
Fachada
da sinagoga sefardita de Safed, onde Luria rezava. Construida no século XVI,
foi destruída por um terramoto e reconstruída em 1857. Vejamos também um pouco do interior da mesma.
Embora sua contribuição literária direta para a escola cabalística de
Safed tenha sido extremamente diminuta (ele escreveu apenas alguns poemas), sua
fama espiritual levou-o à sua veneração e a aceitação da sua autoridade.
Os seus
discípulos compilaram as suas obras e todos os seus ensinamentos orais na
escrita. Todos os costumes do Ari foram analisados, e muitos foram aceites, mesmo
contra a prática anterior.
Uma imagem surpreendente aguarda o turista que visita
a encantadora cidade de Safed, nas terras altas da Galileia, no norte de
Israel. Numa antiga sinagoga judia, a pintura num mural mostra nada menos do que
o Domo do Rochedo, o mais antigo monumento arquitetónico islâmico, reverenciado
por milhões de muçulmanos em todo o mundo. Construído no coração de Jerusalém,
num local sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, o Domo é um símbolo dos
profundos laços espirituais que unem as três religiões e, por extensão, todas
as religiões do planeta. Sua representação no interior de uma sinagoga
oferece extraordinária lição de aceitação para o nosso tempo de conflitos. O edifício que ostenta essa pintura era a sinagoga de Itzhak Luria, um dos
supremos mestres da cabala, e da tradição mística judaica.

Seus discípulos recebiam exercícios espirituais específicos para
praticar enquanto andavam, comiam ou rezavam. E até para evitar que ficassem
puxando os fios da barba durante o estudo da Torá.

Reconhecendo a genialidade do sobrinho, o tio confiou
sua educação a um mestre de renome, Bezalel Ashkenazi. Luria estudou com Ashkenazi até os 15 anos, quando se casou com a prima e encerrou sua educação
formal.
Nesta altura, um facto, que para outros teria passado
despercebido, mudou o rumo de sua vida. No ofício religioso da sinagoga, o
jovem viu um estrangeiro que trazia nas mãos um manuscrito do Zohar, o mais importante
tratado cabalista. Ele jamais contemplara tal livro antes. E não sossegou até
adquiri-lo. Empolgado, Luria mergulhou inteiramente na leitura, mas o
misterioso Zohar
fugia ao seu entendimento. Atendendo ao que chamou de “ímpeto do Céu”, ele
iniciou, então, um radical programa de estudo: durante cinco dias da semana,
refugiava-se em uma cabana às margens do Nilo e se dedicava a jejuns, orações,
meditações e ao Zohar;
no sexto dia, voltava à sua casa, para a celebração do sabá (o sábado, dia do
descanso, que os judeus religiosos dedicam inteiramente a D'us).
Um conceito central da chamada “cabala luriana” é o de
tikkun ha olam, ou
“reparação do mundo”. Pela prática do tikkun,
cada ente humano pode e deve dar sua contribuição pessoal, única e
intransferível para o aprimoramento do cosmo e para sua própria evolução. A
descoberta do tikkun que lhe cabe realizar é uma aquisição
fundamental para aquele que se engaja no caminho do auto-desenvolvimento.
O número 600 mil possui, obviamente, um carácter
metafórico. Quer dizer muitos ou infinitos. E a afirmação feita em relação à Torá pode ser generalizada a todos os textos sagrados. Comentando
essa ideia magistral, Gershom Scholem, um dos mais respeitados estudiosos da
cabala nos tempos actuais, afirmou:
“Cada homem tem seu próprio e
único acesso à Revelação. A autoridade não mais reside em um singular e
inequívoco ‘significado’ da comunicação divina, mas na sua
infinita capacidade de assumir formas novas”.
Luria morreu em Safed, enquento o Império Otomano controlava a Terra de Israel, 25 de Julho de 1572 (5 Av 5332). Ele foi enterrado no Cemitério Antigo de Safed.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Isaac_Luria
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