quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O Mês de Adar e o Purim!



O MÊS DE ADAR
Mazal Adar (Símbolo de Adar)


     O mês de Adar é o último mês do ano, contado a partir de Nissan, conforme é referido na Bíblia. Assim, o ano judaico começa em Nissan, com o júbilo da redenção de Pessach, e termina em Adar, com a alegria da redenção de Purim. O símbolo (mazal) do mês de Adar é o peixe (dag). Neste mês o peixe multiplica-se no mar, nos rios e nos lagos e vive protegido nas suas águas. Tal como o peixe vive protegido na água, o Povo de Israel vive protegido pela Torah. Tal como o peixe se multiplica em Adar, nós fortalecemo-nos pela Torah, neste mês em que celebramos a festa de Purim. 


Mishenichnas Adar, marbin besimcha, litografia de Purim, Eslováquia, 1930


     Adar é o mês mais feliz e mais alegre do calendário hebraico. De facto, o seu mote é “Quando Adar começa, aumenta a nossa alegria” (“Mishenichnas, Adar, marbin besimcha”). Na estampa decorativa abaixo, alusiva à festa de Purim, podemos ver igualmente o mote “Mishenichnas Adar, marbin besimcha”, seguido das saudações “L’chaim” e “Mazel tov”, tendo na parte inferior, ladeado pelos dois peixes (dagim), o hino “Shoshanat Yaacov”. 


Mazal Adar Dagim, Hungria, Museum of Jewish Heritage


     É costume recitar o hino “Shoshanat Yaacov” após a leitura da Megillat Esther, que faz parte do ritual de Purim. No “Cântico dos Cânticos” a nação judaica é comparada a uma rosa – Shoshanah -, que é uma referência a Shushan (Susa), a capital da Pérsia, lembrando o versículo “a cidade de Shushan celebrou e rejubilou” (Esther 8:15). 


Shoshanat Yaakov, tzahala v’samecha birotam yachad tchelet Mordechai.
“A rosa de Jacob empolgou-se com júbilo e exultou quando eles viram Mordechai vestido de azul real.”


     

     No “Livro de Esther” (Megillat Esther) é narrado o miraculoso acontecimento que deu origem à festa de Purim, que se celebra a 14 de Adar. Purim comemora a salvação dos judeus da Pérsia, graças à intervenção de Mordechai e da rainha Ester, a esposa judia do imperador Achashverosh (Assuero ou Xerxes), quando estes corriam perigo de vida, devido à intenção do ministro Haman em os exterminar. 

   O nome da festa tem origem na palavra persa “pur”, que significa “sorte”, conforme é relatado na Megillat Esther 9:26 «Por isso chamaram àqueles dias Purim (sortes)…», porque o malvado Haman sorteou o dia em que os judeus deveriam ser aniquilados. 


A rainha Esther pede ao imperador Assuero, clemência para os judeus da Pérsia; manuscrito judeo-persa, séc. XVIII, escrito em persa com letras hebraicas; Isaac Einhorn Collection, Tel Aviv, Israel


    A rainha Esther, aconselhada pelo seu tio Mordechai, apresentou-se ao rei, denunciou a trama e obteve o decreto pelo qual o seu povo teve direito à autodefesa, podendo assim salvar-se. Mordechai foi carregado em triunfo, nomeado ministro e Haman enforcado com os seus filhos, na forca que tinha preparado para Mordechai. Esta história, contada no Livro de Esther, é lida na véspera e na manhã da festa, em todas as sinagogas do mundo. É uma história que conta milagres “encobertos”, como o facto intrigante de o nome de D’us não ser mencionado uma única vez, e finalmente o facto do povo judeu sair vitorioso, quando estava destinado ao extermínio. 


Bordado comemorativo da salvação dos judeus da Pérsia na Megillat Esther, séc. XIX, The Jewish Museum, Nova Iorque


   Em 7:9 aparece a misteriosa figura de Charvonah, aparentemente, um simples soldado, que diz o seguinte: «Eis que a forca na árvore, de cinquenta côvados de altura, que Haman preparou para Mordechai, que falara em benefício do rei, se encontra na casa de Haman.» Foi o golpe final. Achashverosh ordena de imediato a execução de Haman.

    O exegeta Ibn Ezra comenta este verso, explicando que Charvonah podia muito bem ser o Profeta Elias – Eliyahu Hanavi -, que vem em nosso socorro quando precisamos dele.

    A questão que se levanta é a do motivo pelo qual um simples soldado aparece na corte real de Achashverosh? Talvez a lição a retirar seja a de que D’us envia os mensageiros certos, mas nós nem sempre os reconhecemos. Precisamos, pois, estar mais atentos aos “Charvonas” que se nos deparam e às mensagens que nos trazem. 





CHAG PURIM SAMEACH


Estes são os nossos votos sinceros, meus e da
Sónia Craveiro,
que foi a responsável por este artigo.

Muito obrigada Sónia J
Beijinhos


Fontes:







2 comentários:

  1. Muito boa a explicação. Bem-haja.

    Avelino (http://arvoredejesse.blogspot.com)

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