de Purim. No “Cântico dos Cânticos” a nação judaica é
comparada a uma rosa – Shoshanah -,
que é uma referência a Shushan (Susa), a capital da Pérsia, lembrando o
versículo “a cidade de Shushan celebrou e rejubilou” (Esther 8:15).
Shoshanat
Yaakov, tzahala v’samecha birotam yachad tchelet Mordechai.
“A rosa de Jacob empolgou-se com júbilo e exultou quando eles viram
Mordechai vestido de azul real.”
No “Livro de Esther” (Megillat Esther) é narrado o miraculoso
acontecimento que deu origem à festa de Purim, que se celebra a 14 de Adar. Purim
comemora a salvação dos judeus da Pérsia, graças à intervenção de Mordechai e
da rainha Ester, a esposa judia do imperador Achashverosh (Assuero ou Xerxes), quando
estes corriam perigo de vida, devido à intenção do ministro Haman em os exterminar.
O nome da festa tem origem na palavra persa “pur”, que significa
“sorte”, conforme é relatado na Megillat
Esther 9:26 «Por isso chamaram
àqueles dias Purim (sortes)…», porque o malvado Haman sorteou o dia em que os
judeus deveriam ser aniquilados.
A rainha Esther pede ao
imperador Assuero, clemência para os judeus da Pérsia; manuscrito judeo-persa,
séc. XVIII, escrito em persa com letras hebraicas; Isaac Einhorn Collection,
Tel Aviv, Israel
A rainha Esther, aconselhada pelo seu tio Mordechai, apresentou-se ao
rei, denunciou a trama e obteve o decreto pelo qual o seu povo teve direito à
autodefesa, podendo assim salvar-se. Mordechai foi carregado em triunfo,
nomeado ministro e Haman enforcado com os seus filhos, na forca que tinha
preparado para Mordechai. Esta história, contada no Livro de Esther, é lida na
véspera e na manhã da festa, em todas as sinagogas do mundo. É uma história que
conta milagres “encobertos”, como o facto intrigante de o nome de D’us não ser
mencionado uma única vez, e finalmente o facto do povo judeu sair vitorioso,
quando estava destinado ao extermínio.
Bordado comemorativo da
salvação dos judeus da Pérsia na Megillat
Esther, séc. XIX, The Jewish Museum, Nova Iorque
Em 7:9 aparece a misteriosa
figura de Charvonah, aparentemente, um simples soldado, que diz o seguinte:
«Eis que a forca na árvore, de cinquenta côvados de altura, que Haman preparou
para Mordechai, que falara em benefício do rei, se encontra na casa de Haman.»
Foi o golpe final. Achashverosh ordena de imediato a execução de Haman.
O exegeta Ibn Ezra comenta este verso,
explicando que Charvonah podia muito bem ser o Profeta Elias – Eliyahu Hanavi
-, que vem em nosso socorro quando precisamos dele.
A questão que se levanta é a do motivo pelo
qual um simples soldado aparece na corte real de Achashverosh? Talvez a lição a
retirar seja a de que D’us envia os mensageiros certos, mas nós nem sempre os
reconhecemos. Precisamos, pois, estar mais atentos aos “Charvonas” que se nos
deparam e às mensagens que nos trazem.
CHAG PURIM SAMEACH
Estes
são os nossos votos sinceros, meus e da
Sónia
Craveiro,
que foi
a responsável por este artigo.
Muito obrigada Sónia J
Beijinhos
Fontes:
Muito boa a explicação. Bem-haja.
ResponderEliminarAvelino (http://arvoredejesse.blogspot.com)
Muito obrigada Avelino.
EliminarSónia Craveiro e Ziva :)